O Brasil vive um momento histórico: com a prisão de Jair Bolsonaro, o país contabiliza quatro ex-presidentes detidos desde a redemocratização

Bolsonaro: prisão por tentativa de golpe
Jair Bolsonaro teve sua prisão preventiva decretada neste sábado, 22, pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Antes disso, desde 4 de agosto, cumpria prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares impostas pelo mesmo Moraes.

Em 11 de setembro de 2025, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, por liderar uma organização criminosa envolvida em um plano para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022 — caracterizado como tentativa de golpe de Estado. A acusação também aponta para um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades.

Lula: detenção por corrupção
Luiz Inácio Lula da Silva se entregou à Polícia Federal em 7 de abril de 2018, em São Bernardo do Campo (SP), depois que sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro transitar em julgado. A condenação, no famoso caso do tríplex do Guarujá, foi dada em 12 de julho de 2017 pelo juiz Sérgio Moro, a 9 anos e 6 meses de prisão. Em 24 de janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região aumentou a pena para 12 anos e 1 mês — decisão unânime. Lula foi solto em 8 de novembro de 2019 e, posteriormente, teve suas condenações anuladas pelo STF.

Outros ex-presidentes presos
Além de Bolsonaro e Lula, a lista de ex-presidentes detidos inclui Fernando Collor de Mello e Michel Temer, todos acusados de corrupção. Isso reforça a gravidade institucional do momento: não são apenas dois, mas quatro ex-presidentes que enfrentaram prisão.

Crise política e significado simbólico
O fato de haver quatro ex-presidentes presos, por crimes tão distintos quanto corrupção e conspiração golpista — evidencia um período de forte instabilidade institucional no Brasil. A prisão de Lula representou o ápice das investigações de corrupção que dominaram o país. Já a condenação de Bolsonaro, por tentativa de golpe, marca algo sem precedentes: um ex-chefe de Estado sentenciado por tramar contra a ordem democrática.

Esses episódios, apesar de ocorrerem em contextos diferentes, juntos desenham um retrato de tensão e fragilidade institucional que atravessa a última década no Brasil.