O “oprimido” Paulo Freire pode ter “plagiado” pedagogia de educador americano?
20 março 2022 às 00h00

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Frank Laubach alfabetizou pessoas em Pernambuco. Tempos depois, Paulo Freire apresentou método semelhante ao dele — adicionando o marxismo

O leitor terá ouvido — e muito — sobre Paulo Freire (1921-1997). Afinal, foi declarado em 2012, por vontade do governo petista de Dilma Rousseff e sob aplausos de toda a nossa esquerda, “Patrono da Educação Brasileira”. Dele se falam maravilhas: “Uma das maiores autoridades mundiais em educação”; “Tem 35 títulos de doutor honoris causa”; “Criou um método revolucionário de alfabetização de adultos”; — e por aí afora. Será bem assim?
Frank Charles Laubach: apóstolo dos analfabetos
Por outro lado, o leitor pouco ou nada saberá sobre Frank Charles Laubach (1884-1970). Falemos um pouco sobre os dois. A notícia será importante para que o leitor avalie a desinformação a que nos submetemos ao longo de nossa existência. Afinal, ela é uma arma política importantíssima. Já foi mais importante, como mostra a documentação histórica: ao tempo da Guerra Fria, o governo soviético pagava, em todo o mundo, mais de quatro milhões de agentes para divulgar informações distorcidas ou falsas em benefício da doutrina marxista. Hoje não falta quem o faça de graça.

Frank Charles Laubach, americano da Pensilvânia, formou-se e doutorou-se em Sociologia (Universidade de Princeton), em 1909, e em Psicologia (Universidade de Columbia), em 1915. Missionário protestante, recém-formado, foi enviado às Filipinas, então possessão americana, em missão evangelizadora e educadora. Os espanhóis, colonizadores das Filipinas (o nome vem do rei Felipe II, da Espanha), após 300 anos de ocupação, haviam deixado atrás de si um país atrasado, com dezenas de dialetos, sem escrita, e com analfabetismo generalizado. Como ensinar a Bíblia? perguntava-se Laubach. Mas ele foi um dos mais ativos e criativos educadores de todo o mundo e não só adaptou a cada dialeto filipino o alfabeto da língua inglesa, como estabeleceu um método de alfabetização revolucionário.
Permanecendo nas Filipinas por quase três décadas, Laubach logrou alfabetizar mais de 60% de sua população
Seu método, de enorme simplicidade criativa, partia das palavras conhecidas pelo aluno, associando sua imagem à representação escrita, com separação das sílabas e ênfase na primeira letra, além de assimilá-la a outras, também conhecidas, iniciando com a mesma letra, estimulando assim a informação já gravada no cérebro do estudante. Permanecendo nas Filipinas por quase três décadas, Laubach logrou alfabetizar mais de 60% de sua população.
Seu método se espalhou pela Ásia, e chegou à América Latina. Esteve no Brasil em 1943, a convite do governo brasileiro e juntamente com um colégio presbiteriano (Colégio Agnes Erskine) de Recife, Laubach alfabetizou dezenas de milhares de pessoas, só em Pernambuco, com farta distribuição aos professores de suas cartilhas, ainda que em espanhol, pois não havia tradução em português.
Fato indiscutível: o método Laubach foi levado a 103 países e 313 idiomas. A ênfase no processo Laubach de alfabetização era cristã, valorizando a cidadania, a paz social, a ética e a religiosidade. Conhecido como “apóstolo dos analfabetos”, Laubach deixou mais de 50 livros publicados e uma indiscutível obra de elevação espiritual da humanidade. Era um homem de sólida formação intelectual, foi importante para o progresso social, e dedicou toda sua existência ao bem e à elevação das pessoas.
Paulo Freire: o apóstolo dos marxistas brasileiros

E quem foi Paulo Freire? Qual a sua formação? Como pode ser mais conhecido (ao menos no Brasil) que o admirável Frank Laubach? Criou um método de alfabetização? Era superior ao de Laubach? É o que tentaremos responder, sempre apresentando fatos ao leitor.
Paulo Reglus Neves Freire, natural do Recife, ao que parece, não teve curso superior, fato que seus biógrafos, de esquerda, procuram esconder. Teria ingressado na Faculdade de Direito da Universidade de Recife, em 1943, mas tudo leva a crer, como ocorre com militantes de esquerda, que não terminou o curso. Foi nessa época que Laubach esteve no Recife.
Relata o historiador David Gueiros Vieira que Paulo Freire, que já atuava na educação (lecionava no recifense Colégio Osvaldo Cruz), teria encontrado Laubach e obtido algumas de suas cartilhas. Afirma o pesquisador que logo depois da volta de Laubach aos EUA, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas muito semelhantes às de Laubach, porém com a assinatura de Paulo Freire e com um fim diferente daquele das originais: enquanto o ensino de Laubach apontava para a paz social e religiosidade — alfabetizava —, o de Paulo Freire encaminhava para o marxismo e a luta de classes — doutrinava.
Aliás Paulo Freire faz questão de ignorar Laubach em suas publicações, embora forçosamente saiba de sua trajetória e tenha copiado seu método de alfabetização. Foi então que começou a carreira ascendente de Paulo Freire, sempre turbinada pelas esquerdas brasileiras — e mais tarde pela esquerda internacional.
No governo João Goulart, Freire foi convidado para chefiar a Comissão de Cultura Popular (CCP), que seria responsável por um plano nacional de alfabetização.
Surpreendidos pelo movimento de 1964, Jango e seus adeptos, bem como toda a esquerda brasileira, entraram em pânico e seus líderes principais debandaram para fora do País. Entre eles Paulo Freire, que apoiado pela esquerda internacional, esteve, desde que fugiu em 1964, na Bolívia, no Chile, nos EUA, no Reino Unido e na Suíça. Voltou ao Brasil em 1980, com a Anistia, já endeusado pelas esquerdas, que faziam grande alarde com “seu” método.
Como não poderia deixar de ser integrou-se, desde o seu início ao Partido dos Trabalhadores (PT), e foi secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo, no governo de Luiza Erundina.
Faz-se muita algazarra no Brasil em torno do “método Paulo Freire” de alfabetização (na verdade, trata-se do método Laubach corrompido pelo marxismo), mas esse método nunca foi aplicado em massa. Felizmente, pois visa não produzir alfabetizados, mas militantes marxistas. Aliás, em que pese o barulho internacional feito em torno do “método Paulo Freire”, ele não foi adotado em nenhum lugar do mundo.
Na esteira de seu “método”, Paulo Freire publicou, em 1968 e no exílio chileno, seu livro “Pedagogia do Oprimido”, que pretendia ser a apresentação e defesa do “método”. Novo escândalo laudatório da esquerda: o livro foi apresentado como grandiosa obra pedagógica e literária, e traduzido para algumas línguas, para deleite dos marxistas brasileiros. Até hoje é elogiado pelas esquerdas, que em geral, como costuma acontecer, não leram o livro.
Se o leitor dispuser de tempo, paciência e estômago para ler esta publicação, vai encontrar ali não um tratado de pedagogia, mas uma pregação da luta de classes, escrito em português medíocre, ou pior que isso. Não encontrará uma citação de um grande educador no plano mundial, como Rousseau, Pestalozzi, Piaget ou Maria Montessori. Nem mesmo uma menção a um educador brasileiro, como Anísio Teixeira, e muito menos a Frank Laubach, a quem, no fundo, Freire deve sua fama.
Mas não faltam citações de marxistas conhecidos, não educadores, como o próprio Marx, Lenin, Rosa Luxemburgo, Regis Debray (que ele grafa Regis Debret), Sartre, Mao-Tsé-tung, György Lukács, Karel Kosik, Francisco Weffort, Álvaro Vieira Pinto, e — pasme — Fidel Castro e Che Guevara, que nunca tiveram algo a ver com educação. Quanto a Guevara, Paulo Freire chega mesmo ao tragicômico de ressaltar sua “humildade”, quando sabemos que o sanguinário “Che” mostrava sua verdadeira humildade ao estourar cabeças de prisioneiros desarmados a tiros de pistola. Ele só foi humilde uma vez, ao ser capturado na Bolívia, e implorar por sua vida.
Para Freire, todos somos opressores ou oprimidos, sendo inclusive a família um ambiente onde pais oprimem filhos. Nada melhor, subentende-se, que trocar família por Estado.
Como fica toda essa história de Paulo Freire? — perguntará o leitor. Tal como está — é a resposta. A esquerda continuará a acreditar que ele foi genial educador. Quem tem seu discernimento perceberá que não passa de uma fraude. Doutor honoris causa em 35 organismos internacionais! — bradará a esquerda.
Quem sabe das coisas entende que haverá em qualquer dessas entidades um fanático marxista para prestar uma homenagem indevida motivada pela ideologia. A “Pedagogia do Oprimido” é uma obra prima traduzida para muitas línguas — dirá um filiado ao PT, PSOL ou PC do B, que nunca a leu. Sim, várias traduções existem do monstrengo. Mas em que língua ou dialeto não existe um fanático de esquerda disposto a traduzir qualquer parvoíce, desde que exalte o marxismo?
Finalizando: que fiquem as esquerdas felizes e orgulhosas com seu ídolo. Sempre vivem na irrealidade, e veem valores onde existe maldade e corrupção. Quem leu “Pedagogia do Oprimido”, quem sabe separar realidade de utopia, quem conhece a história e o meio universitário, quem sabe avaliar o poder da desinformação, sabe quanto vale Paulo Freire, não à toa nomeado “Patrono da Educação Brasileira” — uma das piores do mundo.
