Goiás é precursor de projeto que permite CNH sem autoescola; afirma delegado Waldir
10 dezembro 2025 às 19h25

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O Detran Goiás se tornou precursor no Brasil de um projeto que dispensa a obrigatoriedade de autoescola para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), medida que reduz significativamente os custos do processo e facilita o acesso à habilitação, especialmente para a população de baixa renda, afirmou o presidente do Detran, delegado Waldir, ao Jornal Opção.
A proposta, batizada de CNH Brasil, foi idealizada pelo Detran Goiás, apresentada ao governo federal e já está em vigor em todo o país.
Delegado Waldir, destacou que a iniciativa surgiu a partir da constatação de uma realidade social preocupante: milhões de brasileiros dirigem sem habilitação por não terem condições financeiras de arcar com os custos do modelo atual. “É justo dar CNH ao pobre. Até então, só o filho de rico tinha condições de ter CNH. São 20 milhões de pessoas sem CNH dirigindo no trânsito, mais outras 30 milhões na fila para arrumar dinheiro para conseguir”, declarou.
Segundo o delegado, o projeto foi apresentado pelo Detran Goiás em três eventos da Associação Nacional dos Detrans (AND) e, posteriormente, levado ao Ministério dos Transportes e à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), onde recebeu aval do governo federal. “É um projeto que nós levamos à Senatran, ao Ministério dos Transportes, e o governo federal acatou a nossa ideia”, afirmou.
Fim da obrigatoriedade de autoescola
Entre as mudanças mais significativas está o fim da exigência de frequência obrigatória em autoescolas, ponto que gerou reação negativa de parte do setor. O delegado Waldir, no entanto, minimizou as críticas. “Não tem que gostar, isso daí não é doce para gostar”, disse.
Para ele, o Brasil não pode permanecer atrelado a um sistema que considera ultrapassado. “Nós não podemos continuar tendo um modelo único no mundo de CNH, de carro com duplo pedal, com impressão de CNH de papel e digital. No tempo que vivemos de Pix, de redes sociais, não podemos ter o pior modelo do mundo. E único”, criticou.
Repercussão e protagonismo goiano
Apesar das resistências, delegado Waldir afirma que a repercussão popular tem sido amplamente positiva, especialmente entre aqueles que historicamente enfrentam barreiras econômicas para obter a habilitação. “É coragem, né? É só para arrumar mais uma quantidade de gente querendo me matar, mas não tem problema, não”, comentou.
O delegado reforçou que Goiás se consolida como referência nacional em inovação no trânsito, destacando o protagonismo do estado na construção da proposta. “Levamos três vezes nesses eventos em vários estados brasileiros, inclusive num evento em Brasília com a Senatran e com o ministro dos Transportes”, concluiu.
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