“Apontem um político da safra atual por quem se possa pôr a mão no fogo”
28 janeiro 2017 às 14h19
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Roberto Brandão
Deixo meus cumprimentos e meus parabéns ao sr. Euler de França Belém pelo excelente Editorial “Brasil precisa mais de instituições sólidas do que de Teori Zavasckis” (Jornal Opção 2167) — inteligente, sagaz, de profundo conhecimento da história do Brasil e do mundo. Como saudosista que sou, já na ‘melhor idade’ (72), agradeço-lhe ter mencionado com tamanha precisão os perfis dos dois maiores estadistas brasileiros, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
Quanto ao “movimento atual” (Operação Lava Jato), altamente necessário para se tentar melhorar o nível dos políticos/empresários/chefes e servidores públicos, tenho apenas uma ressalva a fazer: para que se torne 100% confiável e com a eficiência no combate à corrupção tão desejada, a investigação teria de ser menos seletiva, investigando e combatendo todas as suspeitas e delações e não deixando margens à dúvida sobre sua imparcialidade com o propalado e famoso “não vem ao caso”. Ora, apontem-me, por favor, um único político dessa safra atual por quem possamos pôr a mão no fogo (sem se queimar) dizendo: “Esse é honesto e incorruptível”, mesmo sendo do ‘PSDB’ (o partido da elite, grande mídia, empresariados e banqueiros).
Tenho um sonho, que é uma utopia, eu sei, mas, quem sabe, daqui a uns 100 ou 200 anos o mesmo possa se realizar: ver nosso querido Brasil, tão grande e tão rico, ser governado, no geral — esferas federal, estadual e municipal — por políticos e legisladores íntegros e honestos, que trabalhassem pensando no Brasil e em seu povo. Em 20 ou 30 anos não existiria país nenhum igual.
E-mail: [email protected]
“Um best-seller tipo John Green”
Luana Alvez Luterman
Estou desapontada com o filme. É um repeteco estilístico de “Moulin Rouge” e “Chicago”. Sinceramente, não faz meu tipo. Fora que é piegas, e mamão papaya já tem açúcar, não precisava de mais. Não é de tudo ruim, mas também não é bom. Dou no máximo 8,5 (sempre acho que há modos melhores que o estilo hollywoodiano de narrar). Há best-sellers e há clássicos. Eu hoje vi na telona um best-seller tipo John Green. [“La La Land iguala recorde de Titanic em indicações ao Oscar”, Opção Cultural]
Luana Alves Luterman é doutora em Linguística e professora da UEG.
“Estamos ainda no estágio de ‘deitados’ em berço esplêndido”
Adalberto de Queiroz
Até a beleza merece comentário. A diferença é de superestrutura. A Holanda pode se dar ao luxo de fazer isso, como Goiânia até tentou, mas é civilizatório o que faz o alcaide paulistano [o prefeito João Doria (PSDB)]. A questão entre nós é um buraco mais fundo. Vejam o Itego [Instituto Tecnológico de Goiás], no alto do Setor Universitário. Mandem fotografar para comparar ao “clean” espaço urbano holandês. Não há base para isso – ou até há: comparem os banheiros públicos com as “toilletes” públicas de Amsterdam e entenderão. Estamos ainda naquele estágio de “deitado(s) em berço esplêndido”, para usar a expressão de J. O. de Meira Penna [escritor e diplomata liberal brasileiro]. [“Enquanto Doria enche São Paulo de tinta cinza, cidade holandesa espalha poesia por seus muros”, Opção Cultural]
Adalberto de Queiroz é escritor e empresário.