A sentença em primeira instância não é ato condenatório definitivo
11 dezembro 2024 às 19h51
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O governador Ronaldo Caiado sempre disse, nos momentos mais conturbados da República, durante a pandemia de Covid-19, por exemplo – durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que decisão da Justiça se cumpre, mas ela também pode ser questionada no âmbito do trâmite legal do poder Judiciário.
A sentença proferida na primeira instância da Justiça Eleitoral irá ser questionada, pois foi uma medida desproporcional em relação a outras decisões já proferidas no mesmo sentido. O Jornal Opção mostrou a avaliação de juristas sobre o caso. As defesas do governador e do prefeito eleito Sandro Mabel (UB) defendem que em outras decisões foram aplicadas multas, mas em sentido oposto a sentença contra Caiado, Mabel e Cláudia Lira foi imediatamente condenatória.
A decisão cabe recurso e por conta disso Caiado, Sandro Mabel e Cláudia não se tornam automaticamente inelegíveis e nem a chapa que venceu as eleições municipais é cassada de imediato.
Existe um alarmismo com a informação como se as coisas fossem acontecer amanhã, como se Mabel não fosse assumir a Prefeitura de Goiânia e como se os planos do governador para 2026 estivessem frustrados. Não estão.
A sentença também implica administrativamente por atingir uma gestão que tem sido bem avaliada, não só pelos goianos, mas também por outros governadores e parlamentares do Congresso Nacional.
A administração de Goiânia é outro ponto importante. A cidade vem de quatro ano de uma administração que rendeu inúmeras crises que atingiram diretamente o dia a dia do goianiense. Os eleitores da capital, desde o período da pré-campanha, mostraram, em pesquisas feitas pelo União Brasil, que queria um prefeito com habilidade política e também um gestor. Com isso foi colocado o nome de Mabel que venceu o pleito e está correndo mais do que consegue para garantir direito que Goiânia sempre teve. Ele já é prefeito antes mesmo de assumir.
Destaque
Existe um ditado que diz: “prego que se destaca leva uma martelada”. Caiado foi o primeiro nome colocado como pré-candidato à Presidência da República em 2026 e isso não é o desejo do bolsonarismo e nem da esquerda.
Em conversas com alguns interlocutores do PT, em Brasília, o nome do governador Ronaldo Caiado causa desconforto no governo, porque ele é quem faz uma oposição sóbria diante do que o governo deixa de fazer ou faz de maneira equivocada. Caiado é crítico assíduo às propostas de reforma tributária e também com relação ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Segundo Caiado, ambas as medidas retiram prerrogativas do governadores de ações decisórias com relação aos gastos dos estados e também em ações policiais.
A decisão também gera um forte tom político. Caiado tem se destacado em um tema caro para a população brasileira, a segurança pública, que é o grande gargalo dos governos do PT. Essa pauta é a grande responsável pela grande parte da alta aprovação de Caiado em Goiás, com 75% de ótimo ou bom em pesquisa recente do instituto Atlas/ Intel.
Durante as eleições municipais, em comícios do então candidato Fred Rodrigues (PL), Bolsonaro esteve em Goiânia e como de costume, com ausência de uma postura mais republicana desdenhou o governador na capital do estado. O resultado das eleições mostrou a força de Caiado
Quando digo que, “prego que se destaca toma uma martelada”, é nesse sentido. Desde de quando assumiu publicamente de que será candidato à presidência em 2026 e que vai lançar a sua pré-campanha em março.
Caiado disse em coletiva na tarde desta quarta-feira, 11, que os advogados dele já apresentaram o recurso e agora o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) vai se manifestar sobre o caso. A decisão deve ser dada em 2025.
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