Morador ironiza COP30 com faixa satírico em bairro ‘abandonado’ de Belém; assista
05 novembro 2025 às 17h16

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Enquanto Belém se prepara para sediar a COP30, maior conferência ambiental do mundo, moradores da periferia denunciam o abandono do poder público. Em vídeo que circula nas redes sociais, um morador da Travessa Estrela, no bairro da Pedreira, ironiza a situação de sua comunidade, marcada por esgoto a céu aberto e ruas de terra. “Sejam bem-vindos ao nosso balneário”, diz, apontando para a água suja que escorre entre as casas de madeira.
A gravação, feita em tom de sátira, ganhou repercussão por expor o contraste entre o discurso ambiental que atrai a atenção global e a realidade enfrentada por quem vive nas áreas mais vulneráveis da capital paraense. Em meio a alagamentos e à falta de infraestrutura básica, os moradores transformaram a indignação em crítica bem-humorada, chamando atenção para as contradições de uma cidade que, ao mesmo tempo em que se prepara para discutir o futuro do planeta, convive diariamente com problemas ambientais e sociais não resolvidos.
Ao som de uma música animada, ele apresenta a faixa instalada pelos próprios moradores: “WELCOME AO BALNEÁRIO COP30 BELÉM. NÃO QUEREMOS SOLUÇÕES, NÃO PROMESSAS!”.A frase, carregada de sarcasmo, denuncia a ausência de ações concretas por parte da prefeitura, especialmente após promessas feitas durante o período eleitoral.
O narrador, não identificado, brinca com a ideia de que o bairro seria um “balneário” turístico para os visitantes da COP30. Ele descreve as casas alagadas como tendo “piscina dentro de casa” e menciona valores fictícios de aluguel, R$ 3.000 e R$ 6.000, como se fossem propriedades de luxo. “Já tem uma ponte, já tem piscina dentro, mais barata. A mulher tava cobrando R$ 6.000, essa aqui tá R$ 3.000”, diz o locutor, referindo-se às palafitas improvisadas e ao alagamento constante.
Segundo o portal, apesar da visita do atual prefeito Igor Normando durante a campanha eleitoral, ocasião em que gravou um vídeo prometendo melhorias, nenhuma intervenção foi realizada desde então. A única mudança visível é a faixa de boas-vindas e a passarela de madeira construída pelos próprios moradores para acessar suas casas.
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