Ciência em Rede: a integração que transforma o Araguaia
13 dezembro 2025 às 21h00

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Por: José Alexandre Felizola Diniz Filho, João Carlos Nabout, Ludgero Cardoso Galli Vieira, Wellington Hannibal, Rhewter Nunes, Fabrício Barreto Teresa, Thannya Nascimento Soares, Levi Carina Terribile, Leandro Silveira, Anah Teresa de Almeida Jácomo, Tiago Jácomo Silveira, Ana Clara Diniz, Andreia Juliana Rodrigues Caldeira, Thais Rodrigues Oliveira & Mariana Pires de Campos Telles – Especial para o Jornal Opção
Na primeira semana de dezembro recebemos em Goiânia o 70º Fórum Nacional do Conselho das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), associado à reunião nacional do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI). O evento foi organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) do Estado de Goiás, contando com a participação das equipes desses órgãos de C&T&I de todo o Brasil, além de dirigentes e representantes das principais agências no nível federal envolvidas nessa temática, incluindo o CNPq, a CAPES, a FINEP e a EMBRAPII, bem como do Ministério de Ciência & Tecnologia (MCTI).
Tradicionalmente, as agências de fomento federais, especialmente o CNPq e a CAPES, têm sido responsáveis pela maior parte do financiamento da ciência brasileira, em termos de apoio à pesquisa e à formação de pessoas, nos programas de mestrado e doutorado, desde os anos 1960, sendo assim fundamentais para o desenvolvimento da ciência brasileira. Algumas fundações estaduais, entretanto, tiveram também um papel importante nesse desenvolvimento inicial, com destaque para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Mais recentemente, a organização e atuação do CONFAP e do CONSECTI demonstram algo que temos observado muito claramente nos últimos anos em muitos estados (incluindo Goiás): uma participação cada vez maior das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) no financiamento das atividades de pesquisa e formação científica, além de um forte estímulo à inovação associada à melhoria nas políticas públicas localmente.
Nesse sentido, um ponto importante a destacar é que o tema deste evento do CONFAP + CONSECTI, realizado em Goiás, foi “Ciência em Rede, Inteligência que Transforma Territórios”. Além de reuniões dos presidentes, secretários e equipes dos órgãos e agências, discutindo diferentes temáticas e trabalhando em seus planejamentos estratégicos, o evento incluiu uma mostra dos diversos “Centros de Excelência” do Estado de Goiás fomentados pela FAPEG, além do programa “Araguaia Vivo”, executado pela TWRA (Tropical Water Research Alliance) e financiado pela FAPEG, e projetos associados a ele. O objetivo dessas ações, certamente, foi apresentar aos demais estados brasileiros o portfólio de grandes projetos em desenvolvimento no estado de Goiás e, nesse sentido, o sucesso das políticas estaduais de fomento à pesquisa e à inovação. Mas, partindo da perspectiva dos pesquisadores envolvidos nesses projetos e considerando o seu tema, o evento pode levar a algumas reflexões interessantes e que merecem destaque.

Temos, ao longo de 2025, apresentado aqui na coluna “Araguaia em Foco” do Jornal Opção os diversos trabalhos de pesquisa e extensão realizados na bacia do Rio Araguaia, envolvendo múltiplas iniciativas. Elas envolvem mais de 150 pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, indo desde Ecologia e Biodiversidade até Ciências Sociais e Educação Ambiental-Científica, Turismo, Artes e Cinema, passando pelas Ciências Físicas e da Terra, com muitas interfaces e necessidades operacionais ligadas à comunicação, à ciência de dados e à tecnologia da informação. Esses pesquisadores supervisionam trabalhos desenvolvidos por estudantes de graduação e pós-graduação em instituições de ensino de Goiás, como PUC Goiás, UEG, UFG, UFJ, IF Goiano, IF Goiás, UniEvangélica, e de outros estados (UnB, UFPR, UFRO, UNICAMP, UFT, UFMS, dentre outras), em diferentes áreas do conhecimento, preparando assim a próxima geração de cientistas, professores, comunicadores e gestores ambientais. Um aspecto importante a ser mencionado é que os projetos desenvolvidos envolvem atores locais da bacia do Araguaia, especialmente em Goiás, incluindo professoras da rede pública, guias de pesca e barqueiros, pessoas que cada vez mais se configuram como parceiros importantíssimos para que as ações resultem em impacto concreto na sociedade e na vida da comunidade. Então, diante de tudo isso, fica claro que os trabalhos que vêm sendo apresentados nesta coluna são, de fato, uma materialização do tema do CONFAP + CONSECTI, ou seja, fazemos efetivamente “ciência em rede” e esperamos estar usando nossa inteligência coletiva com a máxima potência para ajudar a transformar a região do Araguaia!

Entretanto, embora haja um certo consenso sobre a importância de trabalhar de forma integrada e interdisciplinar, na prática não é tão simples gerenciar e alinhar tantas iniciativas envolvendo tantas pessoas, que, em geral, estão acostumadas a trabalhar de forma mais isolada. Certamente há muitos desafios a serem superados, mas considerando tudo que foi apresentado aqui no “Araguaia em Foco” em 2025, e conversando com tantos colegas e pessoas que circularam pela exposição dos projetos do Araguaia financiados pela FAPEG e pelas demais agências de fomento, no 70º CONFAP + CONSECTI, não é difícil perceber o sucesso das iniciativas e seu poder transformador. Talvez entender a integração dos diferentes projetos e equipes, com suas articulações, ajude a compreender esse sucesso e, eventualmente, indique um caminho a seguir para outras equipes de pesquisadores. Como em qualquer grande iniciativa, seja em pesquisa ou em qualquer outra atividade humana, essas articulações envolvem ações induzidas e planejadas, mas também eventos fortuitos e coincidências que se potencializam a partir de relações institucionais pré-existentes, interesses comuns e convergentes e, por que não, relações de amizade.
É sempre difícil reconstruir os caminhos que levaram aos nossos projetos integrados de pesquisa no Araguaia, sediados em Goiás, e certamente há elementos subjetivos de percepção em qualquer narrativa histórica. As diferentes pessoas envolvidas, a partir de suas linhas de pesquisa e experiências, terão diferentes percepções sobre como essas ações foram gradualmente convergindo e se consolidando ao longo do tempo. De qualquer modo, o ponto importante é que hoje há uma articulação eficiente e bem-sucedida, interdisciplinar, de várias ações de pesquisa e extensão acontecendo na bacia do Araguaia, resultante da integração de diversos projetos e iniciativas. Paradoxalmente, dada a complexidade dessas ações integradas, torna-se inviável apresentar muitos detalhes aqui e, de fato, várias delas já foram descritas aqui nos ensaios do “Araguaia em Foco”. Mas é possível fazer alguns destaques de integração entre projetos, inserção social e interdisciplinaridade em diferentes escalas, usando como exemplos os trabalhos mais ligados à Biodiversidade, os quais se propagam “em direção” a outras iniciativas e a outras áreas do conhecimento.
A partir dos anos 2000, estudos sobre a biodiversidade aquática no Araguaia começaram a ganhar força dentro de diferentes universidades e grupos de pesquisa. Alguns pesquisadores que iniciaram seus trabalhos ainda na graduação ou na pós-graduação, passaram, ao longo do tempo, a ocupar posições de docentes em diferentes universidades, e ampliar suas linhas de investigação na região. Esse movimento coletivo permitiu que ideias antes isoladas se transformassem em esforços coordenados, dando origem a colaborações mais estruturadas e a projetos de maior escala. Um desses projetos foi financiado pelo CNPq e pela FAPEG, na rede Pró-Centro-Oeste de Pesquisa e Pós-Graduação, na qual aprovamos um projeto sobre “Genética Geográfica e Planejamento Estratégico para Conservação da Biodiversidade no Cerrado e em Goiás”, a rede GENPAC. Nesse projeto, iniciado em 2011 e vigente até 2015, uma das ideias era começar a trabalhar com DNA ambiental (e-DNA), algo bastante inovador e desafiador à época, e essa nova metodologia foi aplicada justamente às coletas realizadas ao longo do Araguaia, utilizando um barco-hotel como suporte, sendo esta a primeira expedição de maior porte ao longo do rio realizada por membros das equipes atuais, gerando dados que continuam sendo analisados até hoje. Esse foi o início de uma parceria duradoura, que continua atualmente entre os grupos de ecologia aquática da UEG e a equipe do Laboratório de Genética & Biodiversidade (LGBio) da UFG.

Essa ideia prosperou e foi ampliada no contexto do projeto em rede aprovado pelo grupo em um momento seguinte, o Instituto Nacional de Ciência & Tecnologia (INCT) em “Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade” (EECBio). O INCT é o programa de maior prestígio e volume de recursos do MCTI e, dentro deste programa, o EECBio foi aprovado em 2016 e financiado por uma parceria entre o CNPq e a FAPEG, com uma proposta ampla de trabalho em diferentes áreas da Biodiversidade. Em função de problemas orçamentários e, principalmente, dos atrasos causados pela pandemia da COVID-19, o CNPq aportou mais recursos e solicitou um novo plano de trabalho em outubro de 2021. Nesse plano, entre outras ações, foi proposta uma nova análise, bem mais ambiciosa, dos padrões de e-DNA e biodiversidade no Araguaia, com dados coletados em uma grande expedição que seria efetivamente realizada no início de 2023. Essa proposta de 2021 associada ao EECBio se originou de um projeto apresentado à FAPEG em 2019 e que, apesar de aprovado no seu Conselho Superior à época, ficou à espera de recursos e foi postergado em função do início da pandemia.
Paralelamente, parte daquela mesma equipe participou de uma outra proposta de trabalho no Araguaia financiada pelo Banco Itaú por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e gerenciada pela TWRA (“Tropical Water Research Alliance”), uma organização não-governamental de ciência e tecnologia sem fins lucrativos. Dentre as diversas ações do projeto, estava uma grande expedição ao Araguaia, que ocorreu em 2022. Esse projeto foi a base para que a TWRA estruturasse um projeto maior para estudar o rio Araguaia e que foi apresentado ao CONFAP. A FAPEG se interessou pelo projeto, a partir das tratativas iniciadas ainda em 2019 e, após uma longa negociação, aprovou, no início de 2023, o programa “Araguaia Vivo 2030” (@araguaiavivo).

O programa “Araguaia Vivo 2030” ampliou os horizontes dos trabalhos no Araguaia e passou a incluir, além de todas as avaliações de biodiversidade, uma série de outras atividades ligadas ao monitoramento ambiental, mapeamento e caracterização socioambiental, segurança hídrica, serviços ecossistêmicos, turismo, pesca e educação ambiental, tendo, assim, um enorme potencial de inserção social e de desenvolvimento sustentável. Em síntese, a ideia da proposta ambiciosa apresentada à FAPEG seria responder à seguinte questão: qual Araguaia queremos ter em 2030? A partir disso, a equipe se propôs a gerar uma mudança no status de conhecimento na região e contribuir de diferentes formas para a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. Efetivamente, o slogan “inteligência para transformar um território” nunca fez tanto sentido! Esse caráter altamente multiprofissional e interdisciplinar fica claro nas muitas colunas que foram publicadas aqui no “Araguaia em Foco” ao longo de 2025.
Um destaque importante nesse sentido foi que, durante a expedição de 2025, realizada em fevereiro, incorporamos ao projeto uma equipe de Cinema nucleada no curso de Cinema e Audiovisual da UEG. Foi produzido um filme, intitulado Expedição Araguaia, cujo objetivo principal foi registrar imagens das pesquisas em andamento e o contato dos pesquisadores com a comunidade local. Criar narrativas audiovisuais sobre o Cerrado é um ato de resistência, considerando que esse bioma, apesar de ser o segundo maior do Brasil, raramente protagoniza telas ou debates públicos. Nesse contexto, o documentário desempenha um papel relevante ao despertar empatia no espectador diante das imagens exibidas, aproximando temas que, em outras circunstâncias, poderiam parecer distantes. Além disso, a obra contribui para a articulação entre ciência, sociedade e meio ambiente, ampliando a compreensão coletiva sobre os desafios e possibilidades de preservação do rio. O filme foi lançado em junho deste ano, durante o 26º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), e desde então tem participado de muitos festivais nacionais e internacionais, passando por países como Portugal, França, Malawi, México e Colômbia. Em destaque, o documentário “Expedição Araguaia” recebeu o prêmio de Melhor Filme Ambiental no Festival Internacional de Cinema Independente (FESTICINI) e mais recentemente ganhou o Troféu Seriema, o 23º prêmio nacional CREA do Meio Ambiente!

Logo após a aprovação e implementação do programa “Araguaia Vivo 2030”, em 2023, o CNPq lançou um edital do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). A coordenação do “Araguaia Vivo 2030” então procurou reforçar o componente de biodiversidade do projeto e montou uma proposta envolvendo mais pesquisadores em diferentes grupos de organismos, a serem estudados em toda a bacia do Araguaia. O projeto PPBio Araguaia foi aprovado pelo CNPq e passou a ter então uma forte sinergia com o “Araguaia Vivo 2030” (@ppbio.araguaia). Mais recentemente, outra iniciativa semelhante foi aprovada pelo CNPq no edital 2025 do “Programa Ecológico de Longa Duração” (PELD). O PELD Araguaia, coordenado por professores da UEG, com participação de pesquisadores de diferentes instituições goianas, e fomentado pela FAPEG, se propõe a um monitoramento da biodiversidade a longo prazo na região do Parque Estadual do Araguaia e Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia, próximo ao povoado de Luiz Alves. Há também outras parcerias importantes em biodiversidade aquática desenvolvidas com outro projeto do programa INCT do CNPq, o INCT da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT-Peixes), que vem possibilitando o estudo da espécie de peixe invasora no Araguaia (o Tambaqui), que representa uma ameaça à fauna local.
Ainda no tema de genética e genômica, outras iniciativas importantes também associadas ao Araguaia e ao INCT EECBio incluem, por exemplo, a rede BioGenomas (@biogenomas), um projeto de cooperação internacional com a Alemanha, Chile e Argentina, financiado pelo CNPq e que procura testar modelos logísticos e viabilidade financeira para padronização das metodologias para obtenção de genomas de referência para espécies da biodiversidade brasileira. Esse projeto e outras ações do EECBio mostram o enorme interesse internacional na biodiversidade brasileira, incluindo a diversidade ainda relativamente pouco conhecida da região do Araguaia.
Os pesquisadores também participaram de forma ativa na estruturação de muitas outras redes e iniciativas que reforçam temas relacionados com a biodiversidade no Araguaia e o Cerrado, tais como o “Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede”, que possibilitou a criação de clubes de ciências em Aruanã, implementando bolsas de Iniciação Científica Júnior para meninas da educação básica, além de bolsas de Apoio Técnico para professoras regentes, levando uma nova perspectiva para solução de problemas locais. O projeto “Florinha do Cerrado” trouxe uma perspectiva de envolver a comunidade infanto-juvenil para discutir os problemas da flora do Cerrado, a partir de uma intervenção lúdica, envolvendo crianças e jovens da região, em projetos estruturantes.
Seguindo nessa linha e pensando em um contexto mais amplo em termos de uso sustentável do Cerrado, temos a rede CoMBaru, financiada pela FAPEG em parceria com a Fundação Boticário, que tem por objetivo organizar uma rede de pesquisa voltada para o melhoramento, conservação e uso sustentável do baru, pensando numa cadeia produtiva a partir do extrativismo e cultivo no estado de Goiás. Entender as genética e genômica dessas populações e suas variações morfológicas e fisiológicas, e assim a sua resposta às mudanças climáticas e ambientais, é importante para o sucesso dos programas de uso sustentável e diversas amostragens, inclusive na região do Araguaia, já foram realizadas nesse projeto.
Finalmente, o programa “Araguaia Vivo 2030” permitiu retomar outra parceria importante com a equipe de pesquisadores do Instituto Onça-Pintada (IOP), que há muitos anos vem propondo, com base nos padrões de dispersão da onça-pintada (Panthera onca), o chamado “corredor da onça”, margeando a calha principal do Araguaia e, posteriormente, do Tocantins, ligando assim o Cerrado e a Amazônia e permitindo uma conexão funcional da biodiversidade ao longo dessa região. A criação do corredor do Araguaia foi tema de uma discussão importante realizado pelo Ministério Publico Federal (MPF) em junho de 2024, havendo inclusive um projeto de lei (PL 909/2024) em discussão na Câmara Federal. Nesse âmbito e considerando as novas metodologias inovadoras implementadas no contexto do EECBio e da “rede Biogenomas”, uma das ideias integradoras em parceria com o IOP é monitoras as populações de onça-pintada a partir de análises genéticas não-invasivas nas quais o DNA é extraído a partir de amostras de fezes a serem coletadas ao longo do corredor do Araguaia.

Esses são apenas alguns exemplos de interações entre as equipes, mas certamente há diversas outras possibilidades, com enormes efeitos sinérgicos. Voltando ao evento CONFAP + CONSECTI, devemos lembrar que uma das ideias foi apresentar uma mostra dos “Centros de Excelência” da FAPEG. Dentre os centros já existentes, diversos possuem conexões com os programas de pesquisa no Araguaia e com a equipe de pesquisadores envolvida, especialmente o Centro de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (CHIDRA – Cerrado), sediado na UEG, que integra pesquisa aplicada, monitoramento e inovação para fortalecer a segurança hídrica nas principais bacias do Cerrado. Temos também o Centro de Excelência em Genética e Genômica (CEGGEN) da PUC-Goiás (@geggen.go), que se propõe a organizar análise de genômica nas diferentes áreas de pesquisa, incluindo ciências da saúde, ciências agrárias e, certamente, biodiversidade (ligando-se assim explicitamente com as iniciativas de e-DNA e análise de espécies do Cerrado da bacia).
Estamos associados também ao Centro de Excelência em Tecnologia & Informação em Saúde (CETI-Saúde), que tem uma série de objetivos relacionados ao apoio às políticas públicas de saúde e ao SUS, e em particular realizar análises estatísticas e de modelagem computacional para analisar padrões espaciais e temporais de diferentes doenças, estando assim ligado ao INCT EECBio em termos de associar biodiversidade e aumento de surtos de doenças emergentes e zoonóticas (e nesse sentido os municípios da bacia do Araguaia no noroeste de Goiás podem vir a ser uma região importante nos trabalhos). O núcleo emergente que está criando o Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (CPBioS), também sediado pela UEG, busca integrar conhecimento biológico e ecológico com a prestação de serviços ecossistêmicos que beneficiem a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar humano, e o recém aprovado Centro Temático em Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal de Jatai (UFJ), com financiamento da FINEP, vai integrar desde pesquisas básicas de caracterização da diversidade biológica até aplicadas ao manejo e conservação de recursos naturais.
Há muitas outras possibilidades a serem exploradas e certamente novas interações irão surgir com o passar do tempo. Nos exemplos acima, podemos perceber muitas iniciativas em diferentes projetos de diferentes equipes, sediados em diferentes instituições, mas com objetivos convergentes e trabalhando de forma integrada, potencializando e aumentando a eficiência no uso de recursos públicos. Fazer ciência de alto nível hoje requer muitos recursos financeiros e pessoal altamente especializado e com uma boa formação científica e acadêmica, esse é um ponto fundamental que não podemos esquecer. Além disso, é crucial trabalhar em equipe de forma multi e interdisciplinar. O “Araguaia Vivo 2030” e os demais projetos e iniciativas associadas na região, grande parte delas apoiadas pela FAPEG, demonstram que isso é possível. Como diz o ditado, “sozinhos podemos até ir mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.

Confira quem são os autores do artigo
José Alexandre Felizola Diniz Filho – Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG), Coordenador Científico do “Araguaia Vivo 2030” e coordenador do Núcleo de Modelagem do CETI-Saude e do INCT em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (EECBio), Pesquisador do PPBio Araguaia e do PELD Araguaia.
João Carlos Nabout – Professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), coordenador da Atividade de “Biodiversidade Aquática” no Programa “Araguaia Vivo 2030”, pesquisador do PPBio Araguaia, Diretor Científico do CEHIDRA Cerrado e coordenador do PELD Araguaia, pesquisador do INCT EECBio.
Ludgero Cardoso Galli Vieira – Professor na Universidade de Brasília (UnB), campus de Planaltina (FUP/UnB), Vice-Coordenador do Programa Araguaia Vivo 2030 e Pesquisador do PPBio Araguaia, do PELD Araguaia e do INCT EECBio.
Wellington Hannibal – Professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Coordenador do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos – CPBioS e do grupo de pesquisa em Biodiversidade e Paisagens Fragmentadas, pesquisador do PPBio Araguaia e do Araguaia Vivo 2030.
Rhewter Nunes – Professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Coordenador do Laboratório de Bioinformática e Biodiversidade (LBB) e Pesquisador dos Centros de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (CHIDRA – Cerrado), do Centro de Excelência em Genética & Genômica (CGEN), do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (CPBioS), do PPBio Araguaia, do PELD Araguaia (UEG, FAPEG), do Programa “Araguaia Vivo 2030” e do INCT EECBio.
Fabrício Barreto Teresa – Professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), coordenador da Atividade de “Turismo e Pesca” no Programa Araguaia Vivo 2030, Pesquisador do PPBio Araguaia, do PELD Araguaia, do INCT EECBio e do INCT da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Peixes Neotropicais.
Thannya Nascimento Soares – Professora na Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenadora da rede CoMBaru e pesquisadora do INCT EECBio, do PPBio Araguaia e PELD Araguaia.
Levi Carina Terribile – Professora na Universidade Federal de Jataí (UFJ), vice-coordenadora da Atividade “Dinâmica espaço-temporal da sustentabilidade socioambiental” e coordenadora do “Centro Temático em Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável” da UFJ, pesquisadora do PPBio Araguaia, PELD Araguaia e INCT EECBio.
Leandro Silveira – Presidente do Instituto Onça-Pintada (IOP) e pesquisador do PPBio Araguaia e do INCT EECBio.
Anah Teresa de Almeida Jácomo – Diretora do Instituto Onça-Pintada (IOP) e pesquisadora do PPBio Araguaia e do INCT EECBio.
Tiago Jácomo Silveira – Graduando em Ciências Biológicas pela
Universidade de Uberaba (UNIUBE) e bolsista do Programa “Araguaia Vivo 2030”.
Ana Clara Diniz – Publicitária e Especialista em Marketing e Branding, comunicadora do Programa Araguaia Vivo 2030 e do Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede (CNPq).
Andreia Juliana Rodrigues Caldeira – Professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG), coordenadora da Atividade “Mobilização, Sensibilização e Capacitação de Atores Locais” no Programa Araguaia Vivo 2030, Coordenadora do Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede da UEG. Pesquisadora do CHIDRA – Cerrado, do PPBio Araguaia, do PELD Araguaia e do INCT EECBio.
Thais Rodrigues Oliveira – Professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Coordenadora do Laboratório NAUFO da UEG (núcleo audiovisual de produção de foleys e sons), e Pesquisadora do Programa Araguaia Vivo 2030, do PPBio Araguaia e do INCT EECBio.
Mariana Pires de Campos Telles – Professora da PUC Goiás e da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenadora geral do Programa “Araguaia Vivo 2030” e do “PPBio Araguaia”, Coordenadora do CGEN e pesquisadora do PELD Araguaia e do INCT EECBio.
