“Crimes brutais de Goiânia não se prestam às especulações filosóficas de Crime e Castigo”
25 outubro 2014 às 09h45
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Cassio Nei
O texto “Serial killer Tiago Henrique está à espera de um Truman Capote para contar e explicar sua história” (Jornal Opção 2.050) é bem inconsequente, com cara de país com uma cultura ainda anacronicamente atrasada. A quem interessa uma biografia dessas? Os crimes brutais deste assassino não se prestam às especulações filosóficas de “Crime e Castigo”, livro que adota uma sistemática de análise da gratuidade do assassinato sob a ótica de poder envaidecido de um estudante (o assassino em pauta apenas e tão somente é um psicopata, sem inteligência relevante e sem profundidade); e muito menos é comportado pelo jornalismo literário de um Capote, cuja genialidade estancou na consumação do último modelo de uma época nos EUA que tinha interesse por crimes deste porte. Hoje em dia, nos EUA, em que o terrorismo e os massacres promovidos por homens armados em locais públicos, o culto ao serial killer já foi abolido, tornou-se, em sua real dimensão de imprensa marrom, figura do pior tipo. A última grande obra sobre o gênero, o filme “Zodíaco”, de David Fincher, esvaziou com muita inteligência esse fetiche que o autor do post parece ainda alimentar. No filme, o assassino recebe sua dimensão real de persona vazia, alguém que saiu impune mas que não é de maneira alguma uma força da natureza a ser explicada ou uma entidade intrincada que é chave para profundos enigmas humanos. Fincher produziu uma obra-prima em que não dá a catarse da violência e sua celebração para um público que se surpreende por ele mesmo não mais desejar isso; desmistifica o criminoso, torna sua ferocidade à espera dos holofotes em mera exclusão insofismável da normalidade. Ninguém precisa de um biógrafo desse maníaco burro e sem charme, que foi preso em 70 dias de investigação porque, ao contrário de um ladrão de casaca tradicional de alto QI da literatura, é simplesmente um rapaz com “vida loka” tatuado no braço e seguidor regimentado do óbvio cotidiano, caindo em todos os vacilos que deram pontos fáceis para a polícia. Precisa-se, sim, esquecê-lo nos mais de 30 anos em que ele passará trancado e sem regalias jurídicas, em respeito à dor dos parentes das vítimas e em memória das tantas pessoas exterminadas por ele.
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“Apregoa-se que nossa única arma, como cidadãos, é o voto. Quem acredita nisso?”
Luciana M. Santos Arraes
Excelente entrevista com o prof. Altair Sales Barbosa [“O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água” (Jornal Opção 2.048)]. É a melhor exposição que já li sobre este tema. Fiquei muito emocionada porque gostaria de encontrar os caminhos para reverter esta gravíssima situação e não vejo como. Apregoa-se que nossa arma é o voto. Quem acredita nisso? As campanhas estão somente estruturadas sobre políticas imediatistas que garantem voto. Dilma, Aécio… tanto faz, pois por trás de cada candidato existe apenas comprometimento com os grandes financiadores das campanhas – que, em instância nenhuma, é o povo, mas os grandes cartéis. Os programas sociais de Dilma têm a função de resolver o agora. Pronto: e depois? O importante mesmo é ter o controle do poder. A preservação do meio ambiente depende da sensibilização dos indivíduos de uma sociedade e o prof. Altair Sales Barbosa com a plena consciência do que expõe é uma voz isolada, diante de nossos governantes, e ouvida apenas por nós poucos, que só temos como arma o voto.
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“Estávamos certos naquilo que pregávamos como melhor projeto para Goiás”
Robeldo Resende
No apagar das luzes de mais uma campanha política para o governo de Goiás, quero agradecer o apoio que me dispensou o prestigioso Jornal Opção, que propiciou que nossas ideias e práticas democráticas fossem lidas, comentadas e interpretadas pelos leitores e que, no final, pelo que apontam as pesquisas, mostrassem à sociedade goiana de que estávamos certos naquilo que pregávamos e defendíamos como melhor projeto de gestão e de política para Goiás – a reeleição do governador Marconi Perillo.
Robledo Resende é advogado
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“Esperar uma reincidência para reduzir a maioridade penal é um crime monstruoso”
Damir
Sobre a matéria “Aécio desperdiça apelo popular da redução da maioridade penal” (Jornal Opção 2.039): Esperar a reincidência (cometer duas vezes crime brutal semelhante) para poder enquadrar o delinquente na redução da maioridade é colocar as vítimas nas mãos de psicopatas, é um crime monstruoso. Segundo, reduzindo a maioridade, os que forem julgados e enquadrados nessa modalidade de ação criminosa (crime hediondo, com requintes de perversidade, ou não ter dado chance a vítima), que, após o julgamento e condenação, seja enviado para um estabelecimento intermediário, não as que estão sob a jurisdição do Eca [Estatuto da Criança e do Adolescente], nem os presídios comuns do sistema penal. Que sejam criados estabelecimentos próprios e que fiquem divididos de acordo com a faixa etária equivalente. Além disso, é necessário que seja dada escolaridade e aprendizagem profissional dentro dessas instituições. Só assim poderemos verificar mudança de comportamento e de personalidade.
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“Oswaldo Cruz, levantai do túmulo!”
Carlos Oliveira
A volta da malária, como mostra a matéria “Pela primeira vez na história, casos de malária confirmados podem ter surgido em Goiânia” (Jornal Opção Online), dengue e até mesmo dos percevejos de cama (atualmente uma peste de grandes proporções nos Estados Unidos), fora a febre amarela, deve-se à proibição do DDT [sigla para diclorodifeniltricloroetano, um pesticida], que matava todas estas pragas! Agora, teremos um mundo “ecologicamente equilibrado”, mas, quem sabe, no futuro sem nenhum ser humano vivo. Oswaldo Cruz, levantai do túmulo!
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