Fios subterrâneos: desafio caro, mas necessário para segurança e estética de Goiânia
27 outubro 2025 às 12h12

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O aterramento de fios não está entre as prioridades imediatas de Goiânia, mas é um tema que merece atenção. Enquanto saúde, educação, mobilidade urbana e questões de zeladoria ocupam o centro da pauta, a fiação aérea pode se tornar um “problema silencioso”. Além de prejudicar a estética urbana, se não for bem cuidada, pode representar um risco à segurança pública. Por isso, um planejamento estratégico e de baixo custo, que não comprometa recursos essenciais, seria interessante para a capital.
A Prefeitura de Goiânia, claro, enfrenta um dilema: o aterramento de redes é caro, envolve obras complexas, planejamento detalhado e, muitas vezes, a necessidade de realocar redes de diferentes prestadoras de serviço. É um investimento que pesa no orçamento municipal, especialmente em um cenário de dificuldades financeiras. No entanto, a recompensa pode interessante para o município.
Fios subterrâneos reduzem acidentes envolvendo quedas de cabos, como o que vitimou uma adolescente de 17 anos na região central, em setembro. Além disso, minimizam interrupções de energia e internet em casos de tempestades e tornam as ruas mais seguras para pedestres e motoristas. Há também um ganho estético e urbano, os bairros com infraestrutura soterrada ficam livres da poluição visual dos cabos, o que valoriza as fachadas, especialmente em áreas históricas, como o Centro de Goiânia.
No entanto, ainda existem caminhos a seguir, e o primeiro passo seria criar um programa de aterramento de fios, com planejamento detalhado, prazos definidos e estimativas de custo, de modo a adequar-se ao orçamento do município. Outra medida interessante seria realizar um teste em regiões específicas, já que nem todas precisariam do aterramento imediato. O Setor Central, por exemplo, seria a área ideal para esse primeiro teste.
Uma alternativa para viabilizar seria buscar parcerias com o setor privado, destacando que a viabilidade do projeto depende da participação da Equatorial Energia, responsável pelo fornecimento de energia no estado, além de empresas de telecomunicações e empreendimentos imobiliários. Por meio de convênios ou outros modelos, é possível reduzir o impacto financeiro sobre o município, acelerar a execução das obras e garantir que novas áreas urbanas já sejam planejadas com infraestrutura subterrânea.
Na última semana, o prefeito Sandro Mabel (UB) também levantou a possibilidade de instalar fios de telecomunicação em conjunto com as tubulações de esgoto. A ideia foi sugerida no lançamento do programa Cidade Segura, com uma possível parceria com a Saneamento de Goiás S.A. (Saneago). Além de pontuar que vai estudar a ideia, ele também descartou no momento a possibilidade de aterramento de fios.
De qualquer forma, embora o aterramento de fios não precise estar entre as prioridades imediatas da administração municipal, os benefícios para a segurança, a estética urbana e a infraestrutura da cidade indicam que o tema merece um planejamento próprio. Diversas alternativas podem ser adotadas para avançar de forma gradual, sem comprometer o orçamento municipal.
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