O sétimo aniversário do trágico acidente com o avião da Chapecoense, ocorrido em 28 de novembro, colocou a cidade de La Unión na Colômbia em destaque. O prefeito da cidade tentou “homenagear” o ocorrido e instalou na praça principal da cidade uma réplica do avião envolvido na tragédia. O desastre, ocorrido em 2016, resultou na perda de 71 vidas.

Recentemente, a decoração de Natal de La Unión precisou ser alterada após reprovação da população local. Em 2016, a aeronave operada pela empresa LaMia caiu no território do município. A cidade colombiana que decidiu “homenagear” a Chapecoense gerou controvérsias e levantou questões sobre sensibilidade e respeito às vítimas e seus familiares.

A decisão de criar uma réplica do avião que foi palco de uma das maiores tragédias do esporte é, no mínimo, questionável. Embora a intenção possa ter sido expressar solidariedade, é crucial considerar o impacto emocional que tal homenagem pode ter nas pessoas diretamente afetadas pela perda de entes queridos naquele fatídico acidente.

Ao evocar a imagem do avião que resultou na perda de vidas e despedaçou sonhos, a cidade colombiana parece não compreender a profundidade da dor e do luto que a Chapecoense e seus torcedores enfrentaram. A lembrança constante da tragédia pode perpetuar o sofrimento e desrespeitar a memória daqueles que não estão mais entre nós.

Além disso, é necessário refletir sobre o contexto cultural e a sensibilidade envolvida em homenagear uma tragédia tão dolorosa de maneira tão visual. A réplica do avião, longe de ser uma homenagem respeitosa, pode ser interpretada como uma manifestação de insensibilidade diante da dor alheia.

Homenagens devem ser cuidadosamente pensadas, respeitando os sentimentos daqueles que estão diretamente ligados à tragédia. Criar uma representação visual do avião envolvido na queda da Chapecoense pode ser percebido como uma tentativa falha de lembrar o ocorrido, sem considerar o impacto emocional negativo que isso pode ter sobre os sobreviventes e familiares das vítimas.

Enquanto expressões de solidariedade são essenciais em momentos de tragédia, é crucial que tais homenagens sejam conduzidas de maneira respeitosa e sensível. A cidade colombiana, ao criar uma réplica do avião da Chapecoense, parece ter falhado em compreender a delicadeza desse processo, deixando-nos questionando se essa homenagem, de fato, serve ao propósito de honrar as vítimas ou se tornou uma representação desafortunada e insensível da tragédia.

A réplica não está mais na praça. A Paróquia de La Unión, próxima ao local, promoverá neste 28 de novembro uma homenagem às vítimas no aniversário de sete anos da tragédia da Chapecoense.

Leia mais da coluna Faltou Dizer: