O Oriente Médio não será mais o mesmo
09 outubro 2023 às 15h28

COMPARTILHAR
“Usaremos imediatamente toda a nossa força para destruir as capacidades do Hamas”, foram as palavras do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após o ataque terrorista que vitimou mais de 800 pessoas (até o momento) durante o fim de semana. O chefe de Estado ainda alertou para que todos os moradores da Faixa de Gaza deixem o local, já que o país deverá agir com “em todos os lugares e com todas as forças”.
Em outras palavras, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, garantiu que a realidade da Faixa de Gaza será mudada pelas próximas décadas: “o que era antes, não existirá mais; vamos operar com força total”. “Há 15 anos, como Chefe do Comando Sul, estive perto de ‘quebrar o pescoço’ do Hamas, mas fui impedido pelo escalão político. Isso não acontecerá agora”, prometeu.
Ou seja, o Oriente Médio não será mais o mesmo.
No momento, uma ofensiva é especulada dentro da Faixa de Gaza, mas não há detalhes a respeito. Fontes dizem que serão apenas os eventuais ataques aéreos localizados em estruturas do Hamas, com uso da técnica “roof knocking” (tocar a campainha). Também existe a possibilidade de uma ofensiva terrestre com tropas e blindados.
Até agora, Israel ordenou um cerco total à Faixa de Gaza com mais de 100 mil soldados. Ao mesmo tempo, o fornecimento de água, luz, comida e combustível foi cortado para mais de 2 milhões de palestinos. Milhares de moradores da região já abandoaram as suas casas na região, mas não têm para onde fugir com o bloqueio.
Hezbollah
Além do Hamas no sul, os israelenses precisam lidar com a ameaça de ataques de outro grupo terrorista, o Hezbollah. Com tensões na fronteira com o Líbano, alguns foguetes já foram lançados, mas nada perto dos ataques ocorridos no final de semana. De qualquer forma, a segurança na região também está sendo fortalecida.
Apoio externo
Segundo o jornal americano The Wall Street Journal, além de ajudar, o Irã deu autorização para o Hamas atacar Israel. Apesar de negar a acusação, o líder-supremo do país, aiatolá Khamenei, celebrou o atentado terrorista. “O câncer do regime usurpador sionista será erradicado pelas mãos do povo palestino e das forças de resistência”, afirmou por meio do Twitter.
Por outro lado, aliado histórico de Israel, os Estados Unidos já manifestaram que apoiam o país e que vão fornecer ajuda no conflito contra o Hamas. Ontem, os americanos anunciaram que vão posicionar o maior e mais moderno porta-aviões, o USS Gerald Ford, com uma frota de suporte no Mar Mediterrâneo, próximo à costa israelense.
Desdobramentos
Ainda é cedo para saber o que acontecerá após o ataque, o peso da resposta de Israel e até onde irá o apoio de seus aliados, principalmente os EUA. Ao mesmo tempo, ainda não se sabe como os países árabes podem reagir a uma ocupação da Faixa de Gaza. A única certeza é que a geopolítica da região mudou para sempre e possivelmente esgotou qualquer possibilidade de paz na região.
Leia também: