Bastidores

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tenta mudar as regras do jogo para disputar a reeleição. Mas, segundo Sandes Júnior, não conseguirá fazê-lo. “Não dará tempo.”

O presidente da República, Michel Temer, puxou as orelhas do assessor especial Sandro Mabel, sugerindo que, antes de propor determinadas medidas, o consulte.
A questão é que, quando propôs uma medida para beneficiar a Hypermarcas — empresa criada e dirigida por um goiano, João Alves de Queiroz (Júnior) —, Sandro Mabel não era assessor do peemedebista. Era deputado federal pelo PMDB.

Ao retirar a Polícia Federal das investigações sobre a polícia do Senado, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, mandou dois recados.
Primeiro, o fato de o presidente do Senado, Renan Calheiros, ter chamado o juiz que autorizou a investigação da polícia do Senado — que estaria sendo chamada de James Bond de Brasília — de “juizeco”, apesar de ter desgostado os magistrados, não gerou ressentimento. Zavascki priorizou a ação institucional, não corporativa.
Segundo, após ter dado uma demonstração de descortino e moderação, Teori Zavascki está livre para pedir, se necessário, a prisão de Renan Calheiros.
Macaco velho, dos mais escolados, Renan Calheiros deve ter percebido isto. Mas fingiu que obteve uma vitória. Na verdade, o senador alagoano sabe, mais do que ninguém, que é a próxima caça. Na sequência de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.

Comenta-se que um deputado federal de Goiás será “enrolado” pela delação premiada da Odebrecht. Mas seu nome ainda não circula nas praças.

"Lógica, comportamento ordenado e premeditação são indicadores de improbabilidade de psicose”, diz o psiquiatra Lúcio Malagoni

[caption id="attachment_78922" align="alignleft" width="300"] Projeto de 2003 foi aprovado depois de 13 anos[/caption]
Aprovar um projeto na Câmara dos Deputados é uma tarefa de Hércules. O deputado Sandes Júnior, do PP, apresentou um projeto em 2003 com o objetivo de a União conceder pensão às 555 vítimas do acidente radioativo do césio 137, em Goiânia (ocorrido em 1987).
O projeto só foi aprovado em 2016 — treze anos depois —, após a morte de algumas das vítimas.
Aprovado em todas as comissões da Câmara dos Deputados, o projeto será levado ao plenário. Se aprovado, irá à sanção do presidente Michel Temer. Nesta semana, o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, acompanhará Sandes Júnior numa audiência com o presidente da Câmara dos Deputados.
O tucano e o pepista vão pedir empenho de Rodrigo Maia na aprovação do projeto, de caráter eminentemente social.

A morte de Rodriguinho Carvelo comoveu a cidade, que o admirava como guerreiro

Márcio Cecílio é apontado como o que articula mais e pertence ao PSDB. Issy Quinan é uma revelação como gestor. A barreira para Paulinho Sérgio é o DEM
Cinco prefeitos vão disputar a presidência da Associação Goiana de Municípios (AGM) em fevereiro de 2017: Issy Quinan, de Vianópolis; Itamar Leão, de Sanclerlândia; Kelson Vilarinho, de Cachoeira Alta; Márcio Cecílio Ceciliano, de São Miguel do Passa Quatro, e Paulinho Sérgio de Rezende, de Hidrolândia.
[caption id="attachment_78607" align="aligncenter" width="300"] Issy Quinan: PP[/caption]
1 — Issy Quinan. É a revelação política do PP goiano. Apontado como gestor competente, recebeu uma prefeitura arrasada, mas conseguiu recuperá-la em quatro anos. Foi tão bem-sucedido que, na disputa deste ano, não apareceu adversário para enfrentá-lo. É bancado pelo senador Wilder Morais, mas o número de prefeitos do partido, 24, é pequeno.
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Itamar Leão: PSDB[/caption]
2 — Itamar Leão. Eleito este ano, foi prefeito há alguns anos, e, considerado como um dos mais criativos, chegou a receber prêmio nacional do Sebrae. Pertence ao PSDB e é ligado ao governador Marconi Perillo. Já foi presidente da AGM. É apontado como um dos mais fortes postulantes.
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Kelson Vilarinho: PSD[/caption]
3 — Kelson Vilarinho. Prefeito reeleito, pertence ao PSD de Vilmar Rocha e Thiago Peixoto. Representa um município de escassa projeção, mas é um político articulado.
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Paulinho Sérgio: DEM[/caption]
4 — Paulinho Sérgio de Rezende, reeleito prefeito, é mencionado como um político habilidoso (e foi goleiro do São Paulo, reserva de Rogério Ceni durante oito anos, e do Vila Nova). O problema é seu partido, o DEM. O PSDB, o PSD e o PP, para citar apenas três partidos da base aliada, dificilmente apoiarão um candidato do DEM. O PMDB pode apoiá-lo, mas, se o fizer, vai derrotá-lo.
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Márcio Ceciliano: PSDB[/caption]
5 — Márcio Cecílio Ceciliano é um dos favoritos. Como ex-presidente da AGM, conhece a maioria dos políticos goianos, articula por música e é bem próximo do governador Marconi Perillo. Pertence ao PSDB, o que é um de seus trunfos.
Ressalva
Um dos problemas dos prefeitos que assumem a presidência da AGM é que, por vezes, descuidam dos municípios para os quais foram eleitos para administrar. A associação é vista como trampolim para projetar políticos, mas a maioria que a presidiu não cresceu em termos estaduais.

Muitos dos eleitos pelos dois partidos não são adversários do tucanato. Disputaram pela oposição por divergências locais

Num voo entre Cuiabá e Goiânia, Cristovam Buarque elogiou a gestão competente e enxuta do governador tucano

A missão do governador de Goiás seria pacificar os beligerantes José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves

Ex-prefeito critica adversário por defender parcerias administrativas com o governador Marconi Perillo. Prefeitos eleitos pelo PMDB apoiam

Há um cisma na base do governador Marconi Perillo e a causa principal não é pela escolha do candidato a governador, em 2018. O vice-governador José Eliton, do PSDB, não é o nome de consenso, mas a maioria concorda que, até o momento, é o mais consistente e, sobretudo, o que mais se movimenta e articula. Há quem aposte que a senadora Lúcia Vânia, que ampliou sua base no interior, planeja disputar o governo, sobretudo depois que assumiu o controle de dois partidos, o PSB, que preside, e o PPS, que é dirigido por um sobrinho, o deputado federal Marcos Abrão,
A origem do cisma é muito mais a disputa por uma das vagas para o Senado. Há o consenso de que uma vagas é do governador Marconi Perillo (PSDB), se partir para um projeto político nacional. A segunda vaga é o motivo da batalha, que gera atritos inclusive na disputa pela Prefeitura de Goiânia, este ano. Há, claro, os candidatos de fora da base de Marconi, também arrolados.
1 — Daniel Vilela/PMDB — Quer disputar o governo. Porém, se Ronaldo Caiado for o candidato do PMDB (deixaria o DEM), pode ser vice ou postulante ao Senado;
[caption id="attachment_70518" align="alignright" width="620"] Deputado federal Daniel Vilela | Foto: André Lima/ Agência Câmara[/caption]
2 — João Campos/PRB — No comando de um partido e com o apoio de igrejas poderosas, a Assembleia de Deus e a Universal, está cacifado para o Senado;
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Deputado federal João Campos, do PRB | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
3 — Jovair Arantes/PTB — Se for eleito presidente da Câmara dos Deputados (difícil mas não impossível), tende a disputar mandato majoritário;
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Deputado Jovair Arantes | Foto: Renan Accioly[/caption]
4 — Lúcia Vânia/PSB — Há quem acredite que os conflitos dos quais participa tem a ver com tentativa de assegurar sua vaga de senadora;
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Foto: Bruna Aidar/ Jornal Opção[/caption]
5 — Luis Cesar Bueno/PT — Se o desgaste do PT for menor, em 2018, pode disputar vaga no Senado;
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Deputado Luis Cesar Bueno | Foto: Marcos Kennedy[/caption]
6 — Magda Mofatto/PR — Com estrutura política e dinheiro, planeja candidatura ao Senado;
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Deputada federal Magda Mofatto | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
7 — Maguito Vilela/PMDB — Seu projeto é bancar Daniel Vilela, seu filho, para o governo (mais) ou Senado (menos). É um nome forte e sempre cotado para disputas majoritárias;
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Prefeito de Aparecida, Maguito Vilela | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
8 — Marconi Perillo/PSDB — É o único hors concours;
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Divulgação[/caption]
9 — Pedro Chaves/PMDB — Cansou-se da Câmara dos Deputados e aposta que tem chance para o Senado;
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Deputado Pedro Chaves durante entrevista ao Jornal Opção, em 2014 | Foto: Renan Accioly[/caption]
10 — Roberto Balestra/PP — Discreto, mas tem interesse pelo Senado;
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Deputado Roberto Balestra | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
11 — Vilmar Rocha/PSD — É categórico: quer ser candidato a senador;
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Vilmar Rocha | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
12 — Wilder Morais/PP — O senador aceita a suplência de Marconi Perillo? É provável.
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Senador Wilder Morais| Foto: Lia de Paulo/Agência Senado[/caption]
Todos serão candidatos? Não, é claro. Mas gostariam de ser candidatos. O mais provável é que a base marconista lance de dois a quatro nomes. Se Marconi Perillo sair do páreo, para disputar mandato nacional, aí a disputa cresce.
Lúcia Vânia sabe que todos estão de olho na sua vaga, por isso reage com firmeza. A vaga de Wilder Morais também está em discussão, mas o líder do PP é mais tranquilo e menos contencioso. Tanto que, embora trabalhe para disputar a reeleição, admite, em particular, que aceitará a suplência de Marconi Perillo.

O inquérito deve ser divulgado na sexta-feira, 28, um mês depois das mortes do ex-prefeito de Itumbiara e do cabo Vanilson Pereira, da Polícia Militar

[caption id="attachment_78378" align="alignright" width="620"] Roberto do Órion: Anápolis encantou-se com o empresário que se tornou bem-sucedido antes de se tornar político[/caption]
Há um fenômeno nas eleições de Anápolis: a decadência do PT, seguindo a de outras cidades e Estados. Pensava-se que, no município, sobretudo devido à popularidade e à credibilidade do ex-prefeito Antônio Gomide, recém-eleito o vereador mais bem votado, o petista conseguiria reeleger o prefeito João Gomes. O que não se havia pensado é que a liderança do prefeito nas pesquisas de intenção de voto era, por assim dizer, inercial. Quer dizer: era como se estivesse sozinho no páreo. Porém, quando percebeu que havia um candidato diferente na disputa — mais empresário do que político —, o eleitor passou a observá-lo com atenção.
Roberto do Órion chegou ao segundo turno praticamente empatado com João Gomes, que caiu. Como a expectativa de poder mudou de lado, os eleitores perceberam que, sim, poderiam derrotar o PT do prefeito — mais o PT do que o prefeito em si. O instrumento é Roberto do Órion, dono de dois colégios, um em Anápolis, o Órion, e um em Goiânia, o Medicina. Trata-se de alguém que se tornou bem-sucedido antes de se tornar político e que, como empresário, tem uma visão arrojada da área de gestão.
O resultado é que as ruas de Anápolis estão ocupadas pelos adeptos de Roberto do Órion, registrando-se um desencantamento letal com o PT.