Festa dos Batista em fazenda de Goiás esgota jatinhos em Brasília

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, conhecidos por liderarem o grupo J&F, organizaram uma mega festa na fazenda Santa Luzia, em Aruanã, em Goiás, para celebrar os 90 anos do patriarca da família, José Batista Sobrinho. Ele é conhecido como Zé Mineiro e foi o fundador da JBS. A celebração, de acordo com informações da Folha de S.Paulo, está marcada para hoje, quarta-feira, 13, e tem mais de mil convidados.

Dentre os confirmados estão executivos do grupo e empresários, mas o destaque fica por conta da presença de políticos, como ministros e parlamentares. A lista de convidados é mantida em sigilo por questões de segurança.

No entanto, a movimentação em Brasília para o evento foi tão intensa que, um dia antes, não havia mais jatinhos disponíveis para locação. Diante disso, deputados, senadores e até ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscaram alocar aeronaves privadas para participar da celebração.

Proprietários de aviões, advogados de Brasília revelaram ao jornal paulistano que receberam pedidos de empréstimos de aeronaves feitos por parlamentares e ministros. Os nomes, que tiveram as identidades preservadas, foram personagens delatados pelos próprios irmãos Batista em suas colaborações premiadas.

Essa situação causou surpresa entre os advogados, que ironizam a aparente normalidade com que políticos delatados iriam participar da festa.

A escolha da fazenda em Goiás como local para a festa se deu pelo fato de ser um lugar querido pelo patriarca Zé Mineiro. A propriedade fica localizada a cerca de 500 km de Brasília e conta com uma pista de pouso. A informação é de que não haverá hospedagem no local, e os convidados terão que realizar deslocamentos aéreos de ida e volta no mesmo dia. Além disso, os participantes se comprometeram a não compartilhar vídeos e fotos do evento em suas redes sociais ou para terceiros.

Lava jato

Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram os protagonistas de delações premiadas que abalaram a política brasileira entre 2017 e 2018. O caso teve início quando Joesley gravou uma conversa com o então presidente Michel Temer (MDB).

No áudio, o emedebista pedia a manutenção de pagamentos, inclusive para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. As delações desencadearam uma série de desdobramentos e investigações que envolviam políticos influentes.

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