O velório do carpinteiro aposentado Quirino da Silva Souza, de 96 anos, chamou a atenção pela homenagem inédita de familiares, que decidiram sentá-lo em uma cadeira ao invés de deitá-lo em um caixão. O caso aconteceu em Aparecida de Goiânia, na sexta-feira, 1º, quando foi sepultado de maneira tradicional, ou seja, deitado.

O Jornal Opção foi atrás para entender como foi o procedimento feito pela funerária, uma vez que o corpo fica enrijecido, após o óbito, e como foi possível retorná-lo à posição anterior. O diretor executivo da funerária Paz Universal, Wanderley Rodrigues, explicou que segundo ele, o pedido da família é inédito no país.

“Primeiro foi realizado o procedimento de tanatopraxia, que visa desinfectar, retardar o processo biológico de decomposição e tornar as feições mais próximas do natural da pessoa em vida para uma melhor condição do velório”, disse o diretor. Na sequência, ele conta que foi usada a técnica de relaxamento muscular e das articulações.

“Após as homenagens foram utilizadas técnicas de relaxamento muscular e das articulações e ele foi colocado dentro da urna para o sepultamento na forma tradicional sem causar nenhum dano”, pontuou. “Na Tanatopraxia é aplicado fluido arterial. Para o relaxamento não há injeção de produtos, apenas massagens”, arrematou.

Acamado

De acordo com a família, Quirino estava acamado há 10 anos. A filha dele disse que ele gostava muito de reunir a família em torno de si para conversar, mas, devido a um Alzheimer severo, essa reunião não acontecia mais. “Então foi uma forma singular para resgatar essa memória dele sentado com a família”, salientou Wanderley Rodrigues.

O carpinteiro aposentado morreu na quinta-feira, 29, um dia depois de dar entrada em uma unidade de saúde por apresentar mudanças no comportamento. Na unidade médica, os médicos constataram que apenas 45% dos órgãos de Quirino funcionavam e que, por isso, ele não tinha mais tanto tempo de vida.

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