Bastidores
É provável que, com a saída de João Campos do páreo, as Assembleias de Deus de Goiás possam hipotecar apoio, para deputado federal, ao pastor Elismar Veiga (PHS), vice na chapa de Carlos Antônio, candidato a prefeito do PSDB em Anápolis. Mas é um assunto sobre o qual o líder humanista não quer conversar neste momento. Elismar Veiga, segundo aliados, sublinha que mais importante é discutir a eleição municipal de 2016 e sugere que 2018 ainda está relativamente distante.
O candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, não estaria muito satisfeito com o Major Araújo (PRP), que, além de palpiteiro, teria um discurso excessivamente radical, o que, sendo moderado, não agrada ao peemedebista. De cara, o ex-prefeito vetou a tal de “bolsa-arma” — uma proposta do militar aposentado e deputado estadual. Quando alguém fala em “bolsa-arma”, o decano do PMDB fecha a cara, irritado. Iris Rezende tomou ojeriza do assunto.
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Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
“Iris Rezende só vai disputar o governo do Estado de Goiás em 2018 se falar que, eleito, não vai deixar a Prefeitura de Goiânia”, afirma o presidente do PHS de Goiânia, Marcelo Augusto.
O ex-presidente da Câmara Municipal diz que Iris Rezende sempre conta com a suposta memória curta das pessoas e sempre arranja uma desculpa para deixar o governo e se candidatar a outro posto que considera mais importante. “Goiânia, desde a década de 1960, sempre foi vista por Iris Rezende como trampolim para disputar o governo do Estado. Ele não mudou nada, mas nada mesmo.”
O deputado Major Araújo só se tornou vice porque o presidente do PRP, o marqueteiro Jorcelino Braga, prometeu a Iris Rezende que fará sua campanha por um preço bem abaixo do que os demais candidatos a cargos majoritários estão pagando. O peemedebista tem dito que fazer uma campanha barata, por isso estaria adotando uma “política de guerra” — com a tese de “mais ação e menos gastos”. O PRP é um partido que não acrescenta muito. E, como resposta ao candidato do PR, deputado federal Waldir Delegado Soares, Major Araújo não acrescenta muito. O delegado, segundo aliados do PR, entende mais de segurança pública do que o militar aposentado.
Do deputado estadual José Nelto, do PMDB: “Waldir Soares não pode transformar a eleição em Goiânia numa espécie de segundo concurso para delegado de polícia”.
O deputado estadual José Nelto, do PMDB, afirma que, na quinta-feira, 18, encontrou-se com o candidato do PR a prefeito de Goiânia, Waldir Soares, na Avenida Bernardo Sayão, no Setor Fama. “Fiquei impressionado: ao meio-dia, sob um calorão infernal, Waldir Soares, com um paletó quente, andava pelo bairro munido de uma pistola e de um par de algemas. Fiquei pensando: será que estava pedindo votos ou procurando bandidos?”, conta José Nelto.
“Waldir Soares pediu o voto de meu motorista, que disse-lhe: eu voto em Iris Rezende”, conta, divertido, o deputado estadual José Nelto, do PMDB. “O delegado vai sair desta eleição menor do que quando entrou. Ele é do tipo de político que, de tão sozinho, acaba sendo abandonado por todos os políticos. Seu voo é de pato. Em 2018, quando deverá disputar a reeleição para deputado federal, é provável que não obtenha nem a metade dos votos que conquistou em 2014 [270 mil].” José Nelto afirma que é preciso aos tribunais superiores para denunciar Waldir Soares como “censor da imprensa goiana”. “Ele não pode impedir os jornais de publicarem críticas. Se age assim, sem ter o controle do Poder Executivo — imagine se, algum dia, conseguir ser eleito.”
Por que não apareceram compradores para a Celg? À primeira vista, concluiu-se que a empresa não vale o que estava sendo pedido. Na verdade, grandes empresas querem comprá-la, porque, com uma carteira de clientes avultada, trata-se de um grande e garantido negócio. O que se deu, na prática, é que as empresas, num pool típico do capitalismo, para conseguiram a redução do preço, não se apresentaram para comprar a Celg.
É possível que, em 2017, o governo de Goiás construa um hospital veterinário em Goiânia. A demanda é crescente. Tais hospitais já existem em vários países e funcionam muito bem. O filósofo britânico John Gray, em “Cachorros de Palha”, sugere uma revalorização dos demais animais — para além dos interesses dos homens. Ao matarem Deus, os homens se tornaram os verdadeiros deuses na Terra, senhores da vida e da morte dos outros animais. Religiosos e ateus irmanam-se na destruição das outras vidas. Por quê? Porque, como seres humanos, se julgam mais importantes do que tudo. São os novos deuses.
O médico Zacharias Calil é o objeto de desejo de vários partidos. Cotado para ser vice de Waldir Soares, na disputa pela Prefeitura de Goiânia, foi barrado pela deputada federal Magda Mofatto (PR), alegando que o PMB não tinha tempo de televisão. Se o PR não o quis na vice, o que levou ao afastamento do PMB, Zacharias Calil tem conversado com vários políticos, como Iris Rezende. Antes deste, falou com o governador Marconi Perillo (PSDB). Em 2018, Zacharias Calil, que em novembro viaja para o Leste Europeu, para encontro médico, deve disputar mandato de deputado federal. Seu passe é cobiçado, por, entre outros, PSDB, PSD e PMDB. Sua imagem é positiva em Goiânia e no Estado.
O PSD banca Carlos Batista Culau para prefeito de Alexânia. O PSDB banca Cida do Gelo. Desgastado, o prefeito não quis disputar a reeleição e, por isso, banca Adair Rabelo Neto, do PMDB. O PPS lançou o Doutor Allysson Silva Lima e o Solidariedade vai para a disputa com Naldim Magalhães.
O geólogo e marqueteiro Carlos Maranhão integrou-se à campanha de Vanderlan Cardoso, com o objetivo de dar um verniz mais social ao discurso do candidato do PSB a prefeito de Goiânia. Mais: Carlos Maranhão, na equipe, é sinal de que o governador Marconi Perillo está mesmo empenhado na campanha do empresário.
Do candidato do PSB a prefeito de Aparecida de Goiânia, Marlúcio Pereira, ao Jornal Opção: “Vou ser eleito prefeito de Aparecida de Goiânia”. Seu vice, Willian Ludovico, acrescenta: “E não será nenhuma surpresa”. Marlúcio Pereira sustenta que será eleito enfrentará setores poderosos da política de Goiás. “Minha campanha será modesta, a do tostão contra o milhão.”
Há dois riscos na política. Superestimar e subestimar as forças dos adversários e as próprias forças. No caso de Waldir Delegado Soares, fica-se com a impressão de que seus adversários estão subestimando o seu potencial eleitoral. O policial é um fenômeno de massas e, como tal, pode surpreender o coro dos contentes. Quem quiser derrotá-lo, não deve transformá-lo em motivo de chacota. Porque, se o fizer, poderá transformá-lo em vítima. A civilização ocidental cristã adora uma vítima.
O candidato do PSB a prefeito de Goiânia, empresário Vanderlan Cardoso, está mais motivado, sente que conquistou o apoio de um grupo político encorpado. Mas, aliados do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sugerem que o socialista ainda não encontrou o tom ideal da campanha e, também, não soube cativar a militância tucana. Recomenda-se um carinho especial com uma base que, quando quer, é poderosa. “Na marra, a base não vai para nenhuma campanha, nem por gravidade”, explica um lua azul que, de tão histórico, chega a ser pós-histórico.
