Bastidores

A ex-deputada Raquel Teixeira, principal executiva do Instituto Jaime Câmara, é cotada para ser a próxima secretária do governo de Marconi Perillo, se este for reeleito. Localizada em São Paulo, disse que, no momento, “o mais importante é ganhar a eleição. Fico satisfeito com as manifestações, mas, até agora, não recebi nenhum convite”. Na verdade, está sendo discreta. O tucano-chefe espera que ela retorne à Secretaria da Educação. Tem o perfil adequado.
O secretário da Indústria e Comércio do governo de Marconi Perillo, se este for reeleito, será indicado pelos empresários e políticos de Anápolis. Pode ser Alexandre Baldy ou um nome novo. O deputado estadual eleito Jean Carlo (PHS), embora de Itaberaí, tem sido citado. Ele é ligado ao empresário José Garrote, amigo do governador. Se indicado, abriria uma vaga na Assembleia Legislativa para Elismar Veiga, de Anápolis e da Assembleia de Deus.
Um radialista de Rio Verde conta que o prefeito Juraci Martins e o deputado federal reeleito Heuler Cruvinel, ambos do PSD, estão com as relações políticas praticamente cortadas. O parlamentar, que pretende disputar a prefeitura em 2016, teria dito a um interlocutor, que teria passado a história adiante, que Juraci faz uma gestão “fraca” e “inoperante”. Se o pessedista falou isto mesmo ao menos não está faltando com a verdade. Do homem mais pobre ao homem mais rico do município não há uma pessoa que avalie a gestão do prefeito como positiva — exceto ele próprio e alguns de seus secretários mais “puxa-tudo”. Durante a inauguração da duplicação do trecho da BR-060 entre Rio Verde e Jataí, com a presença do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, Juraci e Heuler se mantiveram distantes. “Heuler cumprimentou Juraci, mas sem graça e de cabeça baixa”, afirma o radialista. Juraci deve reformar o secretariado, o que é um recado para Heuler. Um líder do PSD de Goiás disse ao Jornal Opção que conflitos momentâneos não levam a rompimentos definitivos. “Juraci e Heuler são aliados e voltarão às boas brevemente. Eles se gostam e se respeitam”, garante.
[caption id="attachment_18864" align="alignright" width="150"] José Paulo Loureiro estaria disposto a perder a imagem de “golden boy”?[/caption]
Um dos mais influentes aliados do governador Marconi Perillo, eleito deputado federal, afirma que o executivo José Paulo Loureiro tem tudo para ser um dos homens fortes do quarto governo do tucano-chefe — ao lado do presidente da Agetop, Jayme Rincon. “Mas há, claro, uma condição. Zé Paulo precisa despir-se da imagem de ‘golden boy’, de homem mais simpático do mundo, para ser aquele gestor que diz ‘não’ sem pestanejar. Governos sempre precisam de alguém durão, que saiba e tenha coragem de dizer ‘não’. Zé Paulo é eficiente e é moderno, mas resta saber se, no comando da Secretaria da Fazenda, estará mesmo disposto a ‘jogar pesado’. Marconi aprecia deixar a máquina bem enxuta, para recuperar a capacidade de investimento, e, nos momentos da ‘vacas magras’, ter recursos suficientes para que o Estado não fique paralisado. Por isso precisa de um secretário que tenha coragem de peitar a estrutura pantagruélica do governo.”
Na semana passada, ao inaugurar o trecho duplicado da rodovia BR-060, entre Rio Verde e Jataí, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ficou irritado com uma pergunta-crítica de um integrante da Associação Comercial e Industrial de Rio Verde. O membro da Acirv comentou que a duplicação da BR-060 — entre Goiânia e Rio Verde — caminha a passo de tartaruga. Frisou também que, apesar de não estar concluída, o governo da presidente Dilma Rousseff a “inaugurou”. Noutras palavras, o governo federal estaria inaugurando trechos como se fosse a obra toda. Irritado, Paulo Sérgio Passos disse que o governo de Dilma Rousseff está empenhado em melhorar a malha rodoviária do País. Veja-se como os tempos estão mudados. Na década de 1950, ao participar de um comício em Jataí, o candidato a presidente da República Juscelino Kubitschek anunciou que iria transferir a capital do País para o Planalto Central e cumpriu a promessa. Agora, quase 60 anos depois, e no mesmo Sudoeste, um ministro se irrita porque o governo federal está inaugurando uma obra que não está concluída. O Brasil piorou mesmo.
A presidente Dilma Rousseff, se reeleita, pretende fazer uma reforma geral no governo. Não vai romper com sua base política, até porque não tem condições para fazer isto, mas em alguns setores quer ministros com o seu perfil. A senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB), por exemplo, deverá ser indicada para o Ministério da Agricultura. Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu tem sido sondada pela presidente há vários meses. Se assumir, pretende ser a primeira ministra a implantar uma política agrícola no País. A senadora pode levar o suplente de deputado federal José Mário Schreiner (PSD) para sua equipe. Aí os dois seriam interlocutores do governador Marconi Perillo junto ao governo federal. Mas o suplente Schreiner quer ser deputado federal.
Se Aécio Neves for derrotado, é muito provável que o PSDB banque um candidato fora do eixo São Paulo-Minas Gerais para presidente da República em 2018. O governador de Goiás, Marconi Perillo, ao obter sua quarta vitória, credencia-se para a disputa. O País parece um tanto cansado de integrantes da política do Café-com-Leite.
Está pegando mal junto a setores do governo Marconi Perillo o fato de que a secretária da Educação, Vanda Siqueira Batista, estaria articulando abaixo-assinado, teoricamente feito por funcionários da área, clamando para ser mantida. Vanda vai ser mantida no governo, mas a secretaria terá outro titular. O tucanato não quer uma clone feminina de Thiago Peixoto no cargo. A tese: não basta ser um secretário eficiente, sobretudo, dizem aliados do governador, é preciso saber lidar com as pessoas que trabalham na área. Tecnicamente, Peixoto foi irrepreensível, mas saiu com muito desgaste. O perfil apontado como adequado é o da ex-secretária Raquel Teixeira.
O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira, do PT, diz que, mesmo se for convidado, não aceitará a Secretaria de Educação do governo de Goiás. O petista frisa que tem respeito pelo governador Marconi Perillo, mas, por uma questão de coerência partidária, não deve assumir o cargo. “Esclareço que nem fui sondado”, frisa.
Não procede que o ex-presidente da Comurg Luciano de Castro comprou um apartamento para o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), na cidade de São Paulo. Na verdade, trata-se de mais um boato — sem qualquer evidência documental — que um grupo de vereadores está espalhando há algum tempo. O petista não adquiriu nenhum apartamento em São Paulo durante seu mandato de prefeito de Goiânia. A maledicência dos vereadores não contribui em nada para o avanço da sociedade democrática.
Por que Iris Rezende foi cassado? Tem gente que acredita que tem a ver com algum enfrentamento com a ditadura. Nada disso. Iris Rezende, prefeito de Goiânia, passava o tempo adulando militares. Tanto que colocou o nome de Marechal Ribas Júnior num colégio da Vila Redenção. O peemedebista-chefe era uma espécie de vivandeira. Na verdade, Iris foi cassado porque aliou-se a um general, Albuquerque Lima, que caiu em desgraça junto à cúpula das Forças Armadas. Lima queria ser presidente e foi esvaziado. Mal informado, Iris não sabia que os militares não deixariam um general de três estrelas assumir o governo. Então, Iris foi cassado porque aliou-se ao general errado.
O empresário Júnior Friboi, que tende a ser expulso do PMDB, pode ser convocado para o cargo de secretário da Indústria de um possível quarto governo de Marconi Perillo. Na verdade, Friboi não está se oferecendo para cargos. Porém, se for convocado, provavelmente aceitará assumir o comando da SIC. Friboi planeja disputar o governo de Goiás em 2018.
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) vai ganhar pelo menos um título: ficará na história de Goiás como o único político que perdeu três eleições para governador... e para um só político, o governador Marconi Perillo (PSDB). Fica-se com a impressão que, de certa forma, Iris Rezende sente algum prazer com as derrotas. Seria uma espécie de masoquismo inconsciente. Marconi começou a aposentá-lo há 16 anos, em 1998, e este ano acabou de aposentá-lo.
Até parentes de Iris Rezende dizem que o peemedebista-chefe precisa deixar a política e abrir espaço para uma geração. Eles apostam que, se disputar a Prefeitura de Goiás, em 2016, Iris Rezende pode amargar outra derrota.
Peemedebistas mais preparados intelectualmente acreditam que o PMDB só voltará ao poder em Goiás quando Iris Rezende aposentar-se politicamente em definitivo. Eles afirmam que, como não permite a renovação do partido, Iris Rezende impede suas vitórias. Sem Iris no páreo, nem mesmo como consultor, o PMDB poderá, finalmente, adotar um discurso crível de renovação e mudança.