Indignação de Lula a respeito de voos diretos para a África não faz sentido

28 agosto 2023 às 09h02

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A grande pérola da política brasileira deste final de semana ficou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante uma viagem para Angola, o chefe de Estado questionou durante pronunciamento no sábado, 26, que não existem voos operados por empresas brasileiras para a África. Em seguida, ele cobrou que as companhias aéreas para que iniciassem rotas para o continente africano.
Entretanto, ainda nesta semana, a Latam deverá retomar os voos diretos para Joanesburgo, cidade mais populosa da África do Sul. Ao todo, a empresa terá três voos semanais, com aeronaves Boeing 787-9, todos a partir do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. Anteriormente, a rota havia sido suspensa três anos atrás por conta da pandemia da Covid-19.
Além dos voos diretos, a Latam também oferece desde maio passagens aéreas para mais de 40 destinos na África, por meio de uma parceria com a empresa aérea sul-africana Airlink.
Sem contar que outras companhias aéreas africanas também possuem voos diretos para a África, incluindo a angolana TAAG, com rotas ligando São Paulo e Luanda. Outra empresa que também opera no Brasil é a Ethiopian Airlines com voo diário da capital paulista para Adis Abeba, na Etiópia. Ao todo, existem 12 voos semanais para o continente africano.
Futuramente ainda terão voos diretos de São Paulo para Cairo, no Egito, por meio da Egypt Air, e rotas para Cidade do Cabo, na África do Sul, via South African Airways. Fora o anúncio de que Fortaleza retomará voos para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, com a companhia africana TACV.
Ou seja, o Brasil sempre teve voos diretos para o continente africano, mesmo com algumas rotas interrompidas por conta da pandemia do coronavírus. Por isso, as críticas de Lula não fazem sentido e suas cobranças menos ainda, já que as empresas aéreas não devem criar novos destinos para satisfazer a vontade do presidente.
Por fim, sempre é bom existir uma grande oferta de voos de diferentes empresas para diversas localidades, incluindo a África. Entretanto, essa questão vai muito além de um impulso político. Ainda é necessário realizar inúmeros estudos a respeito da inclusão de uma nova localidade, como a possível demanda e a estrutura presente.
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