Bastidores

Nos bastidores, a deputada Isaura Lemos tem garantido que “enquadrou” Luiz Carlos Orro e que os comunistas goianos têm de aprender que, na política, manda quem tem mandato legislativo, no caso ela e a filha, a vereadora Tatiana Lemos. Mas os políticos históricos e éticos do PC do B vão, no momento oportuno, dar o troco aos “chegantes”.
Se não for reeleita, é bem possível que Isaura Lemos acabe sendo afastado do partido.
O pré-candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide, diz que tem sido procurado por prefeitos do PMDB e que deve receber o apoio de alguns deles. “Mas acredito que, mesmo enfraquecido e em crise, o PMDB deve lançar candidato a governador.” Mesmo frisando que vai se manter cauteloso em relação aos problemas do partido comandado por Iris Rezende, o ex-prefeito de Anápolis acredita que pelo menos 5% da estrutura do PMDB tende a acompanhá-lo. Para setores do PT, é mais interessante que o candidato do PMDB seja Friboi. Porque, sem o apoio motivado de Iris, será um candidato mais frágil, apesar da imensa estrutura financeira. Dividido, o PMDB tende a ficar em 4º lugar, acredita-se entre petistas. “Estou mais preocupado com o meu projeto. Em 58 dias, visitei 127 municípios e conversei com centenas de pessoas. Percebo que as pessoas querem me conhecer. Elas dizem: ‘Temos notícias de que foi bom prefeito em Anápolis’.” Em Mutunópolis, no Norte de Goiás, Gomide conta que, ao terminar uma entrevista a uma rádio comunitária, de repente viu-se cercado por mais de 90 populares. “As caravanas do PT estão fazendo sucesso”, diz Gomide. “Estamos na sexta caravana. A receptividade impressiona e as pessoas me dizem que é ‘hora de mudar’”, afirma Gomide. O pré-candidato afirma que, nas suas muitas viagens, não encontra estrutura alguma de Vanderlan Cardoso. “Pode ser que exista, mas ainda não vi.”
O Solidariedade do deputado federal Armando Vergílio associou-se ao PDT da deputada federal Flávia Morais e tenta aproximar-se do DEM de Ronaldo Caiado. Mas este aproxima-se cada vez mais do governador Marconi Perillo ou de Iris Rezende. “Não vamos ficar a reboque de nenhum grupo.” Se candidato à reeleição, dada sua estrutura financeira e política, Armando avalia que se elegeria em qualquer chapa. “Mas seria muito mais fácil numa composição com o PT”, frisa.

Como não consegue definir candidatos locais a deputado estadual, Morrinhos se tornou a meca dos paraquedistas. Nomes de fora que começam a pedir votos e a criar estrutura na cidade: Iso Moreira (do Nordeste), Cláudio Meirelles (de Goiânia), Virmondes Cruvinel Filho, Afrêni Gonçalves (este mora fora, mas é do município), Francisco Oliveira (de Goiânia), Marquinho do Privê (de Caldas Novas). A cidade pode bancar Joaquim Guilherme, que ainda não se definiu.
A deputada Isaura Lemos (PC do B), que estava no “iate” de Júnior Friboi, pode retornar à “canoa” do PT de Antônio Gomide. Meio sem-graça, é claro.
Isaura Lemos é uma deputada agressiva e até atuante. Mas ela e seu grupo estão contribuindo para desagregar o Partido Comunista do Brasil, uma das legendas mais antigas e respeitadas do país.
A imprensa comeu poeira ao dizer que Henrique Meirelles (PSD) poderia ser vice do pré-candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves. Porque o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já havia anunciado apoio à presidente Dilma Rousseff, tida como uma das madrinhas da criação do partido. Agora, supostamente atendendo a um pedido do ex-presidente Lula da Silva – ele foi presidente do Banco Central na sua gestão –, Meirelles desistiu de ser candidato a senador. O motivo é prosaico: Lula acredita que, pela primeira vez em muitos anos, o PT tem chances reais de eleger o governador de São Paulo. Alexandre Padilha, estrela do Lulopetismo – espécie de Rede Solidariedade incrustado no PT –, é o nome apoiado pelo ex-presidente. Como em São Paulo está quase todo mundo meio “sujo”, Padilha, menos conhecido, pode se tornar o fato novo. Ressalve-se que o governador Geraldo Alckmin continua em primeiro, disparado, nas pesquisas de intenção de voto. Mas a campanha ainda não começou. Os números atuais podem muito bem refletir mais “conhecimento” do que qualquer outra. Meirelles, identificado com o Lulopetismo, embora seja indubitavelmente um homem de mercado, portanto mais liberal impossível, não deve apoiar o candidato do PSDB em São Paulo, Geraldo Alckmin. Kassab tanto pode ser vice de Alckmin quanto pode ser candidato a senador. Mesmo filiado ao PSD, Meirelles tende, discretamente, a apoiar Padilha. Para presidente, apoia, assim como Kassab e parte do PSD, Dilma.
Há um certo recato no movimento friboizista. A ordem de Júnior Friboi é para os friboizistas dizerem o seguinte: "O empresário não será mesmo candidato a governador de Goiás pelo PMDB". Entretanto, a movimentação nos bastidores é exatamente outra, oposta: o Jornal Opção conversou, em off, com 25 friboizistas. Todos disseram a mesma coisa: Friboi deve ser o candidato do PMDB a governador. Por quê? Porque, segundo os friboizistas, não dá mais tempo para formatar outro candidato e a estrutura de apoio foi articulada por Friboi. Esta estrutura está à espera de Friboi e praticamente não funciona sem ele. Ela foi montada à sua imagem e semelhança. O que torna uma candidatura a governador mais sólida, com uma campanha mais robusta, é a qualidade da chapa proporcional, isto é, dos candidatos a deputado federal e estadual. A chapa proporcional foi devidamente montada por Friboi e só funciona com ele. Não funciona, por exemplo, com Iris Rezende. Os leitores não deverão ficar surpresos se, daqui uns dias, Friboi for anunciado agora não como pré-candidato, e sim como candidato a governador.
A receita do governo de Goiás é várias vezes menor do que a do empreendimento dirigido pela família de Joesley Batista, o executivo que de fato manda na empresa
[caption id="attachment_5387" align="alignleft" width="300"] Pista do modernizado Autódromo Internacional de Goiás[/caption]
A presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, visitou na quarta-feira, 28, as obras do Autódromo Internacional de Goiânia. “Está ficando excelente. Enquanto alguns destroem, o governador Marconi Perillo constrói e reconstrói.”
Helenir Queiroz afirma que o Autódromo, reconstruído e modernizado, não fortalece apenas o automobilismo. “Na verdade, é um incentivo vital para o setor hoteleiro e para a ampla e qualitativa rede de restaurantes de Goiânia. Não só. Ao fortalecer uma área específica, também contribui para a expansão da cadeia produtiva. É a economia como um todo que ganha e, portanto, cresce.”
A líder classista observa que o país também fica de olho em Goiás. “Os brasileiros de outros Estados certamente avaliam que é positivo investir em Goiás. Por quê? Porque aqui se faz as coisas. As coisas acontecem no Estado.”
Sandro Mabel, Daniel Vilela e Leandro Vilela são os nomes mais cotados para enfrentar Iris Rezende na convenção
O nome do deputado estadual Daniel Vilela (PMDB) tem sido citado como alternativa tanto a Iris Rezende quanto a Júnior Friboi. Porque, além da estampa de ator de cinema, simboliza o novo e tem capacidade de articulação. Entretanto, seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, avalia que o garoto precisa primeiro se eleger deputado federal, enfronhar-se um pouco com a política nacional e preparar-se em termos de conhecimentos administrativos. O presidente do PTN, Francisco Gedda, pensa diferente. Ele aposta que, se Júnior Friboi não for o candidato do PMDB a governador de Goiás, Daniel Vilela pode ser uma alternativa. O jovem peemedebista segue o que diz o pai e deve disputar mandato de deputado federal, com o objetivo de cacifar-se para o que estão chamando de pós-Marconi — as eleições de 2018 e, quem sabe, de 2022. O pós-Marconi sinaliza para um grande vazio na política de Goiás. Por isso, os políticos mais jovens estão se colocando com firmeza agora. Trata-se de um posicionamento político, de um explicitar de vontade. O pós-Marconi será “de” Daniel Vilela, Agenor Mariano, Júnior Friboi, Giuseppe Vecci, José Eliton, Virmondes Cruvinel Filho, Thiago Peixoto, Antônio Gomide e, entre outros, Cristina Lopes.
Nilson Gomes Especial para o Jornal Opção O deputado estadual Daniel Vilela, visto por alguns como opção para candidatura a governador, tem muito pouco do Marconi Perillo de 1998. Há 16 anos, Marconi reuniu em torno de si toda a oposição, descontado o PT. Daniel não consegue unir nem seu partido, o PMDB, muito menos o PT. Marconi tinha o maior tempo de TV. Daniel, mesmo se for bem-sucedido nas articulações com os nanicos arranca-grana, sequer vai chegar à metade do que Marconi já tem. Marconi contava com o apoio de prefeitos populares em cidades grandes, como Nelci Spadoni (de Rio Verde), Valcenôr Braz (Luziânia) e, principalmente, Nion Albernaz (Goiânia). Contava ainda com a neutralidade do prefeito de Anápolis, Adhemar Santillo, mal avaliado e distante de Iris Rezende, o concorrente de Marconi. Daniel só tem a seu favor o pai, Maguito Vilela, prefeito de Aparecida. Marconi era visto como político. Daniel é visto como filho de Maguito. Marconi substituiu um pré-candidato, Roberto Balestra, que rastejava nas pesquisas. Daniel substituiria um dos favoritos, Iris Rezende, que lidera levantamentos e empata tecnicamente em vários institutos. Marconi era deputado federal, vinha de grande repercussão na mídia em todo o Brasil, como relator do processo de cassação de Sérgio Naya, aquele empreiteiro que construía prédios com areia salgada da praia. Daniel só é conhecido em Jataí, arredores da Prefeitura de Aparecida e dos campos do Goiás e do Atlético, dos quais foi atleta. Como deputado estadual, Marconi teve destacada contundência em oposição ao PMDB. Na Assembleia, Daniel não é destaque nem na bancada do partido – e olhe que a concorrência é mais fraca que energia da Celg. Antes dos 30, Marconi já era bom de discurso. Daniel ainda não alcança nem nível para tribuna do Sintego, o sindsaco de gatos que atrapalha a carreira dos professores, o aprendizado dos estudante e a vida das famílias. Daniel ainda pode chegar como governador ao palácio ocupado pelo pai em boa gestão (e, principalmente, pela mãe, a maravilhosa Sandra Carvalho, de excelente trabalho social desde os tempos de menina, com as campanhas Auta de Souza em Jataí). Mas fica para outra eleição. No quadro atual, Daniel chegaria em quarto, atrás de Marconi, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide. E isso não é necessariamente ruim: nessa idade, chegar em quarto atrás de alguém é muito melhor que mexer com política. Nilson Gomes é jornalista e advogado.

O projeto número um do deputado estadual Daniel Vilela, até por ser bem jovem, é disputar mandato de deputado federal na eleição deste ano. Ele sempre aparece em todas as listas como um dos favoritos – ao lado de Iris Araújo (PMDB), Rubens Otoni (PT), Giuseppe Vecci (PSDB) e Thiago Peixoto (PSD). Mas há quem diga, no PMDB, que Daniel Vilela tem a cara do Marconi Perillo de 1998 – embora seja bem menos experiente. Em 1998, Marconi já era deputado federal. O que estão querendo dizer, exatamente, alguns peemedebistas? Que Daniel Vilela, ante o afastamento de Júnior Friboi e uma possível indefinição de Iris Rezende, pode ser o candidato a governador pelo PMDB. Já em 5 de outubro deste ano. O motivo? Uma aposta total no novo.
O empresário Júnior Friboi está ligando para vários políticos e dizendo que não vai abandoná-los. Ele tem frisado que é um homem de compromissos. Cinco dos procurados disseram ao Jornal Opção que acreditam no peemedebista, pois, segundo eles, o apoio prometido em 2012 chegou a tempo e na qualidade e quantidade prometidas.
Brasília toda comenta que o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) está cada vez mais com cara e cheiro de governador. O que isto significa? Que uma multidão começa a se aproximar do socialista. Portanto, ele começa a ter cheiro de povão. Antes, tinha cheiro apenas de classe média. Mesmo desgastado, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o “Argh! Nulo”, é forte dada a força da máquina política. Agnelo Queiroz, que perdeu o apoio das classes médias, se apresenta, agora, como paladino do lumpemproletariado de Brasília.