Nova direita deveria ter Caiado como representante, e não Marçal
30 setembro 2024 às 12h23
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Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, um “vácuo” foi aberto nas lideranças da direita política brasileira. Desde então, vários nomes buscam palanque para ocupar esse espaço aberto, incluindo o coach Pablo Marçal, candidato a prefeito em São Paulo. Só que o melhor nome para conduzir os “novos conservadores” é o do atual governador goiano.
Nos últimos meses vimos Marçal adotar uma postura extremamente agressiva durante os debates e na sua campanha em geral para prefeito em São Paulo. Ataques pessoais, ofensas e até acusações sem fundamentos. Um “retórica de violência”, como definiu a coluna recentemente, alguém que pode ameaçar o processo democrático com a sua “estratégia”.
Por exemplo, o coach ataca a família de Tabata Amaral, com histórias culpando a candidata pela morte do próprio pai. Em outra situação, ele acusa José Luiz Datena de assédio sexual e recebe uma “cadeirada”. Em outra situação, Marçal diz que vai prender o atual prefeito Ricardo Nunes e o debate acaba com uma agressão do seu marqueiteiro.
Ou seja, Marçal jamais poderia ser um sinônimo de liderança com um comportamento problemático e agressivo. Pelo contrário, um líder de um movimento político precisa ser republicano e polido, assim como o governador Ronaldo Caiado. Um nome que é respeitado pelos seus aliados e também pelos adversários políticos em Goiás e no Brasil.
Recentemente, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou que apesar das diferenças, ele cita que é possível ter uma “relação civilizada” com ele. “De lá para cá, acho que amadureceu muito. Ele foi um senador atuante e acho que é um governador muito civilizado. Não tenho queixa da minha relação com o Caiado”, elogiou.
Caiado também possui uma trajetória política sólida e uma experiência que lhe confere credibilidade. Com um histórico de atuação em áreas fundamentais, como saúde, educação e segurança, ele também consegue dialogar com todos os setores da sociedade. Algo que é crucial para uma nova direita que busca se consolidar de forma responsável.
Por outro lado, Marçal, embora tenha recebido notoriedade nas redes sociais e mobilizado um público jovem, ainda carece de civilidade e credibilidade. A política exige mais do que os “15 minutos de fama” que ele está tendo, ela demanda experiência e uma visão clara de desenvolvimento para a população. Não é algo para gerar “cortes” e engajamento.
Por esses motivos, nomes como Caiado deveriam ser mais valorizados no debate político, seja pelos conservadores e até pessoas de outras ideologias. Por exemplo, se você não apoia o projeto político da direita, melhor ter lideranças no espectro que sejam republicanas. A política brasileira não quer e não deve se tornar um espaço apenas para trocas de ataques gratuitos.
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