Após 33 dias de combate ininterrupto, o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás anunciou, nesta quinta-feira, 11, a extinção do maior incêndio florestal ativo do Brasil, que atingiu as regiões de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás.

A operação contou com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente e desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) ligada ao Ibama e a Brigada Aliança, além da mobilização de pelo menos 50 bombeiros em revezamento contínuo.

O fogo teve início em quatro focos distintos e se espalhou rapidamente por áreas de vegetação densa, relevo acidentado e locais de difícil acesso, exigindo estratégias complexas e uso intensivo de tecnologia, como drones e aeronaves para monitoramento e combate aéreo. Um dos pontos mais críticos ocorreu nas proximidades das rodovias GO-241 e GO-112, onde as equipes conseguiram impedir que as chamas ultrapassassem as vias, evitando que novas comunidades fossem atingidas.

Os principais desafios enfrentados incluíram o relevo extremamente complexo, ausência de estradas, variações climáticas e necessidade de vigilância noturna. A área total queimada chegou a 84.050 hectares, o equivalente a cerca de 840 km². Dimensão comparável a cidades como Campinas, João Pessoa ou Florianópolis. O incêndio também ameaçava diretamente a Estação Ecológica de Nova Roma, considerada prioritária no plano da Operação Cerrado Vivo 2025.

Segundo o Tenente Costa Silva, comandante da operação, o sucesso foi resultado de um esforço coletivo e integrado entre forças públicas e comunidades locais, que forneceram suporte logístico, alimentação e informações cruciais sobre o terreno. “Essa vitória é do povo goiano e de todos que acreditam na força da Operação Cerrado Vivo”, destacou.

Em mensagem à população, o Corpo de Bombeiros reforçou a importância de não utilizar fogo durante o período de estiagem, alertando para os riscos ambientais e à vida humana. A orientação é clara: evitar queimadas, denunciar práticas ilegais e adotar atitudes preventivas que podem salvar vidas e preservar o meio ambiente.

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