O governo de Goiás recontratou 7 obras de rodovias em modelo mais rápido de contratação. Para falar sobre o assunto, o Jornal Opção entrevistou, nesta quarta-feira, 26, com exclusividade o presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), Armando Rollemberg, que detalhou o modelo de execução das obras rodoviárias financiadas pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). O fundo é abastecido pela contribuição compulsória dos produtores rurais, conhecida como “taxa do agro”, e tem sido alvo de críticas e debates sobre sua legitimidade.

O presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), Armando Rollemberg | Foto: Divulgação

Segundo Rollemberg, o grande diferencial do modelo é a presença de múltiplos controles e auditorias independentes. Além da fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) e da Controladoria-Geral do Estado (CGE), as obras contam com acompanhamento da Goinfra e da Seinfra.

Um dos pontos mais enfáticos da entrevista foi a diferença de tempo entre o modelo atual e o convencional. “Uma obra dessa, no modelo convencional, levaria no mínimo 3 anos para sair do papel. Nós estamos entregando a obra pronta em até 1 ano. Estamos diminuindo em até cinco vezes o tempo de entrega dessa obra”, disse.

A participação da Bureau Veritas, certificadora internacional com quase 200 anos de atuação, responsável por verificar in loco a conformidade das obras e emitir relatórios de acreditação. “São as primeiras obras no estado de Goiás certificadas pela Bureau Veritas. É algo diferente das obras do modelo convencional”, afirmou.

As obras ficaram entre 10 a 11 dias paralisadas após decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, mas foram retomadas logo depois. Atualmente, por causa do período chuvoso, o foco está em bueiros e obras de arte, não apenas em terraplanagem. “Nenhuma das quatro obras está parada”, garantiu Rollemberg.

O presidente explicou que sua responsabilidade é sobre sete obras contratadas pelo Ifag, das quais quatro já estão em plena execução. O cronograma das rodovias GOs 178, 180, 147, 220, 461 e 206 não sofreu alteração com a entrada da Bureau Veritas, já prevista desde o início como parte do consórcio estruturador.

Rollemberg reforçou que cada centavo é acompanhado com rigor. “Cada real do Fundeinfra é aplicado com rigor técnico, compliance e total transparência… a acreditação conduzida pelo Bureau Veritas adiciona uma camada independente, reduz incertezas, coíbe aditivos desnecessários e dá previsibilidade a prazos e custos”, apontou.

RodoviaValor (R$)Trecho (km)Prazo (meses)Localização
GO-178 (trecho 1)116M38,820BR-364/GO-306
GO-178 (trecho 2)170M46,521GO-306/Itarumã
GO-180123M32,831GO-467/GO-306
GO-147151M46,219Bela Vista/GO-010
GO-220166M45,219GO-341/Perolândia
GO-461108M52,318GO-194/GO-221
GO-206247M68,331GO-178/GO-184

Segundo o presidente, toda obra possui riscos naturais, mas a acreditação internacional reduz incertezas. A certificação segue padrões da ABNT NBR ISO/IEC 17020 e da Portaria Inmetro nº 367/2017, avaliando aspectos técnicos, ambientais e de transparência. Até o momento, não houve registro de não conformidades graves.

O modelo de compliance do Ifag articula múltiplas camadas de controle, envolvendo Goinfra, Seinfra, CGE, TCE-GO e PGE. O Consórcio de Apoio à Estruturação de Projetos (Caep) reúne Bureau Veritas, Alvarez & Marsal (Infra & Capital Projects), Dynatest e o escritório Manesco, garantindo padrões elevados de qualidade e sustentabilidade.

Rollemberg anunciou o lançamento de um BIA (Business Intelligence Agro), desenvolvido pela Alvarez & Marsal, que disponibilizará informações em tempo real sobre as obras com uso de inteligência artificial. “Estamos ampliando a transparência do setor público em muitos degraus acima, com velocidade do setor privado e clareza para toda a população”, afirmou.

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