“Dá para começar uma guerra, hein!”, a frase mostra o trecho de uma conversa entre amigos, obtida pela Polícia Civil do Distrito Federal. Em novembro de 2021, após emitir um certificado de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) junto ao Exército, George Washington de Oliveira Sousa saiu de Xinguara, no Sul do Pará, até Goiânia para aquisição de armas. Em outro trecho da conversa, o amigo do atirador diz: “Vamos precisar, viu? (…) Se roubarem a eleição do Bolsonaro, o Brasil vai entrar em uma guerra civil”.

Em 24 de dezembro de 2022, George Washington foi preso após tentar implementar uma bomba próximo Aeroporto de Brasília em represália à derrota de Bolsonaro nas urnas eletrônicas.

A polícia encontrou na caminhonete do suspeito, um fuzil, duas espingardas, dois revólveres, três pistolas e mais de 3 mil cartuchos de diferentes calibres. Todo o armamento estava registrado pelo Exército no nome dele.  

Ao prestar depoimento, Washington relatou que, caso o atentado fosse bem-sucedido, o armamento seria repassado “a outros CAC’s que estavam acampados no QG do Exército”.

Os relatórios policias mostram em mensagens de celulares e depoimentos de testemunhas que integrantes dos CAC’s participaram de bloqueios em rodovias, atiraram contra policiais e também estavam entre os manifestantes presos em Brasília após os ataques golpistas na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro.