Azul anuncia corte de rotas e saída de 13 cidades em meio à recuperação judicial
09 agosto 2025 às 15h47

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A companhia aérea Azul revelou que passará por uma ampla reestruturação de sua malha aérea, que inclui o encerramento de operações em 13 cidades brasileiras e o corte de 53 rotas consideradas de baixa rentabilidade. A medida faz parte do processo de recuperação judicial iniciado nos Estados Unidos em maio deste ano, sob o Chapter 11, que é um mecanismo que permite a reorganização de dívidas sem interrupção das atividades.
Segundo a empresa, as rotas afetadas apresentam margem de lucro 17% abaixo da média da companhia. Embora não tenha divulgado quais cidades serão desatendidas, a Azul informou que pretende concentrar suas operações em seus principais hubs: Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife. A estratégia visa reduzir a dependência de conexões e otimizar a ocupação dos voos.
A reestruturação também prevê uma redução de mais de 35% na frota futura, o que deve simplificar a malha aérea e permitir foco comercial em mercados mais lucrativos. As decolagens diárias passarão de 931 para 836, uma queda de 10%.
Para aumentar a receita, a Azul planeja elevar as tarifas médias e investir em “receitas auxiliares” por passageiro, como cobrança por bagagens e marcação de assentos. A ocupação média dos voos, atualmente entre 80% e 82%, deve subir para 83%. Outra mudança será no serviço de bordo, com a substituição das refeições tradicionais por boxes de café da manhã e lanches.
A expectativa da companhia é concluir o processo de recuperação judicial entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. A Azul estima eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e receber até US$ 950 milhões em novos aportes de capital.
Outras empresas brasileiras, como Latam e Gol, também recorreram ao Chapter 11 em anos anteriores para reestruturar suas finanças.