Ditador boliviano desrespeita os católicos ao receber o Papa Francisco

18 julho 2015 às 12h28

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Evo Morales se comporta de forma baixa com o Sumo Pontífice, como nem Fidel Castro ousou fazer

As visitas papais, pelo menos nos últimos 70 anos, foram marcadas pela cordialidade e pela boa educação nas recepções, mesmo quando as autoridades maiores dos países visitados eram abertos adversários ou mesmo inimigos da fé cristã. Três exemplos, um mais distante, ainda da época da Guerra Fria, e outros dois, mais recentes, ilustram essa verdade.
Em 1979 o papa João Paulo II esteve visitando a Polônia, sua terra natal, então satélite soviético. Era a primeira visita de um papa a um país comunista. Foi recebido, apesar da contrariedade de Leonid Brejnev, o todo-poderoso líder soviético, por Wojciech Jaruzelski, um general títere do Kremlin, duro ditador que governava os poloneses com mão de ferro stalinista. E o foi com toda cortesia. Não houve sorrisos, por parte do ditador, mas isso nada queria dizer: ele nunca foi visto sorrindo. A recepção ao pontífice foi impecável no protocolo, na atenção e na amabilidade, apesar da enorme divergência de pontos de vista político e religioso entre anfitrião e visitante. Dizem mesmo que essa visita foi um marco na queda do comunismo na Polônia e no leste europeu, e Jaruzelski (que morreu no ano passado) foi o último ditador polonês. Em 1990 Lech Waleza seria eleito presidente, nas primeiras eleições após a queda do comunismo. Apesar de todos esses pesares, as autoridades polonesas, Jaruzelski à frente, portaram-se civilizadamente com João Paulo II, em sua visita.
Outra visita que marcou época, pela disparidade de crença e de consciência política entre a Igreja e o chefe do Estado visitado, foi feita pelo mesmo papa João Paulo II a Cuba, em 1989. Foi a primeira visita de um papa a Cuba. O mundo já havia se transformado, com a queda do muro de Berlim, mas a situação em Cuba era – como é até hoje – a mesma: dura, miserável, ditatorial. A despeito de sua natureza truculenta e grosseira, Fidel Castro foi de extrema amabilidade com o papa, que em nenhum momento sofreu qualquer constrangimento na ilha. Nem sofreria ali Bento XVI nenhum incômodo ou coação, em sua visita de 2012. E era um papa que nunca poupou duras críticas ao comunismo. A recepção de Raúl Castro foi amável, atenciosa, civilizada, e um encontro com Fidel, já retirado com problemas de saúde, foi também cordial.
Mas sempre pode-se esperar o pior de um ditador, e Evo Morales é um ditador, embora possa não estar ainda em pleno exercício de sua tirania. Mas está, convenhamos, a caminho. Evo Morales é comunista, embora em reportagem no “El País” do dia 10 deste mês, o jornalista Juan Arias afirme o contrário, abordando o mesmo assunto de que estamos tratando: visitas papais em geral, e a visita do Papa Francisco à Bolívia na semana passada. E Morales, recebendo o papa, resolveu revelar e não só em um episódio, mas em dois, toda sua ignorância e descortesia de tiranete comunista. Recebendo o Papa Francisco, presenteou-o com uma sacola de portar folhas de coca. Mascar coca, sem dúvida, faz parte da cultura indígena boliviana, não há o que discutir. Mas é iniludível também que a coca é a base de um dos maiores males que a aflige a humanidade, o vício da cocaína, combatido com vigor pela igreja. Na impossibilidade de separar as duas coisas, soa como uma verdadeira desfeita ao Sumo Pontífice, o presente de Evo. Mas o pior viria depois, com o presente do crucifixo estilizado na foice e o martelo que o papa recebeu de Evo, e que repercutiu mundo afora. O papa, que poderia – e deveria – recusar o presente, foi 1 milhão de vezes mais delicado que Evo Morales. Recebeu o regalo, embora mostrando contrariedade, e fingiu acreditar que a motivação do gesto de estupidez do boliviano seria por ter origem em uma escultura do militante comunista padre(?) Luiz Espinal, morto por extremistas na Bolívia em 1980.
Desculpa esfarrapada de Evo, quando se sabe que o presente é apenas uma cópia tosca da escultura original de Espinal, que está em poder de outro militante e seu companheiro de falsa batina, Xavier Albó. Abrindo parênteses: Evo Morales tem incentivado o aumento do plantio de coca na Bolívia. Expulsou mesmo os americanos que davam suporte técnico no combate ao tráfico. Uma das consequências reflete sobre nós: 80% da cocaína consumida no Brasil vem hoje da Bolívia. E Espinal, como Albó, e como vários ditos padres brasileiros, pertencentes à Teologia da Libertação, sempre foram na verdade militantes marxistas, tendo mesmo sido descoberto que transmitiam a Fidel Castro informações recebidas no sagrado segredo da confissão. Ainda que tenham as redações simpatizantes de Evo Morales tentado minimizar o acontecido, a verdade pura é esta: o que o “presidente” boliviano pretendeu, e mesmo conseguiu, foi escarnecer do Papa Francisco e da religião católica. Ele sabe dos milhões de católicos torturados e mortos pelo comunismo pelo mundo e pelos tempos afora. Entregar ao papa um símbolo desse regime é zombar, com testemunho do mundo todo, da fé e principalmente da dor alheia. Inédita canalhice!