Um incêndio em uma subestação no Paraná provocou um apagão que se espalhou por diversas regiões do Brasil, deixando milhões de brasileiros temporariamente sem energia elétrica. O incidente, ocorrido na Subestação de Bateias, revelou a complexidade e a vulnerabilidade do Sistema Interligado Nacional (Sin), a gigantesca rede que conecta a geração e distribuição de energia em todo o país.

Imagine uma imensa rede de canos que distribui água por todo o Brasil. Se um dos principais canos se rompe, mesmo que a fonte continue jorrando água, ela não chega às torneiras. Com a energia elétrica, funciona de forma semelhante. O SIN conecta praticamente todas as usinas, linhas de transmissão e distribuidoras do país, permitindo que a eletricidade gerada em uma região seja enviada para outra em tempo real.

A Subestação de Bateias, localizada no Paraná, é um dos nós centrais dessa rede. Com capacidade de 1.500 MVA, ela é responsável por transmitir energia entre o Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Quando um incêndio atingiu um de seus reatores, o fluxo de energia foi interrompido abruptamente, como se um dos principais “canos” tivesse sido fechado.

A rede elétrica brasileira precisa operar em equilíbrio constante: a quantidade de energia gerada deve ser igual à consumida. Com a paralisação de Bateias, esse equilíbrio foi quebrado. A frequência elétrica, que normalmente é de 60 Hz, caiu, indicando que o sistema estava sobrecarregado e corria risco de colapso.

Para evitar um apagão em cascata, entrou em ação o Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), um mecanismo automático que funciona como um freio de emergência. Ele corta temporariamente o fornecimento de energia em algumas regiões para estabilizar a rede.

Devido à interligação do SIN, a falha em Bateias se espalhou em questão de segundos. Subsistemas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte foram afetados. Cerca de 10.000 megawatts (MW) de energia foram desligados temporariamente. O restabelecimento foi gradual e controlado, com normalização total em até 2 horas e 30 minutos.

É importante destacar que o apagão não foi causado por escassez de geração elétrica. O Brasil tinha energia suficiente. O problema foi a falha em uma infraestrutura crítica de transmissão, que interrompeu o fluxo e acionou os sistemas de proteção.

O blecaute teve início com um incêndio que atingiu um dos reatores da Subestação de Bateias, provocando uma interrupção abrupta no fluxo de energia. Como consequência, a frequência elétrica caiu, sinalizando um desequilíbrio no sistema.

Para conter os impactos, o Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac) foi acionado, cortando parte da demanda energética. Ainda assim, o apagão se espalhou por diversas regiões, afetando milhões de consumidores. Aos poucos, a energia foi sendo restabelecida de forma gradual, até que o sistema voltou à normalidade.

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