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Depois uma década de investigação, Israel prova que entidades filantrópicas e até a ONU foram roubadas pelo grupo terrorista
Após o golpe, receia-se que a Turquia estará condenada a entrar em um colapso programado
[caption id="attachment_72741" align="alignright" width="620"] Presidente Recep Tayyip Erdogan: o homem que pode conflagrar a Europa[/caption]
A União Europeia (UE), desde 23 de junho passado envolta com o Brexit da Grã-Bretanha, vê-se subitamente confrontada com outro problema de proporções ainda maiores. Os acontecimentos na Turquia na noite de sexta-feira, 15 de julho passado, ocupam, desde então, as manchetes dos jornais.
A Turquia está sendo foco de preocupações mundiais. Há indícios de que esta preocupação não se abrandará em curto tempo. As repercussões atigem a UE em cheio. Há mais de uma década o presidente Recep Tayyip Erdogan é uma das figuras políticas mais controvertidas do cenário político internacional.
Muito antes do golpe de 15 de julho a Turquia já deixara de ser um país democrático. Para alguns o golpe veio inesperado; para outros, vinha-se anunciando há mais tempo e há até os que afirmam que o golpe provavelmente teve a conivência do presidente Recep Tayyip Erdogan. Talvez, num futuro qualquer, saberemos a verdade.
Para Erdogan o golpe veio em hora oportuna, pois propiciou-lhe oportunidades há muito sonhadas e as quais, sem o levante frustrado, nunca pôde por em prática. A Turquia encontra-se em estado de emergência e está sendo governado por decreto, via “canetaço”, medida usual em regimes de partido único, militares ou ditatoriais que no Ocidente pertenciam ao passado. Em uma de suas primeiras aparições após o golpe Erdogan declarou: “O golpe é um presente do céu”.
O presente celestial serviu a Erdogan como instrumento de vingança. Começou a caça às bruxas. Em apenas 48 horas, cerca de 15 mil pessoas, entre militares, funcionários públicos, professores, jornalistas, radialistas e profissionais liberais foram destituídos de seus empregos.
A medida deu margem a uma pergunta preocupante: como foi possível despedir 15 mil pessoas, de diversas entidades públicas e particulares, em tão curto tempo? A suspeição de que as listas já se encontravam prontas, engavetadas, à espera da hora oportuna é, para muitos, indício de que alguns membros da cúpula do governo devem ter tido noção dos planos golpistas.
Passadas quatro semanas, segundo o semanário britânico “The Economist”, o número de destituídos já aumentara para cerca de 60 mil pessoas das quais 26 mil encontram-se em prisão. Três mil juízes, dezenas de advogados e promotores foram destituídos de suas funções. Muitos tiveram seus bens particulares confiscados. Mais de 40 jornalistas encontram-se presos, 45 jornais e 16 canais de TV foram forçados a encerrar suas atividades.
Quinze mil professores, do ensino elementar até ao ensino superior, perderam seus empregos. Passaportes de 50 mil profissionais foram cancelados entre outros os de dezenas de cientistas turcos que trabalham em ou com institutos europeus e americanos. Com tal expurgo pergunta-se como poderá funcionar o serviço público, o magistério, a justiça, a polícia e o próprio exército? Receia-se que a Turquia estará condenada a entrar em colapso. Um colapso programado.
O expurgo atingiu também a liderança militar onde 50% dos generais foram afastados de seus cargos dos quais cerca de cem encontram-se presos. Entre outras o governo turco assumiu o controle de fábricas e estaleiros do exército. As Forças Armadas sempre foram um baluarte do laicismo e herdeiros do fundador da atual Turquia, Kemal Atatürk. No entanto, a paixão e o fervor islâmico de Erdogan sempre causou suspeita aos militares turcos.
Após a 2ª Guerra Mundial não houve, em nenhum país desenvolvido, e a Turquia até aqui foi um país desenvolvido, com posição singular dentro do mundo islâmico, um expurgo de tais proporções. As medidas lembram a era de Stálin na União Soviética e a Alemanha de Hitler, nos dez anos antes e durante o III Reich.
Há mais de 15 anos a Turquia tenta tornar-se membro da União Europeia e Erdogan nunca deixou de perder oportunidade em demonstrar sua brusquidão contra Bruxelas e contra a OTAN, organização da qual a própria Turquia faz parte. O presidente Erdogan até acusa a Europa e os Estados Unidos de terem participado do golpe e se posicionado ao lado dos golpistas.
Caso esta situação continuar a Turquia não terá chances de participar do “Clube de Cristãos”, denominação usada por Erdogan para a UE. O conceito de democracia da atual liderança turca, a supressão da liberdade de expressão, a instituição da planejada pena de morte e outros fatores são incompatíveis com os valores éticos, sociais e morais de uma sociedade ocidental.
A Turquia é uma nação dividida entre seguidores e opositores de Erdogan. Entre os dois blocos encontra-se o movimento separatista curdo, representado pelo partido PKK, lá proibido. Após o golpe Erdogan declarou: “A Turquia não será dividida”. Uma mensagem direta aos curdos que há muito reinvidicam a independência, movimento que, com as premissas atuais, poderá terminar em banho de sangue.
Turquia, no conceito geoestratégico ocidental, é um país imprescindível à Europa apesar de apenas 5% de seu território, aquém do Bósforo, pertencerem ao continente europeu; os demais 95%, além do Bósforo, para alguns, fazem parte da Ásia; para outros, pertencem ao Oriente Próximo.
A Turquia filiou-se à OTAN em 1952, três anos antes da Alemanha e 30 anos antes da Espanha, que só em 1982 aderiu ao Pacto do Atlântico Norte. Com um contingente de 411 mil soldados, a Turquia dispõe do segundo maior exército dentro da OTAN, superado apenas pelos EUA com um contingente de 1,3 milhão de soldados. Na base aérea de Incirlik, no sul da Turquia, os EUA mantêm o maior depósito de arsenal atômico da OTAN.
Por outro lado, a Turquia precisa da Europa. A economia turca depende da UE que participa com 75% dos investimentos estrangeiros naquele país. Seis mil e 300 empresas na Turquia são, em parte ou em seu todo, de capital alemão. Entre 2003 e 2013 a Turquia teve excelente fase de crescimento. O PIB per capita cresceu de 4.500 para 11.000 dólares e a inflação caiu de 25,3% para 6,5%. Este desenvolvimento contribuíu em muito para a ascenção e o prestígio de Recep Tayyip Erdogan. Na situação insegura atual, investidores mostram-se cautelosos em novos investimentos. Com regime ditatorial a Turquia terá muito a perder.
A trajetória política de Recep Tayyip Erdogan revelou-nos um personagem com insaciável fome de poder comparado a muitos que ilustram tanto a História antiga como a Moderna. As biografias destes homens têm um elo comum. Com poucas excessões sofrem da síndrome do medo e costumam ver inimigos atrás de cada porta. Quando não os encontram, criam-nos.
Erdogan não demorou em encontrar um inimigo responsável pelo golpe: Fethullah Gülen, intelectual turco que há 15 anos vive nos EUA, de onde controla uma rede mundial de organizações caritativas, escolas, universidades, jornais, empresas midiáticas, etc. Gülen, inspirador do movimento Hizmet, foi um ex-aliado de Erdogan, que o apoiou até 2013. Há pouco Erdogan confessou: “... foi um de meus maiores erros”.
Críticos de Erdogan, que não são poucos, sustentam que culpar Fethullah Gülen por envolvimento no golpe é mera quimera. O movimento Gülen está mais para Mahatma Ghandi do que para Napoleão Bonaparte. Seu movimento não tem ingredientes militaristas. Seu lema “construam escolas em vez de mesquitas” é ilustrativo e deveria apaziguar o estado de espírito de qualquer político sedento de poder. Gülen criticou severamente Erdogan por levar a Turquia “cada vez mais ao autoritarismo e afastar-se da democracia”. No que diz respeito ao golpe, Gülen declara: ... critiquei reiteradas vezes o golpe e refuto não ter tido qualquer conhecimento nem participação”.
Erdogan, que tem pouco de ideólogo mas muito de populista, procura sustentar-se no poder com perfídia e boa dose de instinto maquiavélico. “Temos um plano e vamos concretizá-lo”, é a mensagem por ele divulgada em um de seus recentes depoimentos sem explicar no que consiste o plano. Para quem acompanha sua trajetória há mais tempo o plano é claro: Erdogan quer um governo forte no qual todo o poder se concentra em suas mãos à lá Luís XIV, “o Estado sou eu”! O Parlamento será mero atributo.
No auge da onda de refugiados a UE estabeleceu um acordo com o governo da Turquia. Os refugiados chegados à Grécia (ou em uma das ilhas gregas) foram e estão sendo reencaminhados à Turquia. A UE comprometeu-se a ajudar a Turquia com uma verba de 6 bilhões de euros para alojamento, alimentação e assistência médica. Em contrapartida a Turquia pleiteou isenção de visto em passaporte de cidadãos turcos em viagem para a UE.
Após o malogrado golpe e as medidas internas tomadas por Erdogan, as relações entre Ancara e Bruxelas encontram-se em escala de frialdade beirando o grau zero. Por enquanto não há consenso entre os países da UE com respeito a filiação da Turquia. Alguns pedem a interrupção dos diálogos; outros opinam pelo seguimento.
Erdogan ameaça anular o acordo caso a UE não cumprir a promessa da isenção de visto até outubro próximo. Na situação interna atual da Turquia, torna-se difícil para UE abdicar do visto e o relacionamento entre Bruxelas e Ancara tende a piorar. Caso o acordo fracasse, a onda migratória recrudescerá, a Grécia teria uma catástrofe insolúvel e a Europa uma tragédia e um pesadelo a mais.
O golpe de 15 de julho continua envolto em mistérios. Sobre muitos detalhes paira densa neblina. Recep Tayyip Erdogan, o homem que os golpistas queriam tirar do poder, acabou saindo mais fortalecido e não são poucos os analistas que veem o malogro do golpe como positivo. Em caso de êxito a Turquia estaria envolta numa guerra civil entre sunitas, alevitas e curdos; o país esfacelar-se-ia e teríamos mais um Afeganistão e mais uma Síria. Um cenário dantesco! Enqunto isso Erdogan polariza e critica em especial a Alemanha.
Mas quem é que diz que o golpe fracassou? O golpe está em pleno andamento. Mudaram apenas os lados com futuro incerto...

Talmon Pinheiro Lima Leio os editoriais do Jornal Opção com prazer, na certeza de que estou sempre a aprender com seus conhecimentos. São excelentes e seminais. Sobre o editorial “Pedro Ludovico diria a Iris Rezende e Vanderlan Cardoso: ‘Modernizem-se!’” [Jornal Opção, 2144], apenas algumas observações pontuais, fora um pouco do contexto apresentado pelo editor Euler de França Belém: Anápolis detesta Iris (questões paroquiais), tanto que na eleição de 2º turno de 2014, ele sequer apareceu por aqui. Por outro lado, sempre vi Iris como aquele homem “simples”, conforme a imagem descrita pelo consultor [Carlos] Manhanelli, em entrevista recente [publicada na edição 2142 do Jornal Opção]. Iris tem certas características que o distinguem: é autêntico, tem carisma, não tem medo do povo, é prático, e seu linguajar é compreensível por todos. Acredito que Goiânia, cidade cosmopolita mas com um pé na roça, identifica-se com Iris, justamente por tais características. Em nível estadual, o tempo do Iris já passou, mas, para a Prefeitura, acredito que ele venha a vencer, mesmo com esse comportamento defasado (com o qual concordo) exposto no texto. Quanto a Vanderlan, vejo-o sem muita consistência e/ou discurso político. Troca sempre de partido, demostrando uma falta de firmeza e/ou compromisso ideológico. Além do mais, ele é muito insosso, o que dificulta sua empatia com o eleitor. Ele parece muito com [governador de São Paulo, Geraldo] Alckmin, ou seja, outro “picolé de chuchu”. Certamente, é muito competente, observando-se suas gestões na prefeitura de Senador Canedo e sua trajetória de empresário bem-sucedido. Mas, sinceramente, não antevejo chances eleitorais para ele, não.
Talmon Pinheiro Lima é advogado.
“Empreendimentos autorizados continuam bombeando águas e esgotando nascentes”
José Carlos Marqui Sobre a matéria “Boom da construção civil poderá ‘matar’ a cidade em menos tempo do que se imagina” [Jornal Opção, 2144]: O delegado Dr. Luziano está certo, o ideal é ‘subsolo zero’; não há outra saída. Não confio nesses laudos de sondagens, porque o entorno dos parques está cheio de garagens subterrâneas: de prédios antigos, de obras de hoje, de obras de amanhã, de projetos aprovados para o futuro, sendo que todos os empreendimentos autorizados pelos laudos técnicos continuam bombeando águas da drenagem e esgotando as nascentes em volta. Além de tudo, por que não aplicar o princípio consagrado no Direito Ambiental da precaução e da prevenção? Essa engrenagem do bombeamento da recirculação das águas subterrâneas das garagens nunca me convenceu; chamo isso de o verdadeiro desperdício de energia, equipamentos, mão de obra e manutenção, pois o líquido vive dentro de um círculo vicioso que volta sempre para onde saiu; isso se as águas forem bombeadas à montante, coisa que nunca acontece. A cultura da facilidade é sempre esgotar a riqueza hídrica à jusante (para baixo).Email: [email protected]
“Não existe nada de nobre ou elevado na política. Há tão somente disputa pelo poder”
Arnaldo B. S. Neto Assim como sou um leitor pluralista, também gosto de conversar com pessoas de várias opiniões. Não me desagrada que pensem diferente de mim, desde que a conversa seja interessante, estimulante. Mas confesso que tenho tido dificuldade de conversar com pessoas muito comprometidas com projetos políticos. Não me refiro a pessoas que possuem opiniões políticas, pois isto todos temos, em maior ou menor medida, mas sim com quem está engajado num projeto de poder. A conversa, neste caso, passa a ter limites sempre muito definidos. Antes de tudo porque a pessoa está sempre defendendo posições que não podem ser mudadas senão institucionalmente, pelo seu grupo político. Mesmo que a pessoa não concorde, são as opiniões do grupo que ela deve defender. Esta postura, que me parece necessária na política prática, é compreensível. Quem está dentro de um projeto de poder pensa tão somente em aumentar o capital político do grupo. Ocorre que, na minha perspectiva pessoal, esta é uma experiência muito empobrecedora do ponto de vista intelectual. As pessoas verdadeiramente interessantes que conheci são sempre surpreendentes nas suas opiniões. Conversam abertamente, sem preconceitos. Riem e fazem troça de teorias e posições políticas. Não há conversação minimamente interessante sem um pingo de iconoclastia e irreverência. No caso das pessoas muito engajadas, tanto de direita quanto de esquerda, depois de um tempo e já sabemos o que a pessoa vai dizer. Em alguns casos parece até que não estamos conversando com um indivíduo, mas sim com um órgão partidário. Talvez por isso muitos intelectuais importantes recusaram engajamentos políticos partidários. Há exceções, claro. Um amigo dileto, muito engajado, sempre respeita a especificidade da nossa conversação, e simplesmente se despe de sua persona partidária. O resultado é que tenho sempre a impressão de que me diz coisas em privado que certamente não diria em público. Eu entendo a dimensão da política, que é um mal necessário. Também entendo que as pessoas precisam defender as causas que irão atrair ganhos políticos para o seu grupo. E que busquem justificar hoje o que era injustificável ontem. Trata-se de uma disputa, de um combate, de uma competição. Não existe nada de nobre ou elevado na política. Há tão somente disputa pelo poder. A busca pelo poder é a moral secreta do político, mesmo que ele não veja este ponto cego. Tanto que as pessoas, via de regra, se tornam piores e não melhores, após se envolverem com a política. Repito: a política é necessária, dada a imperfeição insolúvel das sociedades humanas, mas para alguém com mais consciência do que se trata, é sempre um sacrifício, uma perda que se consente. Eu acho sinceramente que somente alguém com muito preparo humano e experiência de vida pode se envolver com política prática e não se perder como pessoa.Arnaldo B. S. Neto é professor
“‘Parada Hétero’ é um sinal de que estamos involuindo”
Paulo R. Cane Comentário sobre a matéria “Página no Facebook vira piada após criar campanha incentivando heterossexualidade” [Jornal Opção Online, 2142]: Pelo que eu entendi, o movimento “Parada Hétero Brasil” é basicamente um palanque político. Mas é óbvio que sim, afinal, uma parada hétero luta por qual ideal? Quantos héteros são assassinados diariamente somente por serem héteros? Quais são as proibições que lhes impuseram e não estão previstas em lei? Quem os ridiculariza em público ou lhe incita discurso de ódio? Os posts desta página são basicamente formados por: Apoio a Bolsonaro, Ustra e militares em geral. Criticam as ações progressistas e seus argumentos são rasos, sem base numa teoria sólida ou comprobatória. São frases que só podem ter sido escritas por crianças mal instruídas na faixa dos 12 anos de idade, tais como: “ser hétero é legal, divertido e popular”. (Se não foi, dá-se a impressão). É uma pena que o(a) criador (a) desta piada marqueteira realmente acredite em tudo o que publica. É um sinal de que estamos involuindo. Não por que estão contra o que eu acredito, mas porque estão lutando contra o avanço da própria sociedade na qual vivem. Estão exaltando pessoas de caráter duvidoso, alimentando discursos de ódio, espalhando mensagens de que orientação sexual é uma mera decisão e, por fim, ridicularizando todo um grupo de pessoas que fazem de suas vidas uma luta diária, que são as verdadeiras merecedoras de uma parada e que, como todo mundo, só está lutando pelo direito de ser sem prejudicar a vida de ninguém. Parada Hétero é uma piada, formada por pessoas que provavelmente desconhecem o significado de tolerância, analfabetos funcionais seguidores de figuras duvidosas como Bolsonaro, que para serem levados a sério vão precisar de muito mais que uma página e uma parada.Email: [email protected]
“A honestidade da escrita de Sue Klebold faz parecer que estamos presentes nos fatos”
Luís Carlos Freire Sobre o artigo “Mãe de assassino faz relato pungente e sem concessões sobre a tragédia de Columbine” [Jornal Opção, 2139]: Li o livro. Há momentos muito tristes. Às vezes parece que estamos presentes nos fatos, haja vista a honestidade da escrita de Sue Klebold. Eles não tiveram culpa de nada. Foram bons pais, mas a mente humana é indescritível. Dylan parecia um suicida em potencial. Ele não gostava de viver. É muito complexo. Mas é importante que pais, professores e pessoas que trabalham com as coisas da mente leiam o livro.
Adalberto de Queiroz A santa Hillary é desmascarada pelo bom-moço Julian Assange, fundador do WikiLeaks. No segundo mandato de Barack Obama [presidente dos Estados Unidos (EUA)], a secretária de Estado Hillary Clinton autorizou o carregamento de armas fabricadas nos EUA e Qatar, um país em dívida com a Irmandade Muçulmana, e amigável para os rebeldes da Líbia, em um esforço para derrubar o governo Gaddafi da Líbia e, em seguida, enviar essas armas para a Síria, a fim de financiar a Al Qaeda, e derrubar Assad na Síria. Clinton assumiu o papel principal na organização dos chamados “Amigos da Síria” (aka Al Qaeda / ISIS) para apoiar a insurgência liderada pela CIA para mudança de regime na Síria. Sob juramento, Hillary Clinton negou que ela sabia sobre os carregamentos de armas durante testemunho público no início de 2013, após o ataque terrorista Benghazi. Em entrevista ao Democracy Now, Julian Assange está agora afirmando que 1.700 e-mails contidos no cache de Clinton conectam diretamente Hillary à Líbia à Síria, e diretamente a Al Qaeda e ISIS. Aqui está a revelação de Assange, transcrita: “Juan González: Julian, eu quero mencionar outra coisa. Em março, você lançou um arquivo pesquisável de mais de 30.000 e-mails e anexos de e-mail enviados para e do servidor de e-mail privado de Hillary Clinton, enquanto ela era secretária de Estado. As 50,547 páginas de documentos abrangem o tempo a partir de junho de 2010 a agosto de 2014; 7.500 dos documentos foram enviados por Hillary Clinton. Os e-mails foram disponibilizados na forma de milhares de PDFs pelo Departamento de Estado dos EUA como o resultado de um ‘Freedom of Information Act’. Por que você fez isso, e qual é a importância, a partir de sua perspectiva, de ser capaz de criar uma base pesquisável? “Julian Assange: Bem, WikiLeaks tornou-se a biblioteca rebelde de Alexandria. É a coleção mais significativa e única de informações que não existe em outros lugares, em uma forma pesquisável e acessível, citável, sobre como as instituições modernas realmente se comportam. E é para libertar as pessoas da prisão, pois os documentos foram utilizados em seus processos judiciais. Também é para alimentar ciclos eleitorais, que resultaram no desligamento e contribuiu para a rescisão dos governos. Então, você sabe, as nossas civilizações só podem ser tão boas quanto o nosso conhecimento sobre o que elas são. Não podemos esperar para reformar aquilo que nós não entendemos. “Os e-mails de Hillary Clinton se conectam em conjunto com os casos que temos publicados dela, criando um retrato rico de como o Departamento de Estado dos EUA opera. Assim, por exemplo, a intervenção absolutamente desastrosa na Líbia e a destruição do governo Gaddafi, que levou à ocupação pelo ISIS de grandes segmentos desse país, armas indo para a Síria, sendo empurradas por Hillary Clinton para jihadistas dentro da Síria, incluindo ISIS, tudo está lá nesses e-mails. Há mais de 1.700 e-mails da coleção de Hillary Clinton, que temos lançado, apenas sobre a Líbia”. [Comentário sobre o artigo “O jornalista que vendeu a alma ao diabo e Donald Trump à América”, Coluna Imprensa, 2143].
Adalberto de Queiroz é empresário e escritor
“O paciente deve ter sua saúde e integridade resguardadas por um atendimento global e multidisciplinar adequado”
Bruno Machado Trabalho com saúde pública e privada há quase 12 anos, em sintonia com equipes de profissionais médicos e não-médicos, e concordo que os assuntos abordados pela reportagem “Possível revisão da Lei do Ato Médico retoma velhas polêmicas em relação à saúde no Brasil” [Jornal Opção, 2142] merecem total atenção. O paciente, por sua vez, deve ter sua saúde e integridade resguardadas por um atendimento global e multidisciplinar adequado. Ainda assim, o inesperado pode acontecer, seja nas mãos de médicos ou não-médicos. O que tem ocorrido, por exemplo, na realidade de consultórios dermatológico e de cirurgia plástica, é a chegada de complicações não solucionadas por aqueles que se responsabilizaram por sua execução, mas covardemente visam apenas o “bônus” (sem o possível “ônus”). O ônus, por vezes, é representado por uma complicação que requer diagnóstico e intervenção técnica super especializada, desde a identificação de quais estruturas anatômicas foram danificadas, saber se há a necessidade de antibióticos endovenosos e, em alguns casos, até mesmo enxerto de pele. Ora, a quem caberá essa responsabilidade de tentar remediar o problema? Respondo: ao médico. Então, a lei merece ser revista e se adequar às possíveis situações em que a saúde do cidadão for colocada em risco. O governo não pode tirar de si essa responsabilidade e jogar nas costas de toda uma classe médica que, nos últimos anos, tem servido de “bode expiatório” das ações governamentais mal empregadas ou mal geridas. Chega!Email: [email protected]
“Estamos muito longe de Portugal de seu português europeu”
Mari Sobre a entrevista “O português brasileiro precisa ser reconhecido como uma nova língua. E isso é uma decisão política” [Jornal Opção, 2084]: Finalmente alguém se pronunciou sobre esse assunto! Sou professora de português e fico irritada ao esbarrar em provas que testam alunos em conjugações verbais como vós falais, vós quereis, e assim por diante. Quem conversa dessa maneira? Ensino português para estrangeiros e deixo bem claro que na nossa língua, o português brasileiro, isso não se usa! Ensino que a segunda pessoa do singular é “você” e não tu. E que o plural é “vocês” e não vós, e que nossa conjugação verbal tornou-se mais simples. Escrevemos “estou”, mas falamos e cantamos “tô”. A língua é viva, e transforma-se de acordo com a cultura e com a região. Estamos muito longe de Portugal, da sua política e costumes, para continuar falando o Português que trouxeram para o Brasil há séculos atrás, e que, por sinal, nem usam o gerúndio “falando”. Afora isso, a pronúncia é como um outro dialeto. Como intérprete, frequentemente recebo ligações da Europa para traduzir para o inglês, e, muitas vezes, tanto eu quanto a outra pessoa, as quais supostamente estariam falando o mesmo idioma, não nos entendemos e até sentimos a necessidade de interromper a conversa e pedir a ajuda de um intérprete que fale português europeu.“Elemento português é, de longe, o principal na formação cultural brasileira”
Fabio Tomaz “Nós, brasileiros, não temos a mínima obrigação de falar o português PT, uma vez que os portugueses invadiram essas terras, roubaram ouro daqui, estupraram índias além de movimentar o tráfico negreiro. É claro que Portugal é um elemento importantíssimo para a nossa identidade nacional, mas não é o único, tampouco o principal.” Não há relação de causa e efeito entre aprender a gramática da língua portuguesa (sem PT ou BR, apenas língua portuguesa) e os pormenores da colonização lusitana (inclusive os míticos que muitos acredita, ignorando, por exemplo, que o tráfico negreiro não seria possível sem a atuação maciça de... outros negros, lá na África). E o elemento português é, de longe, sim, o principal na formação cultural brasileira. A influência ibérica é de longe hegemônica no campo linguístico, no campo cultural, no campo religioso, no campo da forma de pensamento. Os elementos indígenas, africanos e de outros povos europeus são apenas superstratos sobre uma base totalmente ibérica, com exceção de povoados e comunidades que se encerram na cultura de seus antecessores, como certas comunidades ítalo-alemãs do sul, aldeias indígenas, etc.“Valorizamos tanto a língua do colonizador quanto a nossa”
Daniela Fontes Moura Acho que o que mais difere o português do Brasil do português de Portugal é o fato de termos a influência do tupi-guarani e dos vários dialetos trazidos pelos negros da África. Só isso já é um bom motivo para criar essa alteração de nomenclatura. Assim como acontece no espanhol, a língua falada na América não é exatamente a mesma da Europa. Isso não quer dizer que neguemos nossa origem, muito pelo contrário: estamos valorizando não só a língua do colonizador, mas também a do colonizado, a língua original da terra, e todas as que chegaram depois e tiveram igual importância na nossa formação cultural.“Nós homens, sejamos gays, bi ou héteros, nunca saberemos o que é sofrer da cultura machista”
Chris Monteiro Sobre o artigo “Sim, precisamos falar sobre o feminismo” [Jornal Opção, 2135]: A cultura machista prejudica a nós, homens? Sim, cobra de nós muita coisa injusta. Mas N-U-N-C-A chegará aos pés do que as mulheres sofrem. E digo isso como homem cis, mas gay. O problema é que nós, homens, independente de gay, bi ou hétero, nunca saberemos o que é sofrer da cultura machista da forma como as mulheres sofrem. Portanto, nunca vamos saber quando nossa opinião/nossa fala estará fortificando o movimento ou quando estaremos assumindo um lugar de fala que não é nosso (mesmo sem querer). Por isso eu entendo, depois de muito tempo também refletindo sobre o meu papel no movimento feminista, o porquê de muitas mulheres resistirem à presença de homens em certos momentos. E aprendi isso por meio dxs amigxs que tenho, feministas e aliados, cis e trans. O fato das feministas dizerem que todos os homens são "estupradores em potencial" reflete esse dia-a-dia machista do qual nós, homens, nunca saberemos como é. Reflete que nem sempre nas ações, mas nos ideais os homens estupram mulheres, despem mulheres de sua existência como pessoas, as objetificam, as reduzem. Isso é violência. Essa reação das mulheres é reação, não é opressão. Portanto, muito cuidado ao comparar em nível de igualdade homens falarem que feminismo é “mimimi” e mulheres falarem que todo homem é uma ameaça em potencial. São patamares completamente diferentes, contextos completamente diferentes, relações de poder completamente diferentes.Email: [email protected]
“A sensação de que o vinho brasileiro é ruim está mudando”
Douglas B.C. Esta sensação de que o vinho brasileiro é ruim da qual fala o artigo “O Brasil tem excelentes vinhos; o que falta é divulgação de qualidade” [Jornal Opção, 2135], vem de um paradigma infindável, que parece não ter fim. Mas isto está mudando, de forma lenta e passível. Muito se deve, além da falta de publicidade de produtores e adegas, também ao sommelier e aos enófilos responsáveis por indicarem e orientarem aos consumidores rótulos de bons vinhos. O fato de os rótulos nacionais serem vistos como ruins advém muito de vinhos muito populares e da falta de orientação para maturar o paladar dos futuros enófilos, estes que pré-julgam um vinho seco como muito amargo e “horrível”. Como um discurso que ouvi outro dia, começou a simplificar o modo de entendimento da maturação de paladar pessoal: “Pode ser grosso o modo como vou exemplificar ao senhor, mas é simples a compreensão desta comparação, o vinho é como um café dado a uma criança, se você oferecer um café amargo, forte e encorpado a ela, pode ser que nunca mais mude sua concepção de que existem bons cafés. Comece com algo mais fácil, simples e suave, sem agredir o paladar dela. Assim sendo como a indicação do vinho. Nós apreciadores, assim como literários, somos responsáveis por fazer mudar a cultura de nossos grupos sociais; façamos isto com amor”. O comentário extenso foi no intuito de, apenas, apresentar meu ponto de vista. A coluna ficou ótima. Meus parabéns Francisco Araújo, e parabéns ao Jornal Opção, pelo belíssimo trabalho.Email: [email protected]
“Voltaire elevou a ironia a um estado de arte poucas vezes superado”
Arnaldo B. S. Neto Se tivesse de fazer a lista dos dez livros que mais me causaram impressão e condicionaram minha maneira de pensar, seria uma injustiça não colocar “Cândido, ou o Otimismo” entre os primeiros. Diria que Voltaire foi o meu primeiro professor de realismo, apesar dessa palavra não ser comumente associada ao famoso escritor francês, que elevou a ironia a um estado de arte poucas vezes superado. Sua mordacidade e cinismo fizeram escola: há muito de Voltaire em mestres como Millôr Fernandes [desenhista, humorista, escritor, jornalista e tradutor brasileiro] e H. L. Mencken [jornalista norte-americano], só para mencionar dois autores indispensáveis para uma educação humorística. Este pequeno tratado contra a ingenuidade, escrito como uma diatribe sofisticada contra Leibniz, coloca Voltaire como um grande mestre do realismo. Todo jovem deveria ler.Arnaldo B. S. Neto é professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutor em Direito Público pela Universidade Vale dos Sinos (Unisinos-RS).
“A aterrissagem final da pipa mágica”
JOÃO PAULO LOPES TITO Quando a gente é pequeno, uma das coisas mais legais de um adulto é saber fazer tudo. Nada é impossível, e pequenos milagres acontecem toda hora. Era assim com o tio Tonim ensinando a fazer estilingue, meu vô Bernardino construindo carrinho de rolamento (e outras mil coisas em madeira) e o tio Jomar colocando linha, chumbada e anzol na vara de pescar. E era simplesmente genial como meu pai sabia fazer pipas. Uma manhã de domingo qualquer ganhava outro tom quando, na época de vento, ele aparecia com pedaços de bambu (projeto tradicional) ou de buriti (tecnologia de ponta, mais leve), facão, cola, linha e saíamos para a papelaria, para providenciar as folhas de papel de seda. A molecada jogando bola na rua e a gente sentado ali do lado, assistindo aquela operação delicada de aparar as varetas, juntá-las com linha de costura, recortar o papel de seda no formato da armação. Era preciso balanceá-las antes e depois de tudo colado. E ter muita paciência. E por fim, a parte mais divertida pra gente (e a em que efetivamente botávamos a mão na massa): fazer a rabiola. Às vezes até minha mãe participava. Ela enrolava sacolas plásticas de forma tão engenhosa que era só passar a tesoura para sair as argolas do outro lado. Depois de tudo pronto e seco, levantar voo. A pipa (nunca me acostumei a chamar de “raia” – que era coisa de quem usava cerol na linha) mais antiga da qual me lembro foi uma que ele fez para meu irmão. Com as iniciais “CV”, de azul, coladas na estrutura de papel branco. E essa pipa voou como eu nunca tinha visto nada voar. Esgotou toda a linha do carretel, virou só aquele pontinho azul claro lá em cima, em meio ao céu do final do dia. Mas a mágica não tinha acabado. “Quem quer mandar telegrama?”, minha mãe perguntou. Que diabos era aquilo? Como assim? Ela recortou pedacinhos quadrados de papel, fez pequenos cortes no meio e encaixou na linha esticada da pipa. E voilà: o papel começou a subir sozinho, caramba! E foi subindo, subindo, até quase sumir. Fomos colocando um por um, diversos, todos subindo obedientes pela linha. Acontece que, antes de o dia acabar, o vento deu uma “minguada”. A pipa reduziu ligeiramente sua altura, e uma árvore maliciosa surgiu no caminho. Aquela árvore amarelada e de galhos nus, quase sem folhas (“canela de velho”, dizia meu avô), parecendo se esticar para alcançar a pipa. E ali ela fez sua aterrissagem final. Um artefato tão engenhoso, preso para sempre num galho invejoso de uma árvore alta. Chorei demais aquele dia. Mas logo outras pipas vieram e não me deixaram esquecer que, mais importante do que o papel de seda enganchado na árvore lá em cima, era ter o mágico sempre presente aqui embaixo. João Paulo Lopes Tito é assessor jurídico no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).“Não vejo ninguém do Executivo falar em reflorestamento em massa”
ALEXANDRE CAMPOS Houve um estudo na Floresta Amazônica que foi denominado “Sobre o Amazonas Voador”. As águas em forma de nuvens que evaporam da mata são levadas pelos ventos em direção às regiões centrais do Brasil, até chegar ao Estado do Rio de Janeiro, em direção ao Oceano Atlântico — basta observar a “moça do tempo” nos programas jornalísticos. Essas nuvens irrigam toda a região central do Brasil e também a Região Sudeste. Com o desmatamento desenfreado da Amazônia, isso iria provocar grandes secas em todo o Brasil e, até 2150, uma desertificação na maior parte do território nacional. A seca está acontecendo. Até mesmo no Amazonas. Em São Paulo, todos já sabem o que vai acontecer; Aqui no Estado do Rio, onde moro, na região norte fluminense, já está ocorrendo o processo de desertificação em alguns locais. O maior rio do Estado, o Paraíba do Sul, está 1,5 metro em média abaixo de seu nível normal. Na região serrana, o quadro está se agravando com as plantações de eucalipto: onde se plantam esses, secam-se as águas ao redor. Estaremos, aqui na região serrana, passando por maus momentos em breve, pois nossa água é daqui mesmo, não teremos como importar essa. Infelizmente todas as “previsões alarmistas” do passado estão se concretizando e não vejo ninguém do Executivo falar em reflorestamento em massa. Assim, a continuar, o Brasil se tornará um grande deserto em 150 anos. E-mail: [email protected]“É urgente uma atividade agrícola sem agrotóxicos”
ARGEMIRO DE OLIVEIRA Na lista dos países verdes, o Brasil ocupa apenas o 77º lugar. É urgente a adoção de políticas públicas que permitam uma atividade agrícola sem a utilização de agrotóxicos que exterminam os insetos e contaminam os seres humanos. Há de se pensar em uma agricultura mais familiar e orgânica. A atividade pecuária já não tem futuro. Gastam-se milhões de litros de água para sustentar o consumo de carne, que, além disso, causa insustentabilidade social e ecológica: secas, crises hídricas, desertificação etc. E-mail: [email protected]“É preciso investir em ciclovias para a periferia”
GERLIÉZER PAULO As ciclovias de lazer estão crescendo na capital, mas acredito que é preciso investir nos trajetos que liguem a periferia aos principais centros comercial da cidade. Outro ponto: é preciso ter infraestrutura para o ciclista, que, por exemplo, quer ir de bicicleta para o trabalho. Gerliézer Paulo é jornalista.“Coluna Imprensa faz boa análise sobre quem sai de ‘O Popular’”
ADALBERTO DE QUEIROZ
Boa reportagem sobre o tema na coluna “Imprensa”. Meu destaque: “Diz um velho ditado que corre entre os que deixaram o maior diário de Goiás que, depois de sair do ‘Pop’, a vida (e a qualidade de vida) só pode melhorar. Talvez não exatamente por ter deixado o jornal, mas por ter levado consigo uma boa bagagem depois de se doar a uma grande estrutura. Longe de lá, Cileide se mostra mais leve para fazer o que mais gosta: jornalismo com pesquisa e análise.” Similares situações parecem acontecer com Karla Jaime e Rosângela Chaves, além do professor-repórter Rogério Borges, com a revista digital “Ermira”. [“Em fase pós-Pop, Cileide Alves se revigora e acerta em temas nas redes”, Jornal Opção 2141] Adalberto de Queiroz é escritor, jornalista e empresário. E-mail: [email protected]“Não podemos mais aceitar nenhuma forma de discriminação”
ELOISO MATOS A maldade, a inveja, os preconceitos, o racismo, a soberba, a arrogância, a injúria racial, a indiferença, o desprezo e tantos outros sentimentos ruins estão presentes na vida das pessoas. No entanto, praticá-los dependerá do caráter, da formação e da educação de cada um de nós. Não existe um racismo e um preconceito institucionalizado que refletem a lei da vadiagem que um dia existiu no Brasil? No entanto, se formos observar com honestidade, sem hipocrisia e máscaras perceberemos que nossa sociedade tem dados estatísticos que comprovam com nitidez como alguns adoecidos nas emoções tratam os afrodescendentes no Brasil, porque se veem no direito de humilhar quem eles considerem inferior. Na vida sempre teremos pessoas diferentes de nós com características físicas e outras tantas. Mas quando um ser humano tenta se esconder atrás de uma multidão — ou de um cargo, de uma posição — a fim de oprimir, diminuir os outros e praticar o racismo, demonstra realmente qual é seu caráter, pois isso é o meio que os mais frágeis utilizam a fim de esconder sua monstruosidade e mau-caratismo. Afinal, “caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando, ou pelo menos acreditamos que não estamos sendo observados”, já dizia Epicuro. Não são poucos os que constantemente se valem de posições, status, cor da pele, “inteligência” e conhecimento a fim de privilegiar alguns e diminuírem outros. Mas isso é apenas uma “brincadeira”. Mas, por causa desse lamentável fato, muitos deram entrevista. Por isso vamos analisar parte do que o técnico Vanderlei Luxemburgo disse, certa vez: “Isso é algo comum, pois o Pelé e outros tantos sofreram preconceitos, racismos, mas venceram.” A declaração é uma sandice, porque devemos banir da sociedade qualquer forma de discriminação, preconceito, palavras de baixo calão, que desprezam as pessoas. Mesmo porque o técnico disse que “o Pelé sofreu”, mas o que causa sofrimento não é bom para ninguém. Não podemos discriminar por gênero. Mas isso ocorre no Brasil. Será que o treinador defendia isso ou aceitava como natural? Pois é “normal” considerar a mulher inferior. Basta observarmos a diferença salarial que existe entre os gêneros masculino e feminino. Não podemos aceitar o preconceito e o ódio contra os pobres, os deficientes físicos, mas isso em muitos casos ocorre. Será que por existir devemos aceitar? Não podemos aceitar o preconceito e as discriminações que ocorrem contra as pessoas “velhas”. São comuns no Brasil essas práticas — vejamos como são os asilos e como muitos tratam os idosos no dia a dia. Talvez devêssemos entender que gentileza, cordialidade, amabilidade são as formas de linguagem correta que devem prevalecer entre as pessoas civilizadas. Esse argumento frágil — de que alguém pode ser humilhado ou desprezado por orientação sexual, gênero, religião, cor da pele, condição socioeconômica, aspecto físico ou cognitivo — não pode existir em nenhuma esfera de nossa Nação, mesmo com o argumento de que é apenas uma “brincadeira” ou quem está ouvindo não deve se importar. Nossas instituições públicas, religiosas, políticas, econômicas precisam ser repensadas e não aceitar essas práticas, mas combatê-las. Esse argumento de que podemos utilizar de sentimentos e praticas vis para destruir e humilhar os outros não pode existir, apenas com a falácia que vamos vencer o adversário em um jogo ou na vida intimidando-o não pode prevalecer. Talvez o grande conselho que devêssemos dar a qualquer ser humano que se sentir humilhado, desprezado e vítima de preconceito seria o de não acreditar no que está sendo falado e também recorrer à Justiça, a fim de processar os que ainda estão adoecidos, os que se consideram como a madrasta malvada que olha no espelho e diz “espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito do que eu?”, ao descobrir que existe ela abriu seu saco de maldade e tenta destruir a Branca de Neve e envenená-la. Quem estamos tentando envenenar? Quem acreditamos que podemos maltratar? Contra quem praticamos nossos preconceitos e racismos? Muitos estão com este conceito deturpado de se considerarem superiores apenas por ter dinheiro, poder, inteligência, profissão, cor da pele, religião, cargo público de destaque e assim, pensam, serem “melhores”. Será que isto é saudável para uma nação? Sejamos sinceros e indaguemos: alguém se sente bem com atitudes que não são respeitosas? Muitos acreditam que são mais “belos” os homens musculosos, as mulheres saradas, os que ganharam títulos nacionais, internacionais, ou foram eleitos etc. Estes se dão o direito de humilhar e praticar preconceito. Isso é semelhante ao que fez Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo que, juntamente com outros, deu cabo à vida de uma “garota de programa”, pois não a consideravam digna de ser feliz e ter uma vida respeitosa. Quais são os preconceitos que carregamos dentro de nós a fim de nos fazer sentir superiores? Vejamos nos meios de comunicação se todos podem ocupar este espaço. Vamos observar francamente se todos têm oportunidades semelhantes no Brasil? Por que alguns adoecidos têm tanto ódio dos que não são tão semelhantes a eles? Isso é preconceito, arrogância e ódio. Talvez devêssemos observar o que Martin Luther King disse: “A lei pode não dar o coração a ninguém, mas podem coibir as ações dos que não tem.” Infelizmente, ainda precisaremos de leis duras para alcançar os famosos, poderosos e os que tentam se esconder na multidão para expressar práticas racistas e preconceituosas. Será que, diante do espelho da vida, você se sente incomodado com o diferente e por isso é tão racista, deseja xingá-lo e não concebe a felicidade e a vitória dele? Mas, se isso é feito somente em campo de futebol, isso vale. Esse é o nosso pensamento? Em Roma, gladiadores proporcionavam a diversão de muitos com seu próprio sofrimento. César apoiava quem alegrava a população. Será que ao ver tanto o “superior” ou “o inferior” nós conseguimos tratar com dignidade, como cidadãos ou fazemos acepção das pessoas? Eloiso Matos é professor. E-mail: [email protected]
Bayram Ozturk
[caption id="attachment_26972" align="alignnone" width="620"] Jornalista turco analisa estratégia de Erdogan para dobrar os EUA | Foto: Divulgação[/caption]
A grande barreira que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan enfrenta são os princípios fundamentais da lei. Podemos resumir os comportamentos dele com a seguinte parábola: “A lei é semelhante a uma teia de aranha, os mosquitos menores ficam presos, os mosquitos maiores furam-na e passam”.
Erdogan muitas vezes furou essa teia que representa a lei na Turquia. Foi implantado o território da paz e da jurisdição penal que obedecem somente a ele próprio. Ele usou sua maioria forte no Parlamento e estabeleceu leis contra a própria Constituição da República. E as aplicou. Muitas vezes ele declarou em público que não reconhece a constituição do Supremo Tribunal e que não respeitaria as decisões da Suprema Corte. Depois do golpe frustrado de 15 de julho, alguns ministros da Suprema Corte foram afastados e destituídos. Assim, ele mostrou a todos que poderia esmagar a Constituição da Turquia.
Erdogan não reconhece as leis no seu próprio país e rejeita as leis de outros países também. Por exemplo: Fethullah Gülen [teólogo turco] reside nos Estados Unidos e o governo de Erdogan, para poder condenar Gülen, deseja que ele retorne à Turquia. Mas existe uma barreira, que se chama lei. Quando o pais exige comprovação oficial documentada para poder condená-lo, Erdogan se põe nervoso, com muita raiva e pergunta: “Por que vocês nos pedem documento? Não somos amigos?” O primeiro-ministro, Binali Yıldırım, confirmou a sentença do presidente Erdogan: “Se vocês desejam ser nossos amigos, quando forem requisitados por nós, devem agir sem considerar as leis. Se os Estados Unidos exigirem documentos que comprovem o envolvimento de Gülen na tentativa de golpe contra o governo turco, ficaremos decepcionados.”
Assim temos uma consideração importante, enquanto o golpe está sendo arranjado. Suleyman Soylu, um dos ministros do governo, proclamou :“Os Estados Unidos forjaram o golpe.” Os EUA negam. O embaixador norte-americano, John Bass, disse: “O governo dos Estados Unidos não planejou, não apoiou ou administrou esse golpe, nem antes mesmo dele começar ou até o presente momento em que teve começo. O governo dos Estados Unidos não teve nenhum envolvimento. E mais; as autoridades americanas ressaltam as provas claras que este golpe frustrado é um artifício usado pelo governo turco para a troca de sistema parlamentarista para presidencialista.”
De um lado temos o governo de Erdogan visando responsabilizar o governo norte-americano, que estaria por trás do golpe. Se os americanos extraditarem Gülen, fica comprovado que eles não têm quaisquer esponsais pela tentativa de golpe. Por outro lado, existe a avaliação norte-americana de que esse golpe fracassado foi planejado justamente para a mudança do regime de parlamentarista para o presidencialista. Foi exigido um documento jurídico para a extradição de Gülen. O governo de Erdogan afirmou que não há nenhum documento jurídico e insiste na extradição de Gülen e, para isso, se apoia na ajuda do governo norte-americano. Se este pedido não for aceito, o governo turco ameaça o fim da amizade com os americanos e sua saída da OTAN [Organização Militar do Atlântico Norte]. Isso significa se distanciar dos Estados Unidos e se aproximar de Rússia e Irã.
O confronto continua pela “linha da amizade” por Erdogan. E ainda ganha uma nova perspectiva pelas explicações do ministro da Justiça, Bekir Bozdag, e do ministro das Relações Exteriores do governo norte-americano, John Kerry. Segundo o acordo entre a Turquia e os EUA sobre extradições criminais, os partidos podem pedir detenção quando existe fuga de criminosos. Para efetivação desse pedido, não há exigência documental em primeira instância. Agora, o governo turco vai fazer um pedido de detenção de Gülen nos Estados Unidos, conforme acordo entre os dois países. O governo turco exige a detenção de Gülen.
Exatamente neste ponto reaparece a lei, que não tem significância para o governo de Erdogan. Nos Estados Unidos há leis que impedem esse tipo de detenção. Digamos que as barreiras da lei sejam ultrapassadas e Gülen fique detido. Então, o que vai acontecer? O governo de Erdogan deve apresentar as devidas provas dentro de 60 dias. Pessoalmente, Erdogan sabe muito bem que não existem provas para serem apresentadas. Então qual é o motivo da insistência, mesmo sabendo da impossibilidade do desfecho da detenção ?
A resposta é muito fácil. Ele começaria a fazer um grande trabalho dizendo que os Estados Unidos entenderam a verdade e prenderam Gülen. Erdogan se apresentaria como o grande líder que obrigou os Estados Unidos a lhe obedecer. Ele anseia demasiadamente que isto realmente aconteça.
Bayram Ozturk é jornalista.“O que falar de um cadeirante ter de disputar espaço com os carros?” Antoniel Benevides Os corredores feitos pela Prefeitura de Goiânia deixam muito a desejar quando se trata de calçada ao pedestre. Veja o grande exemplo do corredor da T-63, que, no sentido Praça da Nova Suíça – Parque Anhanguera ou vice-versa — onde dizem que já está pronto: não se tem a mínima condição de um cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida mover-se pelo local. Deveria ser o grande exemplo, pois se trata de uma região de grande fluxo. Então, creio que isso seja um grande absurdo aos olhos dos goianienses, e algo que faz com que as pessoas não acreditem na tal acessibilidade. O governo municipal deveria ter mais zelo pelas obras que são realizadas no município. O que falar de um cadeirante ou idoso ter de disputar com os carros o espaço de passagem no asfalto? Creiam, aqui em Goiânia isso acontece em vários lugares, inclusive onde a Prefeitura já considera como pronto o corredor de ônibus. Quanto a Senador Canedo, a reportagem é correta ao diz que o bicicletário é bastante usado, sendo que quem gerencia o terminal deve, com urgência, fazer um plano para mais espaço para as bicicletas, para que o local não passe de “lotado” para “bagunçado”. [“Sem um plano para estruturar sua mobilidade, Goiânia tende a entrar em colapso”, Jornal Opção 2141]
Antoniel Benevides é funcionário público.

Depois de aberta a garrafa, o vinho pode ficar na geladeira por dois ou três dias e é importante colocá-lo em garrafas menores
Alisson Azevedo Desde que o homem deixou de ser nômade, quase sempre que se muda é para fugir da falta de água, de víveres, de paz e, bem mais recentemente, pra fugir do tédio. Vim para Brasília para fugir do tédio; saio de Brasília para fugir do caos. Brasília não tem esquina. Essa é uma daquelas verdades triviais que dão em boa metáfora. Para quem veio de Goiânia, com suas quadrinhas sob medida pra pedestre preguiçoso, essa verdade dói nos calcanhares – agora sem metáfora. Mas a metáfora, para quem veio de Goiânia, com seu “à vontade”, seu “bem ali”, seu “deix’eu te falar”, dói mais ainda. Brasília não tem esquina, mas tem céu. “Céu de Brasília / Traço do arquiteto / Gosto tanto dela...” Podendo ela ser a própria Brasília, a mulher para quem Niemeyer desenhou suas curvas, ou ainda uma daquelas deliciosas elipses de Djavan, de quem roubo os versos. Mas Brasília anda cada vez mais prosa e menos poesia. E prosa ruim. A narrativa da política oscila entre o caos e o tédio, e parece não haver sinal de equilíbrio no horizonte. Aliás, estes são tempos duros: estão pouco ligando para as sutilezas do olhar — e menos ainda do horizonte. Minha formação política foi nos anos 90 e naquela época eu não poderia imaginar que sentiria saudade da polarização PT versus PSDB. O PSDB perdeu o sotaque da USP, o PT perdeu o sotaque da Teologia da Libertação, e ambos deram o PMDB de presente ao Brasil. Pobre presente, triste Brasília. Mas gosto tanto dela! Brasília não tem esquina. E a distância — ou melhor, o distanciamento que disso resulta — tem seu quê de cortesia, de civilidade, de cosmopolitismo. Em Brasília, aprendo, se trabalha muito (apesar de uns poucos...). Dia a dia, governo a governo, a capital do poder aprende a respeitar o espaço público e a preservar a esfera privada. Anfitriã dos três Poderes de uma frágil República, Brasília está mais suscetível à pressão e à vigilância. Talvez por isso alguns bons frutos da Constituinte dos já distantes 1987/88 sejam mais maduros por aqui. Concursos públicos para valorizar o mérito, cotas para equiparar as oportunidades, carros oficiais menos notívagos. Esses são alguns dos sintomas republicanos já comuns em Brasília, mas ainda pouco notados e sentidos pelo Brasil grande — e profundo. Brasília não tem esquina. Mas tem entorno. E seu entorno é onde o povo mora — e ninguém vai a passeio. Não há República no entorno de Brasília. Fora do Plano — e sem plano de voo —, a capital da República dá lugar à miséria, à violência, à barbárie. E há muito de Goiás no entorno de Brasília. Um Goiás miserável, violento, bárbaro. Mas talvez esse seja o calcanhar de Aquiles da nossa ufanista goianidade.
Alisson Azevedo é servidor do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO)
“Falcão merece estar no panteão dos craques”
Talmon Pinheiro Lima Palavras de Maradona sobre Falcão: “Um líder. Você o via fora de campo e ele parecia um médico, mas quando colocava o calção sabia muito bem o que fazer com a bola. Foi campeão com a Roma, o que não é pouca coisa.” Não tem como discordar desse gênio da bola. Adoro falar sobre o Falcão, afinal é meu ídolo no futebol. Situá-lo como um mero volante é reduzir o tamanho e a importância do seu futebol. Falcão e Cerezo foram os primeiros meio-campistas brasileiros que assimilaram a revolução trazida pela Holanda de 74. Jogavam um futebol total: defendiam, atacavam, lideravam, faziam gols, utilizando-se de um estilo e classe jamais vistos no futebol brasileiro. A elegância de Falcão em campo era imperial. Parecia um kaiser, a exemplo de Beckenbauer, outro “finesse” da bola. Eu o vi jogando duas vezes no Estádio Serra Dourada, naquele time mítico do Inter de 75/76 que foi bicampeão brasileiro. Na seleção de 82, foi o expoente em um time de craques como Zico, Sócrates, Cerezo, Junior e Luizinho. Ele, sim, foi um cracaço. Merece um panteão ao lado de outros dois grandes da “zona de inteligência”, como diziam os experts de antanho: Didi e Gérson. [“O volante que parou e provocou expulsão de Pelé”, Jornal Opção 2035]Talmon Pinheiro Lima é advogado.
“A morte anunciada do PM e a ausência do Estado”
Jeblin Abraão A morte do sargento PM Uires Alves da Silva em Itacaiu, distrito de Britânia, é aquilo que se pode dizer ser uma “morte anunciada”. A única coisa desta tragédia é que não se conhecia qual seria a vítima da vez e que seria filmada pelo celular — grande invenção deste início de século — de uma pessoa comum, daí todos tomarem conhecimento do que ocorreu. No caso dessa tragédia, os ingredientes estavam todos juntos: álcool, som alto, ausência de elementos essenciais do Estado (esfera estadual e esfera municipal), legislação pífia sobre os direitos da comunidade, Judiciário totalmente ausente das demandas da comunidade e mais outros itens. A única presença do Estado nestes casos tem sido a da Polícia Militar. Aqui, em nossa região — entorno do Campus Samambaia, da Universidade Federal de Goiás —, quem tentou ligar para a Amma para reclamar de som, suposta responsável pela qualidade do meio ambiente, conseguiu falar com alguém? Quem conseguiu teve algum resultado? Há uma Delegacia Estadual do Meio Ambiente, mas parece ser apenas uma para todo o Estado. Poucos sabem da sua existência; você já viu alguma ação desta delegacia? Ela tem pessoal para isso? Relata um funcionário da Amma que, quando um fiscal vai autuar um estabelecimento comercial, aí podem autuar e entrar no ambiente, por som alto. Só que, antes de chegar ao local, recebe ligação de vereador, do presidente da Amma [Agência Municipal do Meio Ambiente], de seu chefe imediato, com a contraordem. Aliás, quem financia as campanhas eleitorais de quase todos nossos políticos eleitos? Tem um abaixo assinado circulando em nossa região solicitando às “autoridades” providência contra o abuso do uso de som muito alto. Quantos assinaram? “Quem tem que fazer alguma coisa é sempre o outro eu não me envolvo com isto...”.Jeblin Abraão é professor aposentado da Universidade Federal de Goiás.

Substituta de David Cameron, a nova 1ª-ministra do Reino Unido tem agora a ingrata tarefa de lidar com o Brexit e todas as suas resistências
Cristovam do Espírito Santo Filho O pátrio poder é definido como sendo o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores. Na legislação civil brasileira (Código Civil), no artigo 1.631, está definido: “Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade“. Nota-se que o exercício do pátrio poder é atribuição “exclusiva” dos pais e não pode ser delegada, nem mesmo ao Estado, sem a autorização dos mesmos. Na verdade, o ordenamento jurídico vigente tem por objetivo proteger a família e proteger o direito dos pais de educar seus filhos de acordo com seus valores e conceitos, sem a interferência desnecessária e abusiva do governo em qualquer esfera. No Brasil, por conta dos mais diversos radicalismos, depois da completa doutrinação “revolucionária” já vigente nas universidades, sejam públicas ou privadas, covardemente, em um projeto muito bem orquestrado e que se traveste do bem para vender o mal, alegando-se a defesa de “minorias”, querem alcançar nossas crianças na mais tenra idade. Querem formar os “radicais” do futuro e garantir um projeto de poder, passando por cima, como um rolo compressor, sobre o direito exclusivo e inequívoco dos pais de educar seus filhos sem a influência estatal. Em Campo Grande, por meio do Projeto de Lei nº 8.242/16, pretende-se, de forma definitiva, evitar o abuso do Estado, seja por parte do Ministério da Educação, seja pelo governo estadual ou pelo municipal, em relação à doutrinação política ou religiosa de nossas crianças, exigindo da escola o respeito ao pátrio poder, portanto, cumprindo-se o que já está assegurado na legislação vigente. O projeto referido é equilibrado e vem atender o interesse dos pais e alunos. Em seu artigo 2º preceitua que o Poder Público não deve imiscuir na orientação sexual dos alunos ou qualquer outra prática capaz de comprometer o desenvolvimento da personalidade dos mesmos. Em outras palavras, o Estado não tem o direito de interferir na educação, em qualquer esfera da vida privada das famílias, pois tal direito compete exclusivamente aos pais como já asseverado anteriormente. É interessante notar que vivemos um momento histórico único. De um lado o Estado brasileiro, especialmente na esfera federal, foi ocupado por radicais que defendem à primeira vista a ideia de uma sociedade justa, sem exploração entre os homens, o que soa bastante atraente. Não haveria pobreza, as pessoas teriam a mesma condição social, não existiram preconceitos de classes, ou de qualquer ordem e todos seriam felizes. Em contrapartida, do outro lado, o cidadão, empobrecido moralmente e financeiramente, está ameaçado por este Estado com sonhos de grandeza! O problema são as propostas e as contraditórias práticas governamentais em busca deste ideal. Como já afirmado, tenta-se vender o “mal” como se fosse um “bem”. Em 1867, Karl Marx lançou sua obra “O Capital”, antecedido pelo “Manifesto Comunista” (1848). Em tese, desenhava em sua teoria a sociedade ideal, na qual todos os objetivos referidos no parágrafo anterior seriam alcançados. Só havia um problema, pois o que fazer com os frutos honestos do trabalho humano inerentes a qualquer sociedade? Segundo Marx, tais frutos seriam entregues integralmente ao chamado Estado que além dos frutos ainda estaria no controle de tudo e de todos (meios de produção). Em suma, sua casa não seria sua, seu carro, se você conseguisse um, não seria seu, ou seja, teríamos uma nação de servidores públicos a serviço de um Estado todo poderoso. Obviamente, em decorrência da visão referida anteriormente e que está atrás destas iniciativas contra o pátrio poder, o chamado Estado socialista seria gerido por pessoas com defeitos e virtudes como qualquer ser humano normal. Estas pessoas formariam uma espécie de elite política e administrativa que comandaria tudo e todos. Em relação ao restante da sociedade, seria uma minoria, mas bastante poderosa, literalmente com poder de vida e morte sobre todos. Isto foi realidade na antiga União Soviética e é fato em países com brutais regimes a exemplo de Cuba e Coreia do Norte. Quem defende esta política educacional contra a família e contra os direitos dos pais, inspira-se nestas ditaduras e buscam um Estado cada vez mais invasivo, ou seja, almejam ao Estado totalitário. Outro problema, para que este tipo de Estado sobreviva as pessoas precisam valorizá-lo acima de qualquer coisa. A individualidade não existe. O coletivo predomina sobre todos. Sendo assim, o que fazer com a família? Simples, destruir este conceito e criar conceitos novos que interessam a esta elite política radical, destruindo valores como identidade sexual, moral e bons costumes. Em uma fase pré-revolucionária para se chegar a isto, quanto mais pornografia, criminalidade e sexualização, inclusive de nossas crianças, melhor para esta pretensa elite política. Na verdade, esta elite já se tornou a nova classe opressora. No final das contas, a atual sociedade está sendo destruída em relação aos valores que sempre cultivou e agora os pedagogos governistas (ou seriam demagogos) querem usar o ensino para atender seus mais obscuros interesses e sede de poder. Não interessa ao totalitário Estado a figura do pai, da mãe e de filhos educados dentro dos valores de uma determinada família. O Estado não tem interesse em concorrer com nada e não divide sua glória com ninguém. O que você deseja para sua família? Você quer viver debaixo de um governo que, a pretexto de ajudar aos pobres, aos necessitados, aos discriminados, busca uma Ditadura para, ao contrário, empobrecer ainda mais a todos, inclusive moralmente? É isto que nossas famílias merecem? Você entregará o pátrio poder ao mesmo Estado que quebrou a Petrobrás, faliu os governos estaduais e municipais e acha que pode educar seu filho no seu lugar? Campo Grande tem a chance de dar um basta à invasão do Estado naquilo que é exclusividade dos pais, das famílias, ou seja, o sagrado direito de educar seus filhos sem a ingerência de governos autoritários e prepotentes, ou seus prepostos. Nossos filhos precisam de boas escolas, de boa instrução, o que deveria ser mais prioritário que a doutrinação de nossas crianças. O projeto de lei nº 8.242/16 representa uma das últimas oportunidades de oposição aos radicais que hoje ocupam as universidades, a pedagogia e o governo. Que os vereadores tenham a coragem histórica de dizer “não” à doutrinação ideológica e totalitária nas escolas. Basta.
Cristovam do Espírito Santo Filho é advogado tributarista.
“Desvio do uso dos subsídios é mais grave do que não tê-los”
Edival Lourenço Obras culturais de qualidade, exatamente por serem de qualidade, não têm público espontaneamente. Daí a necessidade de subsídios públicos para sua sobrevivência, até que caiam no gosto do povo. Sem subsídios, a cultura de um país é massacrada pelo “mainstream” (cultura de massa global). Mas quando há desvio do uso dos subsídios, é mais grave do que não ter subsídios. Porque as culturas genuínas ficam sem apoio e ainda têm de concorrer com a cultura de massa global turbinada com recursos públicos. [“Cultura de qualidade merece subsídio mas a Lei Rouanet não pode se tornar a Lei Roubanet”, Jornal Opção 2139]Edival Lourenço é escritor.
“É uma injustiça falar em Lei ‘Roubanet’”
Amauri Garcia Em relação ao Editorial “Cultura de qualidade merece subsídio mas a Lei Rouanet não pode se tornar a Lei Roubanet” (Jornal Opção 2139), em nenhum momento se falou do contrário. É óbvio que a cultura tenha de ter subsídios, e isso não significa ser conivente com roubalheiras e infração às leis. Nas vezes em que tive acesso aos benefícios de lei cultural, prestei todas as contas e fiz rigorosamente o que define a lei. Eu e mais um monte de gente. É uma injustiça falar em “Roubanet” e defender seu fim é mostrar desconhecimento do assunto e desprezo pelo setor cultural.Amauri Garcia é músico e jornalista.
“Gostaria que a Rede Globo focasse mais em enredos do bem”
Wladya Jade Antunes Eu acho muito boa a proposta de “Velho Chico”. Quero ver sempre mais novelas de época e fantasias, pois de vida cotidiana atual e chata já bastam os noticiários de guerra e morte das TVs. Chega, basta: na verdade, eu gostaria que a Rede Globo focasse mais em enredos do bem, em que os personagens mostrem mais inteligência emocional, solidariedade, fé e ação. Muitas novelas da Record são assim e cativam mais. A Globo está decaindo e não percebe? Em “Velho Chico” é preciso acelerar os fatos importantes, como a parte política, e mostrar mais sobre os projetos da terra. E os personagens também precisam aprender a se perdoar. Do jeito que está, já está ficando chata demais. [“Velho Chico amarga baixa audiência e Globo passa vexame nacional em Goiânia”, Jornal Opção Online]E-mail: [email protected]
“A OS é instrumento de gestão pública moderna”
Welbi Maia Brito As OSs tornaram a gestão da saúde pública mais eficiente por não ficarem presas à legislação que rege o serviço público. É instrumento de gestão pública moderna que ajuda a aplicar com mais eficiência os recursos e melhorar a qualidade dos serviços. [“Marconi recebe convite para liderar campanha nacional em defesa das OSs”, Jornal Opção Online]E-mail: [email protected]
“Curiosa para ler ‘Grande Sertão’ no inglês”
Clelia Nobrega Em relação à entrevista de Eric M. B. Becker ao “Opção Cultural”, intitulada “Se os tradutores não lutassem por seus projetos, muitos escritores não seriam conhecidos” (Jornal Opção 2139), tenho a dizer que estou curiosíssima para ler a nova tradução de “Grande Sertão: Veredas” para o inglês!E-mail: [email protected]
Brexit foi a vitória do populismo e seus artífices se esconderam depois do resultado que chocou até a população da Grã-Bretanha

Lembre-se: o importante mesmo é o corpo dos vinhos — não a sua cor

Presidente norte-americano tenta, a cada atentado, tapar o sol com a peneira, o que fica cada vez mais difícil

Antônio Lopes Canta Belchior, em “Alucinação”: “Um preto, um pobre, uma estudante, uma mulher sozinha, blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais, garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro, os humilhados do parque com os seus jornais.” A humanidade centra no amanhã que nasce atrasado e agora toma o elevador social que desce e sobe, finge que cai, balança, equilibra-se, enfim e sem fim, brinca com a mente da gente sem dente, sem dor nem sorte. Há os que nascem decentes, diferentes dos normais, ou seja, aqueles que jamais alcançarão o status de gente. Assim caminha e tropeça a sociedade civil (des)organizada, produtora de imagens de um filme concreto e cruel, pêndulo cardeal das notícias diárias às quais repassa a mídia, articulada em rede mundial que ecoa a lama que escoa à míngua na língua da mentira contada fiado na flor de pequi e espinho do Planalto Central. O final de semana passado tal qual o imposto – posto – me rouba o lucro parco da semana seguinte, pedinte, ouvinte e carente. Recomponho-me em fotos e fatos novos. Penúltima semana antes das férias esvaziadas em transeuntes e veículos nas ruas da cidade grande. A manchete que mais dói é a de mais um trabalhador sem face e negro, pobre e semianalfabeto, sujo de terra por cavar a cisterna ou a sepultura, assustado à luz dos holofotes da imprensa que lhe empurram goela abaixo os gritos dos microfones alardeadores da denúncia fria e cruel – verdade que queima a língua do crente – gente que morre de frio nas esquinas, sem acesso ao poder em denunciar o peso da exclusão social, a dor de dente presa ao sistema e ao terminal de ônibus que despacha ao inferno uma pobreza destinada à penitenciária mais próxima. Um rapaz que se encontrava dentro do ônibus urbano, desumano, travou longa jornada de trabalho e medo, incerteza e certeza rumo à sua residência, sonho barato tal qual fumaça de cristal queimado invadiu o terminal tomando de assalto o veículo, roubando e agredindo inocentes, tal qual a letra da música: “Um preto pobre, uma estudante, uma mulher sozinha.” Enxame de abelhas africanas, argelinas babilônicas a turba incita a seção de espancamento do pobre coitado, parido do coito forçado e abandonado ainda em feto metafísico no banco traseiro do ônibus, do barco, da decência, da razão que aprova e toma do facão manchado de suor marceneiro, espanca a paciência e espera até a morte pelo jardineiro que traz à mão em calos de servente, indigente, do dedo torto e assassino que aciona o gatilho que ecoa a fedentina, que escorre na baba raivosa dos agressores. A mídia que liberta – desde os tempos de Tiradentes – é a mesma que encarcera, a amiga que trai, a amante incapaz de se entregar. A transparência da inocência, autodefesa sem consciência da preocupação com a esposa e a família, estranha o pedido de prisão estruturado na falácia da acusação. E dos “humilhados do parque com os seus jornais” resta saber o porquê da delegacia “despachar” mais um negro para a penitenciária, a rapidez do processo julgado na lei dos brancos, rápido, antes mesmo que o cidadão insista em denunciar qualquer tipo de dor nas costelas abalroadas no tempo de combate. Entre “blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais, garotas dentro da noite e revólver que cheira cachorro”, mais um pobre e negro, morador de periferia urbana, sujo de terra, “pé de toddy”, sem lenço nem documento, sem advogado sequer currículo, morre sem face nem saliva, provavelmente apenas mais um “rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco e sem parentes importantes, vindo do interior”. Se, de acordo com Karl Marx, “não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”, a rotina concreta do homem pobre e faminto - enclausurado nas celas abertas da urbe violentada e banalizada, denuncia um coletivo vitimado pela escassez de valores multiculturais localizados globalizados de uma geração vazia, empobrecida e assaltada pela falta de ética e razão, desrazão. A conjuntura socioeconômica reafirma a filosofia barata do cotidiano, incapaz de pensar o homem como ser que pensa e faz, age, reage, mesmo que alienado, escravizado sob o jugo do sistema. A corrupção é mãe e a violência, o feto parido, filho bastardo da desenfreada maldição pós-moderna da loucura e alucinação imediatas tal qual figurinha carimbada que desponta do sorteio da virgem no bordel. Haja prozac, tome gardenal! Uma alucinação viva e concreta que retrata “carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar e a solidão das pessoas dessas capitais, a violência da noite...” e a sede de água pura e límpida capaz de lavar a alma da gente que caracteriza e delimita muito mais que uma simples nação que respira estreito e sob as bênçãos do papa social democrata escravo do poder entalhado a ferro e fogo sob o perfil do cifrão, incapaz de vestir a sandália rota ou as vestes de Gandhi. A pompa e os paramentos ejaculam a realidade nua e crua em vestes que enfeitam homens comuns. A população assiste adormecida ao desmonte de um quebra-quebra recortado a juventude transviada e contemporânea a qual, nos dias efêmeros tão atuais assiste-se incapaz e anêmica em reivindicar alguma paz, a migalha de amor ou ainda a legalização, seja ela da marijuana, da honestidade, de alguma igualdade social, um naco de inclusão ou a fagulha igualitária capaz de transparecer algum poder da lei a qual, neste momento, abriga bandidos e prende cidadãos. E o pulso ainda pulsa! Antônio Lopes é filósofo, assistente social e mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
“O Brasil precisa dizer não à reeleição para qualquer cargo”
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“Um País que não é para amadores”
Gustavo Henrique Consigo até entender as pessoas cometendo esse ato ilícito, pois a situação do país não é boa e também devido a carga ter seguro e que nesses casos por serem produtos alimentícios a cobertura chega a ser quase que total, não havendo prejuízo pelas partes prejudicadas. Mas, mesmo assim, não deixa de ser lamentável, pois em país serio isso não devia acontecer mesmo nessa situação. Como, depois, querem cobrar dos políticos práticas minimamente éticas se não olham para o próprio umbigo? Realmente, o Brasil não é para amadores. [“Vídeo mostra população saqueando caminhão de cerveja após acidente em Goiânia”, Jornal Opção Online] E-mail: [email protected]“Grana não compra a essência do jornalismo”
Ribamar Júnior Grande análise! Parabéns a todos os profissionais envolvidos, e ao Jornal Opção pela imparcialidade. A “grana” pode comprar as melhores páginas de anúncio, mas não compra a verdadeira essência do jornalismo. [“Embargo do Nexus prova como o funcionamento das instituições pode salvar uma cidade”, Jornal Opção 2137] E-mail: [email protected]“Medida do MPF contra Crea pode ser tiro no pé”
Nestor Bendo Em relação à matéria “MPF aciona Crea para proibir engenheiros de desenvolver projetos arquitetônicos” (Jornal Opção Online), se esse tipo de medida conseguir delimitar adequadamente os âmbitos profissionais de cada classe, de tal sorte que o mercado se obrigue a valorizar ambas as categorias, há de ser bem vinda. Caso contrário, é apenas um tiro no pé de ambas as profissões. Prejuízo na certa. Os arquitetos estão se mobilizando para preencher todos os espaços que puderem, e a fraca atuação dos Crea [Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia] e do Confea [Conselho Federal de Engenharia e Agronomia] vai apenas permitir que nós, engenheiros, percamos esses espaços. Uma vez que os arquitetos não têm formação técnica especializada em vários dos pontos em que os engenheiros se especializam com grande profundidade, os riscos de erros de projeto crescem. Há o que melhorar na situação? Há. Acionar à Justiça para fazer as mudanças necessárias? Não é o ideal. Devemos lidar com nossos colegas diretamente, respeitar os limites de cada área técnica, fazer concessões e exigências, estudar os casos específicos detalhadamente. Acionar advogados para isso não é o ideal, já que eles desconhecem as minúcias da situação e dificilmente conhecerão. Temos de arregaçar as mangas e fazer isso sozinhos. Nestor Bendo é engenheiro civil. E-mail: [email protected]“Estou fascinado com o ‘conhecimento’ dos brasileiros”
Arnaldo B. S. Neto Fico fascinado com meus compatriotas brasileiros. Nossa cultura e nosso conhecimento não têm igual. Agora todos opinam com profundo conhecimento e propriedade sobre a economia inglesa. No dia em que todo esse nosso conhecimento for usado em prol da nossa própria economia será um avanço fantástico! Arnaldo B. S. Neto é professor da Faculdade de Direito da UFG.
Um garçom atento, bem informado e seguro às vezes é a porta aberta para fidelizar a clientela que aprecia vinho