Nostalgia, palavra simples, mas perfeita para descrever os Telefones de Uso Público (TUP’s), mais conhecidos como orelhões. Hoje, à beira da “extinção”, os aparelhos bastante populares nos anos 90 e início dos anos 2000 estão cada vez mais ausentes na paisagem urbana goiana. 

Em Goiás, por exemplo, existem 4.491 telefones de uso público instalados, dos quais 4.409 (98,1%) são de responsabilidade da concessionária Oi e 82 (1,9%) são de responsabilidade da concessionária Algar Telecom. Porém, 1.870 (41,6%) estão em manutenção, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso significa que quase a metade deles estão em manutenção, restando pouco mais de dois mil em atividade.

O número é 91,2% menor do que os tempos de auge há cerca de 19 anos atrás. Para se ter uma ideia, em 2004, eram 51.239 aparelhos disponíveis nas cidades goianas. Um dos motivos para o “desaparecimento” seria o alto custo, além da baixa procura pelo serviço e do avanço da tecnologia com os aparelhos celulares e aplicativos de mensagem.

“Não é mais tão fácil encontrar um telefone público em qualquer lugar como era há algum tempo atrás. Se a pessoa sair de casa e precisar de usar um telefone que não seja dela (…) a situação fica complicada. É mais fácil encontrar uma estrutura que tenha condições de fazer uma ligação ou mesmo uma chamada de vídeo do que encontrar um telefone público. A demanda da população mudou”, explica o especialista em soluções digitais, Joel Matos. 

Inovação 

Joel explica que os orelhões foram um marco da popularização da comunicação, responsável por impulsionar o uso da telefonia, mas que acabaram ficando para trás com o avanço dos telefones móveis. Os aparelhos ainda resistem ao tempo e a tecnologia nas esquinas, calçadas e locais públicos devido a obrigação das concessionárias de mantê-los. 

“O desafio do orelhão agora é mais do simplesmente fazer uma ligação fixa, mas prover outros serviços que são baseados na telefonia”, concluiu.