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Beth Silva
Sobre a matéria “Raquel Teixeira: ‘Reforma do ensino médio é a pauta mais importante para a Educação’” [Jornal Opção Online, 2150]: Para mim, como sempre, a fala da professora e secretária da Educação, Raquel Teixeira, ficou clara. Ela resume tudo muito bem na conclusão de seu discurso. Tudo o que é novidade, e nos tira do que estamos acostumados, pode até assustar. Mas da forma responsável e comprometida que já conhecemos dela, vamos enfrentar nossas dificuldades com muita coragem e a certeza de estarmos no caminho certo.
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“Permissibilidade escolar é a verdadeira responsável pelos índices do ensino médio”
Antonio Alves “Hoje, eles evadem do ensino médio por falta de interesse no que está sendo oferecido.” Isso é uma doce ilusão de quem acha que vai fazer reforma de ensino sem acabar com as aberrações do Sistema. A partir do momento em que a escola proíbe o uso do celular em sala de aula, mas permite que o celular entre na escola, não terá competência para controlar a disciplina do aluno. A permissibilidade dentro da escola é a verdadeira responsável pelos maus índices no ensino médio. Há alunos que trabalham a semana toda em um sistema de horário revezado, tendo apenas um dia de folga de seis em seis dias, mesmo assim a escola permite que o aluno esteja matriculado. Frequentando a escola uma vez por semana, ele já começou evadido. O Sistema faz suas graças e dentro da escola sempre tem alguém que quer fazer esmola com o chapéu do outro. Entrar na segunda aula, por exemplo, só desqualifica a escola e o discente, pois são 200 aulas perdidas e, assim, o aluno acaba esbarrando na evasão porque há contas que não fecham. Essas permissões acabam por estimular a corrupção daqueles que querem sim dar um jeitinho brasileiro. Email: [email protected]“Alicerçado em Sônia Braga, ‘Aquarius’ é um bom filme”
Lisandro Nogueira
Cezar Santos viu muito bem o filme e sua crítica, “‘Aquarius’ é melhor que o discurso micado de golpe” [Opção Cultural, 2150], viu a força da personagem com uma atriz no auge da interpretação. “Aquarius” é um bom filme, alicerçado em Sônia Braga. “Som ao Redor” é ainda melhor. Kleber Mendonça Filho domina a encenação, é estudioso e tem uma equipe que entende bastante de marketing.
Lisandro Nogueira é professor de cinema na UFG e curador da mostra “O Amor, a Morte e as Paixões”
“Homenagem à obra de Maurício de Sousa é simplesmente genial”
Marcos Juliano Sobre “Turma da Mônica mostra para o mundo a força das HQs brasileiras” [Opção Cultural, 2148]: Adquiri a coleção completa recentemente (incluindo “Mônica – Força”, lançada há pouco tempo). A homenagem à obra de Maurício de Sousa é simplesmente genial! Cada artista transmite autenticidade, com seus traços únicos, e ao mesmo tempo resgata a nostalgia nos antigos leitores da Turma da Mônica. Vale a pena investir nessa coleção! Ainda não li todos, mas garanto que sempre fica a sensação de “quero mais”.“Fusão de Bayer e Monsanto muda muita coisa no cenário do agrobusiness”
Adalberto de Queiroz Sobre “Bayer compra a Monsanto por 66 bilhões de dólares. Juntas, faturaram 23 bilhões de euros em 2015” [Jornal Opção, Coluna Bastidores, 2149]: Vi um respeitável analista dizendo que “não muda nada”. A fusão muda, sim, muita coisa no cenário da produção agrícola de impacto (quando a necessidade de alimentos para uma população crescente é imperativo de altas pesquisas de produtividade). Muda também o cenário da geopolítica do business agrícola – a empresa nova, nascida do casamento feito em Washington, pode significar perdas de impostos e taxas pagas nos Estados Unidos e Alemanha (e Índia). É um viés a analisar também para concluir que, novamente: sim, muda muito o cenário do agrobusiness. Adalberto de Queiroz é empresário.“Ou mudamos o sistema agrícola brasileiro ou vamos viver em uma zona desértica”
Antônio Gonçalves Rocha Júnior Parabéns pela entrevista “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água” [Jornal Opção, 2048]. Simplesmente chocante. Mas o pior é que sabemos que não existe alternativa no atual cenário político e econômico. No meu ponto de vista, a única solução possível e urgente é o estabelecimento de um modelo econômico que possa controlar o “mercado”, que possa substituir o agronegócio por um tipo de agricultura sustentável, que não esteja voltada para a exportação e plantação intensiva, mas que respeite os limites da terra, sustentável e não voltada prioritariamente para a produção de alimentos para o mercado interno brasileiro. Para que isso aconteça, é necessário romper com o agronegócio e com o atual modelo econômico. Precisamos de um sistema que não aja de acordo com os interesses do grande capital urbano e rural. O professor Altair toca em muitas questões importantes, mas a central é a discussão sobre o modelo agrícola brasileiro, que passa por muitas intervenções, desde a desapropriação de áreas perto de rios e córregos, deslocamento de cidades, criação de corredores ambientais, reforma agrária, entre outras medidas. Ou fazemos isso ou vamos viver em uma zona desértica. A discussão é urgente e envolve todo o Brasil. Antônio Gonçalves Rocha Júnior é advogado.
Partidos de ideias radicais crescem com insatisfação da população em relação às elites políticas
Na Itália, chama-se a uva de Primitivo e, nos Estados Unidos, de Zinfandel. Trata-se da mesma uva, mas os vinhos são diferentes, dados o meio ambiente e o clima
Rafael Macedo Mustafé Sobre “Assassinato de jornalista deve gerar debate sobre imprudência e maldade e não sobre sua sexualidade” [Jornal Opção, Coluna Imprensa, 2149]: Concordo plenamente que o foco não deve ser desviado. Ao focar na sexualidade da vítima, estaríamos esquecendo o grande e preocupante foco de discussão. A sexualidade em si não tem importância. Ter sua própria sexualidade é um direito humano. O debate e o combate devem ser contra qualquer fator que ameace tais direitos. O grande debate é de como punir e com isso evitar ao máximo possível a maldade humana e o seu desrespeito à liberdade individual. Não só punir eu creio, acho que a educação também tem seu papel em diminuir essa “maldade humana”. Rafael Macedo Mustafé é médico.
“Sempre é aconselhável a não exposição a perigos desnecessários”
Isabel Valverde Excelente texto! Concordo que nada tem a ver com a sexualidade da pessoa, mas com a forma que encara e leva sua vida. Do outro lado, a maldade é humana. Não interessa o gênero, a opção, a sexualidade de alguém, sempre é aconselhável a não exposição a perigos desnecessários! E seja lá quem for e do jeito que for, uma morte aconteceu e é isso que deve ser relevante: a apuração e a punição dos culpados.“Professor Pasquale dá aulas a Cármen Lúcia”
Wilmar Valente Júnior Sobre a matéria “Professor Pasquale corrige Cármen Lúcia e prova que termo presidenta está correto” [Jornal Opção Online, 2145]: O simpático Professor Pasquale Cipro Neto, ao explicar que a forma é usada há décadas e devidamente dicionarizada, dá duas aulas à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. A primeira, de Português: “‘Data venia’, Excelência, o cargo é de presidente ou presidenta”. A segunda, de boa educação: “Tenho profundo respeito pela ministra Cármen Lúcia, não só pela liturgia do cargo, mas também e sobretudo pela altivez com que o professa. Justamente por isso, ouso dizer que teria sido melhor ela ter dito simplesmente “Prefiro presidente”. Quer dizer, ministra, que todas as coisas têm limites e que para além e aquém deles não se pode manter a virtude. Seja juiz ou juíza, mais ainda o presidente ou a presidente/a do Supremo, mais limites tem e o gracejo grosseiro certamente está além deles. Wilmar Valente Júnior é advogado.“Num mundo de redes sociais, as pessoas só leem títulos”
Cristiano Vieira Sobre “O que está por trás das 11 demissões da Folha de S. Paulo? Um mercado que jornais ainda não entendem” [Jornal Opção, Coluna Imprensa, 2148]: Num mundo de redes sociais, onde as pessoas estão lendo só títulos, percebemos que o conteúdo realmente pouco tem importado. Vejo publicações de manchetes tendenciosas no Facebook, com títulos polêmicos. As pessoas reagem (curtem, amam, odeiam etc.) e comentam sem ler. A leitura é ignorada. Vejo ainda que muitos portais trazem textos extensos e sem objetividade, o que afasta o leitor. Os goianos “Diário da Manhã” e “O Popular” publicam notícias superficiais, sem informações suficientes, com excessos de erros de digitação, de concordância e de gramática. Isso tudo pode afastar leitor e anunciantes e determinar a morte do meio de informação, somando-se a isto a parcialidade jornalística que é notória na maioria dos jornais. Email: [email protected]“Vou procurar livros do Yuri Kazakov aqui em S. Petersburgo”
Adalberto de Queiroz Li o artigo “Um conto magnífico de Yúri Kazakov sobre um (quase) encontro entre Liérmontov e Púchkin” [Jornal Opção, Contraponto, 2149] e, eis uma feliz coincidência: ainda nesta semana postei (em minha página no Facebook) e no grupo Literatura Goyaz poemas de Pushkin e Lermontov do mesmo tradutor, o zeloso poeta Jorge de Sena. Parabéns! Vou procurar livros do Yuri Kazakov aqui em S. Petersburgo. Obrigado por compartilhar. Adalberto de Queiroz é empresário e está em São Petersburgo, na Rússia.“Os governantes acionaram a contagem regressiva para caos generalizado”
Simone Signoretti Após terminar a leitura da entrevista “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água” [Jornal Opção, 2048], com o professor Altair Sales Barbosa, me dei conta de que nunca tinha me deparado com um texto que expusesse tão profundamente sobre esse assunto. Fiquei estarrecida de saber a que ponto chegamos. Muitíssimo se fala de florestas e matas e de sua preservação. Como cidadã comum, nunca sequer sonhei que o Cerrado tivesse essa importância crucial para a preservação das águas, do ar e que fosse um sistema tão antigo e impossível de ser reproduzido artificialmente. Estou indignada que isso não seja ensinado em nossas escolas e que a população no geral vive sem ter acesso a essas informações. Por isso, essa situação se tornou irreversível. Os governantes inescrupulosos deste País acionaram a contagem regressiva para o colapso e o caos generalizados e a população nem sabe o que os espera. E-mail: [email protected]
Mísseis sírios continuam a cair do lado israelense “acidentalmente”, e o exército de Israel tem de responder
“A Revista Playboy, infelizmente, só sobreviveria se fosse reinventada”
EDSON ARAN Sobre “Livro resgata histórias secretas da revista Playboy, como a da filha de Fidel Castro que posou nua” [Jornal Opção, Coluna Imprensa, 2148]: Boa matéria. A melhor que li sobre o livro, na verdade. Relutei mesmo em escrever meu texto porque existe uma confraria do ego inflado entre ex-playboy que não corresponde à verdade dos fatos. É só pegar os exemplares antigos e conferir se a revista era assim tão espetacular depois de Mário de Andrade. Não era. Mas a confraria segue batendo bumbo e contando histórias requentadas, muitas delas falsas. Ninguém diz, por exemplo, que a descoberta da identidade de Carlos Zéfiro foi contestada por Jaguar, que apresentou outro Carlos Zéfiro no Pasquim como prova. Mas é assim mesmo. Imprima-se a lenda. Não na Playboy, infelizmente, que só sobreviveria se fosse reinventada. Edson Aran é ex-editor da Revista Playboy.“Paulo Henriques Britto também se perguntaria por que Augusto de Campos não faz referência às traduções brasileiras de Emily Dickinson”
ADALBERTO DE QUEIROZ Sobre “Augusto de Campos lança edição revista e ampliada de traduções da poesia de Emily Dickinson” [Jornal Opção, Coluna Imprensa, 2148]: Excelente, Euler. A pergunta final é também interessantíssima, e creio que um tradutor da altura e qualidade de Paulo Henriques Britto a endossaria. “Por que Augusto de Campos não faz nenhuma referência ao trabalho de outros tradutores brasileiros ou portugueses?”. Sabe você e meus seis leitores que minha tradutora favorita é a dona Aila de Oliveira Gomes, mas aguardo o livro do xará [Adalberto] Müller e tiro o chapéu para este Campos, que já desejo ler. Aqui do Báltico, efusivas saudações. *Adalberto de Queiroz é empresário e editor.“Melhor Portugal ficar quietinho onde está”
*EVERALDO LEITE Sobre “O Prêmio Nobel Joseph Stiglitz sugere que Portugal saia do euro para recuperar sua economia” [Jornal Opção, Coluna Imprensa, 2148]: O economista Joseph Stiglitz imagina que, com uma política fiscal mais flexível, o governo português poderia incentivar a economia, melhorando o ambiente num prazo mais curto. Talvez pudesse também realizar acordos bilaterais de comércio internacional a partir de uma moeda mais barata. Além disso, seus salários poderiam se flexibilizar em relação aos salários de outros países europeus. Bem, tudo isso seria possível, mas não antes que todas as empresas fugissem desesperadamente do país. Melhor Portugal ficar quietinho onde está! *Everaldo Leite é economista.“Quem sai a noite não tem transporte”
VICTOR HUGO CUNHA Sobre “‘Projeto proíbe aplicativos de informar blitz e não de funcionar’, garante relator” [Jornal Opção Online, 2148]: Quanto ao pessoal da balada que bebe e dirige? Libera logo o Uber, libera também o número de licenças de táxi, obriga o transporte coletivo a funcionar 24 horas e isenta-os de impostos. Daí todo mundo que quer ir à balada, que vá de Uber, de táxi, de coletivo. Quem sai à noite não tem transporte, então acaba indo no próprio carro. Queria o quê? O Estado brasileiro não cumpre basicamente nada de sua obrigação de garantir o direito de ir e vir, mas depois vem querendo punir exemplarmente. Primeiro garanta transporte. E tem mais, tolerância zero absoluto, foi exagero, um país com transporte público de terceiro mundo querendo fazer legislação para motoristas de primeiro mundo. Lá no primeiro mundo, não falta transporte coletivo 24 horas, aí sim cobram dos motoristas particulares, mas só cobram de quem realmente exagera.“A região do Marista, que já sofre nos horários de pico, vai travar após a implantação do Nexus”
RENATO CASTRO Sobre a matéria “A pedido da Consciente, Prefeitura de Goiânia arranca árvores saudáveis da calçada do Nexus” [Jornal Opção Online, 2148]: Eu apoio a medida por reconhecer que as árvores realmente atrapalhavam o trânsito na calçada. Entretanto não apoio o projeto pelo porte e localização. A calçada já está desse tamanho devido ao viaduto que construíram para tentar melhorar um pouco o trânsito de veículos na região. Imaginem como ficará após a implantação do shopping. A região que já sofre nos horários de pico vai travar. [caption id="attachment_74440" align="alignleft" width="620"]
Foto: Marcelo Gouveia/Jornal Opção[/caption]
“Sustentabilidade é uma palavra que não existe na antiga capital mais arborizada do país”
Sobre a matéria “A pedido da Consciente, Prefeitura de Goiânia arranca árvores saudáveis da calçada do Nexus” [Jornal Opção Online, 2148]: Fico decepcionada. Várias vezes vi árvores saudáveis sendo retiradas em nome de um “projeto mais sustentável” que as construtoras pregam. Goiânia está perdendo cada vez mais seu espaço verde, em nome de grandes edifícios, que só servem para encher ainda mais lugares/bairros que já estão saturados e onde seria inimaginável a existência de outro “empreendimento”. E a “fiscalização” na cidade corre frouxa. Sustentabilidade é uma palavra que não existe na antiga capital mais arborizada do país. Email: [email protected]
A batalha entre os sunitas da Arábia Saudita e os xiitas já dura 13 séculos e parece que não vai acabar nunca
O mundo ocidental vai observar inerte o nascer de nova configuração geográfica no Oriente Próximo?
Parabéns pelo texto, Euler Fagundes De França Belém. O mais impressionante nesse cenário político é constatar o quanto a ideologia e a parcialidade embaçam a percepção de tantos intelectuais, escritores, artistas, pessoas conhecidas... A viseira é imensa. Muito boa sua análise, principalmente o trânsito respeitoso e lúcido entre o escritor, sua obra, sua miopia, o quadro político todo e seus “personagens”. Abraço grande.
“O fanatismo leva ao nivelamento intelectual”
Lourenço Pinto de Castro Brilhante trabalho, como é de seu feitio, retrata cabalmente a fidelidade, a subordinação da esquerda psicopata - não aos ideais - porém, ao amparo da conduta de seus membros; a verdade, o fanatismo, o autoritarismo, supondo estar acima de todos e da lei, levam ao nivelamento intelectual, daí, a falta de lógica de seus intelectuais.“Só se pode falar bem de Raduan na imprensa brasileira”
Carlos William Leite Sem dúvida, Euler, um de seus melhores textos. Sobretudo, pela coragem. Basta observar que sobre Raduan, na imprensa brasileira, só se pode falar bem.“Caluniam a Igreja afirmando que ela impôs regras, que forçou a catequização”
Lucimar Jesus Sobre o artigo “Vaca Amarela, Jesus, Maria e a hipocrisia” [Jornal Opção Online, 2146]: Realmente é possível “certas” pessoas não terem compreendido a razão e o sentimento de indignação dos católicos e dos que respeitam o Direito, visto que vivem tão fechados no “eu”, no grupinho “dos nós”, tão excluídos, tão marginalizados e tão estereotipados, que não percebem que fazem o mesmo com tais atitudes. Caluniam a Igreja afirmando que ela impôs regras, que forçou a catequização, que roubou, etc. O direito de um cidadão não deve de maneira nenhuma ferir o direito do outro. Mas, e se tal ato fosse feito com Iemanjá? Ou com o busto de Anita Garibaldi ou Malala Yousafzai? Será que seria errado nossa indignação? Pois estaríamos, do mesmo jeito, indignados. Seria falta de respeito ao sagrado para um grupo, no primeiro caso; no segundo, desrespeito à história nacional; e no terceiro, façam e verá a confusão diplomática que o país enfrentará. A Igreja Católica não te pede pra viver conforme a Boa Nova, exige apenas para quem fez a opção de ser católico. Assim sendo, porque acha o julgo dela pesado se não faz parte do seu corpo? Se sente esse desejo de fazer o certo, o bem, é por ser uma pessoa boa, e cada um tem um dom, que você não coloque o seu acima do Amor, mas no cotidiano, no servir ao próximo em suas necessidades a exemplo de Maria. Email: [email protected]“Não dá pra esquecer das ‘Casas do Brasil’, que promovem o estudo da língua e cultura brasileiras em vários países”
Laura Duarte Muito boa a entrevista com o professor Marcos Bagno [Jornal Opção, 2084], de quem sou fã. Só questionaria dois aspectos: um é quanto à divisão entre professores e pesquisadores na universidade. Sou formada em letras na USP [Universidade de São Paulo] e agradeço profundamente ao curso justamente por me oferecer os dois tipos de formação. Acredito que, para formar esse tipo de professor — que possa ensinar a usar e a pensar a língua —, é sim necessária uma formação linguística e literária de profundidade que se confunde com o trabalho do pesquisador. Um professor de língua deve ser um pesquisador da língua. Também estudei na Argentina e acho que, apesar da incrível qualidade, falta espaço para o estudo das línguas estrangeiras de forma científica. Quanto às políticas linguísticas do Brasil no exterior, concordo que ainda falta muito. Mas não dá pra esquecer das “Casas do Brasil”, que existem em vários países e promovem o estudo da língua e cultura brasileiras. E-mail: [email protected]“As línguas acompanham sempre o progresso ou o retrocesso ideológico e moral dos povos”
Moacir Romeiro Gostaria de ter participado da entrevista com o sr. Marcos Bagno, para mostrar as incongruências da fala dele. Na ânsia de defesa de seu discurso corrompido, ele mente para o leitor. As línguas acompanham sempre o progresso ou o retrocesso ideológico e moral dos povos, já disse um excelente escritor; e o linguista Bagno é um símbolo do retrocesso moral e ideológica da sociedade brasileira. E-mail: [email protected]“Nosso português tem importância no cenário internacional”
Macgyver Freitas Acho que a importância numérica e econômica do português brasileiro já superou o português de Portugal há muito tempo e concordo que não seria difícil a "independência" de nosso idioma, digo isso pelo que presencio no mercado de softwares. Quando eu era pequeno, os programas costumavam ter como opção apenas o “português”. Com o passar dos anos surgiu a opção “português brasileiro”, e atualmente na maioria dos softwares e jogos que eu utilizo, a opção “português” é cada vez mais rara, tendo apenas a opção “português brasileiro”, o que evidencia a maior importância que o nosso português tem no cenário internacional, sobretudo no nicho de softwares. Imagino que o mesmo se repita em outros segmentos.
“Mau gestor é um mau negócio para o bolso do eleitor”
Gilberto Marinho O eleitorado não pode ser analisado de forma global. Por alto, deve ser dividido em, pelo menos, dois tipos: o primeiro, a maioria, vota por fatores emocionais e, dessa forma, vota sem levar em conta fatores racionais e sem perceber que, no fim das “contas”, ele é que vai pagar o pato. O outro tipo é o leitor esclarecido e bem informado que tem os meios intelectuais para perceber os benefícios e/ou malefícios de uma escolha. É evidente que nesse segundo tipo de eleitor há aqueles que votam ideologicamente. Mas os demais têm condição de perceber que o principal objetivo do mau gestor é aumentar a arrecadação (impostos) para manter privilégios e uma corte de correligionários. E aumentar impostos, direta e indiretamente. Exemplo de aumento indireto: o anúncio de que o boleto do IPTU deixará de ser enviado – e que caberá ao contribuinte imprimi-lo – criará confusão e dificuldades para o contribuinte, resultando no aumento do volume de multas, aumentando, portanto, a arrecadação. Ou seja, o mau gestor é um mau negócio para o bolso do eleitor. Gilberto Marinho é jornalista.“Será que experiência é realmente importante?”
Antônio Macedo O eleitorado é bem heterogêneo. Um número significativo de eleitores segue o partido político e é fiel a ele, mesmo quando não gosta do candidato. Outro número expressivo é influenciado pela mídia, pelas pesquisas. Temos ainda um bom número não ligado a partidos políticos e que avalia experiência e honestidade. Será que experiência é realmente importante? Iris Rezende e Marconi Perillo, respectivamente eleitos pela primeira vez para prefeito e governador, fizeram uma administração com uma ótima aprovação popular. E existem aqueles políticos com reiteradas passagens pelo poder que não conseguem atender os anseios da população. Antônio Macedo é médico dermatologista.“Novo prefeito eleito deverá ver economia e gestão acima da política”
João Bosco de Carvalho Freire A economia em si (Global) é apolítica, escolhendo seus caminhos por outros mecanismos independentes de quem está no governo A ou B. Ela manuseia, mas não se submete. Quando Fernando Collor de Mello deixou definitivamente o governo, houve um grande fluxo de investimentos externos que aguardavam a estabilidade política. Houve uma súbita melhora na economia e os investidores bem orientados tiraram proveito antes e após o momento. É possível que isso ocorra novamente quando Michel Temer assumir definitivamente. Enquanto houver mínimo risco, isso não acontece. Quero dizer com isso que é necessário, além de popularidade e ideologia, o traquejo com a economia e um razoável potencial para a gestão. Disso advirá ou não o sucesso do mandato. Uma visão macro e micro da situação e como reagir a ela são indispensáveis ao novo eleito, que deverá ver a economia e a gestão acima da política, uma vez instalado no poder. Temer sinalizou bem aos investidores, logo no primeiro dia, com a medida 727 e a indicação de Henrique Meirelles. Isso é válido também para os governos estaduais e municipais extensivamente, uma vez que a economia é a base para a realização, no campo social, da saúde, educação, segurança e demais áreas. João Bosco de Carvalho Freire é advogado.“Zé Mulato & Cassiano são ‘maiores’ que Pena Branca & Xavantinho”
Arnaldo Salu Muito boa a lista “As 13 maiores duplas sertanejas de todos os tempos” [Opção Cultural, 2089). Vai repercutir, e causar polêmica também. Muitos não vão concordar o artigo, apesar das ótimas (e engraçadas) justificativas do historiador Ademir Luiz. O resultado da “complexa equação envolvendo valor histórico, influência, permanência, proposta estética e representatividade em seu período de atuação” na ponta do meu lápis faz, por exemplo, com que não concorde com a inclusão de alguns nomes e a exclusão de outros. Nomes como Raul Torres & Florêncio, grandes intérpretes das músicas do lendário João Pacífico, que atuaram por 30 anos, até o ano de 1970, e eternizaram clássicos como “Cabocla Tereza”, “Pingo d’água” e “A moda da mula preta”, e que exerceu grande influência na origem estético-musical das duplas subsequentes, inclusive Tonico & Tinoco, não poderiam estar fora de uma lista de maiores de “todos os tempos”. Em sua equação, um elemento deve ser considerado: a regionalidade. A música batizada pela indústria fonográfica como sertaneja, e de fato a música caipira, antes das facilidades de comunicação tão comuns na atualidade, nos idos dos anos 30, 40 e 50 do século passado, contava somente com o comércio de discos, das apresentações musicais e do rádio ainda pouco difundido nos rincões do País para chegar aos ouvidos do público. Desse modo, muitas duplas tiveram grande repercussão, valor histórico e representatividade regional. Ainda nos tempos mais recentes acredito que esse fator deve ser considerado. Acredito, por exemplo, que Zé Mulato & Cassiano, dupla de Brasília com reconhecimento nacional (ganharam o Prêmio Sharp em 98 e o Prêmio da Música Brasileira em 2015, ambos na categoria música regional e eram considerados por Inezita Barroso como a dupla mais representativa da música caipira na atualidade) são “maiores” que Pena Branca & Xavantinho. De qualquer forma, gostei de observar Ademir Luiz interessado em um tema da cultura caipira para além do trabalho de orientação acadêmica. Gostei de ver também seu pai antenado nos novos talentos da viola, como Mayck & Lyan. Fale para ele procurar também por Lucas Reis & Thácio e também um tal de João Carreiro. Arnaldo Salu é cineasta.
“Propaganda excessiva sobre o Coringa de Jared Leto em ‘Esquadrão Suicida’ foi o tiro no pé da Warner”
Benjamim Santos
É inevitável não fazer comparações ao falar de “Esquadrão Suicida”. O título da matéria “Marketing exagerado é o maior vilão de Esquadrão Suicida” [Opção Cultural, 2145] não poderia ser mais acertado, visto que a Warner tentou repetir o sucesso de marketing alcançado por sua concorrente, Marvel, em “Deadpool”. Não conseguiu. O marketing foi bem feito, sobretudo com as milhares de notícias que circularam sobre a “genial” interpretação de Jared Leto como o Coringa, mas o filme deixa muito a desejar. Aliás, essa propagação toda sobre o Coringa foi o tiro no pé da Warner, afinal Leto é melhor cantor que ator.
Ok, não deram espaço o suficiente para que ele mostrasse sua “genialidade”, mas isso não é argumento. Talvez não tenham dado porque ele é mau ator. Ganhou um Oscar por seu papel em “Clube de Compras Dallas” unicamente pelo fato de ter emagrecido tanto — a Academia ama esse tipo de atuação: Charlize Theron — que é uma boa atriz — também ganhou a estatueta com a ajuda de uma mudança corporal drástica, visto que engordou 13 quilos para viver a serial killer Aileen Wuornos no filme “Monster – Desejo Assassino” (2003); Christian Bale — que é muito melhor que Leto — também ganhou o Oscar por seu papel em “O Vencedor” (2010), para o qual emagreceu 28 quilos.
É possível dizer que Leto foi premiado, por assim dizer, pela persistência: em 2007, engordou 28 quilos para interpretar o assassino de John Lennon no filme “Chapter 27”. Anos antes, emagreceu 11 quilos para fazer o seu papel em “Requiem for a Dream”. Pronto. Foi isso. Nada demais. Não é que ele seja um excelente ator. Além disso, Leto teria que ser mais que genial para superar o Coringa de Heath Ledger em “Batman: o Cavaleiro das Trevas” (2008). É impossível não comparar.
Então, voltando ao argumento inicial: o marketing da Warner foi tão bom quanto o de “Deadpool”. A diferença é que Ryan Reynolds conseguiu entregar o que a propaganda vendeu; Leto, muito longe disso. Reynolds está muito bem no filme, que foi bem executado pelo estúdio e olha que estamos falando da Fox, aquela mesma empresa responsável por todos os desastres da franquia “X-Men”.
Além disso, por incrível que pareça, Leto não é Reynolds — e isso é algo triste de se dizer, afinal, Reynolds, como ator, é tão bom quanto o seu filme do “Lanterna Verde”.
Benjamim Santos é estudante de Letras.
“Tentaram dar mais profundidade às personagens, mas o tiro saiu pela culatra. Uma pena”
Thiago Burigato* Muito boa a análise. Eu vi o filme no dia em que foi exibido em Goiânia com boas expectativas e até entendi o que os criadores quiseram fazer, tentando dar uma profundidade às personagens, estabelecendo um vínculo maior com o Batman, mas... o tiro acabou saindo pela culatra. Uma pena. Thiago Burigato é jornalista.“Ela disse tudo o que eu ia dizer”
Anderson Fonseca* Adorei o artigo da Ana Amélia Ribeiro, no Opção Cultural, sobre o filme “Esquadrão Suicida”. Eu ia escrever para o mesmo jornal, mas depois que li, pensei: “Ela disse tudo o que eu ia dizer!”. Anderson Fonseca é escritor.“Se Coco Chanel foi nazista, não sei, mas uma coisa é fato: tinha grande talento para a moda”
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Coco Chanel considerava Adolf Hitler um “grande europeu”[/caption]
Greice Guerra*
Sobre o artigo: “Coco Chanel foi nazista e antissemita convicta” [Coluna Imprensa, 1884]
Não sabia desse lado de Coco Chanel. Já assisti documentários e filmes sobre sua vida, onde observei infância e juventude muito difíceis! Nunca ouvi ou vi nada a respeito deste “outro” lado de Coco. Deve ser uma leitura interessante. Não li o livro, mas talvez a mesma tenha tido essa postura por uma questão de sobrevivência. Claro que não justifica, mas pelos documentários e filmes que já vi a respeito de Coco Chanel, ela sofreu muito preconceito, opressão e até mesmo perseguição devido ao seu estilo “vanguardista” de ver a vida e a moda também. Era uma mulher muito à frente de seu tempo, sendo a criadora da calça comprida para mulheres, sendo uma das primeiras a usá-las.
Em Paris, principalmente na Champs-Élysées, existem várias homenagens e inspirações a Coco Chanel. Eu a adoro e a admiro! E gosto e uso seu “estilo”. Se ela foi nazista ou simpatizante, eu não sei e não vou julgá-la, mas uma coisa é fato: ela possuía grande talento para a moda! Independente de qualquer coisa, sou sua fã e seguidora de seu estilo. Adoro o estilo Coco Chanel!
*Greice Guerra é economista.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial em 1945, o mundo dividido em dois blocos, teve início à Guerra Fria
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Vladimir Putin: astucioso, frio, imprevisível e pérfido para uns; para outros, apenas enigmático| Foto: The Presidential Press and Information Office[/caption]
As opiniões sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, são ambíguas. Para uns é astucioso, frio, imprevisível, pérfido; para outros, simplesmente enigmático. É provável que nenhum dos predicados que lhe são atribuídos corresponda à realidade. Para entender o que se oculta atrás do rosto do chefe do Kremlin é necessário, antes de tudo, conscientizar-se das apreensões que o perturbam. Tentaremos explicá-las.
O malogrado tratado de associação comercial entre a Ucrânia e a UE, em novembro de 2013, que mais tarde culminaria em acordo de livre comércio, prepararia o terreno para a adesão da Ucrânia a UE e possivelmente também a Organi-zação do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Presidente da Ucrânia era, na época, Viktor Janukowytsch, vinculado a Moscou. As gestões, no entanto, já tinham sido iniciadas por seu antecessor, Viktor Juschtschenko, vinculado a Bruxelas.
Após a ruptura da União Soviética, a maioria dos ucranianos ansiava aproximar-se da UE tal qual os países do Leste Europeu e dos Bálcãs, sob hegemonia soviética desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Janukowytsch, apesar de seus vínculos com Moscou, mas sentindo a pressão dos ucranianos, optou por dar continuidade às gestões de aproximação à UE iniciadas por seu antecessor Juschtschenko.
Vladimir Putin viu com desagrado a aproximação de Kiev com Bruxelas. Dois dias antes da assinatura do acordo na reunião de cúpula dos chefes de governo dos 28 países da UE em Vilnius, capital da Lituânia, em fins de novembro de 2013, o presidente ucraniano, Viktor Janukowytsch, informou as autoridades em Bruxelas, depois de cinco anos de gestões, que não mais assinaria o documento com o argumento de que “a Ucrânia ainda não estaria preparada” para filiar-se a UE.
O malogro, manuseado à distância diretamente de Moscou, irritou e decepcionou Bruxelas. Na Ucrânia a decisão repercutiu de forma redobrada. Em 21 de novembro de 2013, após o súbito anúncio do governo em Kiev que o acordo, de momento, não seria assinado, os ucranianos foram às ruas.
Tiveram início as demonstrações na Praça Maidan apoiadas com a presença de líderes políticos da Europa e dos Estados Unidos vistos ao lado dos manifestantes, cenas que obviamente não foram do agrado de Vladimir Putin.
Os manifestantes reinvindicavam, entre outras, a assinatura do acordo, a demissão do presidente Viktor Janukowytsch e novas eleições. Os protestos na Praça Maidan terminaram com dezenas de mortos, Janukowytsch perdeu o cargo, houve novas eleições e o sucessor (e atual) presidente, Petro Poroschenko, oligarca avesso a Moscou, faz de conta que esqueceu o assunto.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial em 1945, o mundo dividido em dois blocos, teve início à Guerra Fria, o confronto entre Leste e Oeste ou Capitalismo e Comunismo. Em abril de 1949 foi criada a OTAN, uma aliança de defesa entre os EUA e vários países europeus, para enfrentar a influência da União Soviética nos países do Leste Europeu, subjugados pelo comunismo de Stálin e Lenin.
Em maio de 1955 foi criado, no Leste Europeu, o Pacto de Varsóvia, outra aliança de defesa e ajuda mútua em caso de agressões militares liderada pela União Soviética. Signatários, além da União Soviética, foram a Romênia, Polônia, Bulgária, Hungria, Tchecoeslováquia e a Alemanha Oriental. A OTAN propiciou o estacionamento de milhões de soldados americanos na Europa; o Pacto de Varsóvia, milhões de soldados soviéticos no Leste Europeu.
Com a queda do muro de Berlim em 1989, também desabou a União Soviética, fato que Vladimir Putin até hoje lamenta e é a causa de seu distanciado relacionamento com Michail Gorbatchév. Culpa-o pela desagregação da União Soviética, pela perda de segurança da Rússia e argumenta que a abertura à democracia e ao livre mercado também poderia ter sido conseguida sem a queda do Império Soviético. Putin resumiu sua tese numa única frase: “A queda da União Soviética é a maior catástrofe geopolítica do século XX.”
O mesmo fim teve o Pacto de Varsóvia que desagregou-se em 1995. A OTAN continua existindo e, por desgosto de Putin, foi substancialmente ampliada com adesão de vários países do Leste Europeu, anteriormente sob hegemonia soviética, entre os quais todos que pertenciam ao Pacto de Varsóvia.
A OTAN foi criada por 12 países; hoje são 29. A ampliação da União Europeia e da OTAN em direção ao Leste (Teoria de Brzezinski) e projetos de ampliação ao sudoeste Europeu como Geórgia, Ucrânia e Moldávia, países protegidos por tropas russas ou milícias locais pró-Rússia, são incompatíveis com os planos políticos e geoestratégicos de Vladimir Putin.
Com uma superfície de 17.100 milhões de km² (o dobro do Brasil) a Rússia tem uma população multiétnica de 146,5 milhões de habitantes (incluindo a Crimeia), com 34 etnias e línguas. A religião predominante é a Ortodoxa Russa seguida do Islã que representa 15 % da população. A Rússia, portanto, é o país europeu com a maior participação islâmica.
Sabemos, desde as duas guerras na Chechênia, uma república antônoma dentro da Rússia no Cáucaso, onde separatistas islâmicos rebelaram-se contra o governo central em Moscou, que Vladimir Putin não tolera manifestações islâmicas na Rússia e receia movimentos semelhantes nos países que a cercam.
No flanco sul, nos países da Ásia Central que se limitam com a Rússia, predomina o Islã. Dos 15 países islâmicos da ex-União Soviética atualmente apenas 5 demonstram, embora débil, simpatia com Moscou: Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Belarus e a Armênia. Os demais permanecem neutros ou mantêm-se à “reservada distância”.
Nos EUA, durante o governo do presidente Ronald Reagan (1911-2004), foi iniciado o projeto Strategic Defensive Initiative (SDI) incrementado no governo do presidente George W. Bush sob o nome de National Missile Defense (NMD) e prosseguido pelo presidente Barack Obama.Trata-se, resumidamente, de um cinturão de foguetes intercontinentais, guiados por satélites, a serem instalados na Europa em terra e mar, desde a Finlândia, via Báltico, Polônia, Hungria, Romênia e alguns países da Ásia Central, com a finalidade de defender eventuais ataques do Irã, um argumento que nunca convenceu o presidente Vladimir Putin. O argumento atual é o de defender a Europa de um eventual ataque da Coreia do Norte o que o convence ainda menos.
Em maio passado o exército da Polônia realizou a “Anaconda”, uma manobra militar de grande amplitude, com a participação de 31 mil soldados, na qual foi simulado um ataque russo naquele país. “Estamo-nos preparando para um ataque da Rússia”, declarou Andrzej Duda, presidente da Polônia.
Outra manobra militar internacional, a “Saber Strike”, foi realizada em junho passado, com a participação de 10 mil soldados de 13 países membros da OTAN em três campos de treinamento na Letônia, Estônia e Lituânia, a 150 kms da fronteira russa. Mais uma vez, Putin sentiu-se ameaçado.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, informa que a Aliança incrementará seus projetos armamentistas na Romênia onde colocará à disposição soldados para uma brigada comandada por aquele país. Trata-se de “uma presença feita sob medida” para a região do Sudoeste Europeu sob controle da OTAN, disse Stoltenberg. Putin sente-se ameaçado.
Além destas medidas, a OTAN criou várias unidades menores com um contingente máximo de 4 mil soldados, de rápida deslocação, a serem localizadas nos países bálticos e em outros países do Leste Europeu.
Na reunião de cúpula, realizada em 8 e 9 de julho passado em Varsóvia, a OTAN apresentou novos planos de defesa em reação à crise da Ucrânia e à política de Vladimir Putin com a qual sentem-se ameaçados, em especial, os países bálticos e a Polônia.
Vladimir Putin, chefe-supremo das Forças Armadas da Rússia, ordenou testar a mobilização do exército russo em repressão às manobras da OTAN no Báltico e na Polônia. Putin age e reage de acordo.
Este desenvolvimento está sendo visto por alguns observadores como simples jogo de guerra. Fato é que encontramo-nos em plena 2ª Guerra Fria na qual o confronto não mais é entre Capitalismo e Comunismo. O novo foco de atrito é o Expansionismo ou, em outros termos, a ampliação de áreas de influência. Putin vê a OTAN como agente provocador neste conflito preocupante de interesses que já agora tem ingredientes que poderão torná-lo dramático.
Frank-Walter Steinmeier, ministro das Relações Exteriores da Alemanha, comentou: “Esta corrida armamentista, este tilintar de espadas, não serve para nada”. Steinmeier foi arduamente criticado em círculos da OTAN.
Para os EUA, a Teoria de Zbigniew Brzezinski (ampliação da UE em direção ao leste Europeu), divulgada em 1997 (The Grand Chessboard – American Primary and Its Geostrategic Imperativs, Basic Books), foi um plano estratégico concretizado em grande parte conforme explicado acima. Para a Rússia foi e continua sendo uma agressão.
Paralelamente a estes desenvolvimentos a Europa, concentrada e aturdidada com a onda de refugiados, com a infindável guerra na Síria, com um Iraque desestabilizado, com uma Líbia sem governo e em parte já dominada pelo ISIS, com um Iémen em guerra, com um Afeganistão sob controle de clãs talebanes, com uma Turquia imprevisível e inconfiável e com o terrorismo no próprio Continente, esqueceu-se completamente de que, em sua porta sul, na Ucrânia, borbulha uma guerra na qual a Rússia ameaça abocanhar uma parte do país.
Moscou não poupará esforços para impedir a ampliação da UE e da OTAN em direção ao Sudoeste Europeu ou à Ásia Central. Uma questão de hegemonia que precisará de muita diplomacia a fim de evitar um conflito de proporções imensuráveis na porta sul da Europa.
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