Escolha de Sandro Mabel para disputa de Goiânia pode desidratar Vanderlan
30 março 2024 às 18h11
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O ex-deputado federal Sandro Mabel, hoje no Republicanos, mas de malas prontas para o União Brasil, será o candidato de Ronaldo Caiado (UB) para disputar a Prefeitura de Goiânia. Podemos assistir, nos próximos meses, a batalha do criador contra a cria. Entre os adversário do industrial está o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que anunciou nesta semana, conforme mostrado em primeira mão pelo Jornal Opção, sua pré-candidatura.
Cardoso foi estimulado por Mabel a ser candidato e disputar a Prefeitura de Senador Canedo em 2004. Foi, portanto, seu criador. O convite se deu também com instruções de como fazer política. Empresário bem sucedido, naquele momento Vanderlan era “apenas” um empresário bem sucedido. Venceu e comandou Canedo por dois mandatos.
Caso o cenário não se modifique mais uma vez, Vanderlan e Mabel se enfrentam, mas não devem se degladear.
Durante as articulações para as eleições deste ano, Cardoso chegou a convidar Mabel para sua chapa e para elaborar o projeto de governo, proposta que foi prontamente aceita por Mabel. Mas, um convite irrecusável bateu à porta do ex-deputado federal que há muito já vinha sendo cobiçado pela base do governador: era ele o nome para Goiânia.
Os dois carregam o mesmo perfil, desejado pela população goianiense: o de gestor. Não só gestor, mas também com experiência e expertise política. Nesse ponto, pode prevalecer a máxima: dois perfis políticos em uma eleição já disputada pode enfraquecer uma vertente política e dividir votos.
Mas, experiente que é, Sandro Mabel pode buscar um diálogo com Vanderlan para compor um mesmo grupo e evitar dissidências. O cenário parece difícil, assim que Mabel passou a dar sinais de que aceitaria a missão de Caiado, Vanderlan correu para colocar seu bloco na rua. Anunciou a candidatura, que diz ser irreversível, mas a demora em o fazer pode dificultar as articulações.
Por um tempo, o PT, que terá a delegada Adriana Accorssi na disputa, quis os louros do pessedista. A articulação não foi para frente, mas sinalizou, para o eleitor mais conservador, que a aproximação era possível, e pode ter afastado esse eleitorado.
Por outro lado, algumas lideranças de Caiado também buscaram o senador para uma composição. Que também não foi para frente. Apesar desse disputa pelo nome de Vanderlan, nenhum dos dois grupos políticos queriam bancá-lo como cabeça de chapa, ainda que seu nome apareça sempre a frente nas pesquisas.
Se não abrir mão da disputa, Vanderlan pode atrapalhar os planos do Palácio das Esmeraldas e dificultar a caminhada de Mabel, justamente pelo perfil, ficando isolado numa possível disputa para o governo em 2026. Fica isolado também para uma tentativa de se reeleger para o Senado, caso a cadeira do governo fique grande de mais.
Por fim, vale ressaltar, que além da vasta experiência de Sandro Mabel na gestão empresarial e na política, especialmente como deputado federal, ele foi líder de um dos maiores sindicato patronais do Estado, o da Indústria (Fieg).