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Tudo culpa do jurídico. Essa foi a justificativa de Fred Rodrigues, candidato a prefeito de Goiânia, ao ser pego mentindo à Justiça Eleitoral sobre sua formação acadêmica. O quase bacharel informou, no ato de registro da candidatura, ter ensino superior completo. O que não procede. Fred cursou direito na PUC Goiás, mas segundo declarado pela própria instituição, não se formou.

O candidato também afirma que “nunca disse que era bacharel”. Outra inverdade. A informação consta em seu plano de governo, e também já foi reproduzida por ele próprio. No debate promovido pela Record Goiás, em resposta a Sandro Mabel, Fred disse: “Sim, sou formado. Pra ajudar o Sandro pra ele não precisar ficar perdendo tempo procurando documentos, vou subir agora nos stories nossa grade curricular completa do curso de Direito na PUC”. Ora, afirmar ser formado em um curso de bacharelado não é, automaticamente, informar ser bacharel no curso em questão?

Destaca-se: se formar não implica somente em cursar as disciplinas de um curso, mas cumprir toda a matriz curricular que ele abrange – do estágio, passando pelas horas complementares até a colação de grau.

Ao culpar sua equipe jurídica pelo que ele chamou de erros, Fred também se coloca em outra saia justa. Se o jurídico, responsável, segundo ele, pela elaboração do plano de governo realmente errou, como uma informação constante em letras graúdas na segunda página do documento lhe passou despercebida? Deduz-se que: ou o candidato constatou o erro e deixou por isso mesmo, ou não leu o próprio plano de governo.

Quanto à informação no TSE – pública para qualquer um que acessar -, o mesmo: se, verdadeiramente, foi um erro que fugiu de sua alçada, por que nunca houve, até agora, a correção? Em seu perfil do Instagram, Fred disse já ter pedido a alteração das informações equivocadas. Ontem, terça-feira. Após meses das informações inverídicas no ar, e logo após a declaração da PUC vir à tona.

O candidato deveria saber que reconhecer os próprios erros e comprometer-se na correção deles, evitando que se repitam, não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza, um exercício que deve integrar o cotidiano.