O prazo para eleitoras e eleitores regularizarem o título se encerra nesta quarta-feira, dia 8 de maio. Para os pré-candidatos, não há mais tempo para (des)filiações partidárias, registros de partidos e transferências de domicílios.

Apesar do pleito próximo ser o municipal, em outubro de 2024, os olhos de todos já estão atentos para as Eleições de 2026. As articulações políticas não param, e ao mesmo tempo que candidaturas e coligações se formam para este ano, outras conjecturas também se projetam para governo, senado e presidência.

Até o momento, quatro parlamentares federais eleitos por Goiás se encaixam entre os pré-candidatos, sendo três deputados e um senador. O primeiro se apresenta como um protótipo de Bolsonaro do Cerrado, intolerante e extremista, enquanto o segundo já é um nome consolidado na estrutura política de Goiás e se posiciona mais ao centro. A terceira parlamentar inova por ser mulher e pelo currículo na segurança pública, mas esbarra na rejeição ao partido. O quarto se diz conservador, mas nos costumes parece ser liberal, sendo um fiel retrato da centro-direita no Brasil.

Diferente dos outros pré-candidatos, os parlamentares têm o que perder e devem zelar pela reputação. Portanto, devem ficar atentos em suas palavras, ações e intenções. “O mundo não nos julga pelo que somos, mas pelo que parecemos ser”, já dizia o dramaturgo Abert Delpit. Se querem alcançar seus objetivos e subir um degrauzinho na escada da política, os pré-candidatos devem sonhar, mas sempre com o pé no chão. Ronaldo Caiado disse na manhã desta terça-feira, 7, em entrevista ao PodFull, podcast do bispo Estevam Hernandes, que “a vaidade pode ser o mal de todos os políticos”.

Isso porque, mais do que ser, é preciso parecer. Para aqueles que não têm virtudes, terão até outubro para construir um personagem honesto, solidário, altruísta e, principalmente, preocupado com os mais vulneráveis. E, apesar da corrida eleitoral, terá que continuar exercendo o ofício com excelência, porque todas as ações são alvo de holofotes em período eleitoral. Afinal, é “melhor um cargo na mão do que dois voando”. Caminhar com cuidado e humildade garante que nenhum venha a se prejudicar na trajetória política.

É preciso atenção nas falas, posturas e posicionamentos, tanto para os candidatos quanto para os eleitores. O Tribunal Superior Eleitoral já afirmou inúmeras vezes que não tolerará fake news, desinformação ou discurso de ódio. O 1º turno do pleito está marcado para 6 de outubro e já é possível ver a polarização cada vez mais exacerbada nas redes, sejam elas sociais ou estruturais. No fim das contas, o que não se pode esquecer é que o bem comum deve vir na frente dos interesses individuais.

A partir de 15 de maio, os pré-candidatos iniciam a arrecadação prévia de recursos na modalidade de financiamento coletivo, desde que não façam pedidos de voto e obedeçam às regras relativas à propaganda eleitoral na internet. Os eleitores devem estar atentos a seus representantes, desde a pré-candidatura até o fim do mandato, sugerindo e cobrando ações. Porque independente da pessoa que vai comer do bolo, quem vai pagar a conta é sempre o povo.

“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado”, escreveu o uruguaio Eduardo Galeano.