Bastidores
Tese do grupo: além de ganhar uma prefeita, mantém um deputado. Se Baldy for eleito para gerir o município, ganha-se um prefeito, mas perde-se um deputado
Comenta-se que o economista e ex-deputado federal Euler Morais teria desistido da disputa
Depois de se tornar o maior produtor individual de soja do mundo, Olacyr de Moraes voltou-se para a exploração de minérios
Durante certo período, Olacyr de Moraes era visto como o empresário brasileiro que havia dado certo, que investia bem e lucrava muito; enfim, um desbravador de fronteiras, notadamente no Centro-Oeste. De repente, quebrou, ou quase quebrou — e passou a ser conhecido como o homem rico, já velho, que saía com mulheres jovens e bonitas. O conquistador do Centro-Oeste, o neobandeirante, morreu na terça-feira, 16, aos 84 anos, após batalha com um câncer de pâncreas. Ele estava em tratamento desde 2014.
Olacyr de Moraes, que foi dono de mais de 40 empresas (inclusive banco), produziu soja no Mato Grosso, tornando-se o maior produtor individual do mundo. Ele também produziu algodão. Chegou a investir em ferrovia. Atualmente, era proprietário de jazidas de minérios mencionados como raros em São Paulo, Bahia e Piauí.
O deputado federal Sandes Júnior (PP) diz que “tem o maior respeito pelo deputado federal Roberto Balestra” (PP). “Balestra, se quiser ser candidato a senador, em 2018, terá meu total apoio.”
Deputado por sete legislaturas, Roberto Balestra é, na opinião de Sandes Júnior, um político que “defende o PP e seus correligionários”. “Nós, do PP, temos de defender nossos aliados.”
Para Sandes Júnior, o deputado “representa muito bem Goiás no Congresso Nacional”.
Deputados da oposição em Goiás, especialmente os do PMDB, agendaram para esta semana visita ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O assunto? Tentar impedir a privatização da Celg, prevista para novembro. [relacionadas artigos="38183"] Eduardo Cunha esteve em Goiânia nesta terça-feira (16/6) e foi questionado sobre o que acha do processo de desestatização. "Tem que olhar, porque o fato de eu ser presidente da Câmara não quer dizer que eu seja dono das ações do [Poder] Executivo ou de um troço que não possa ser deito." Protagonista da retirada de projetos polêmicos na Câmara, ele afirmou que está "sempre disposto a ouvir e colaborar e ver legislativamente o que é melhor ou pior". Porém, destacou que não é o "dono" da pauta Celg, que tem que ser discutida em conjunto. Leia mais: Reforma política: “Maioria está decidindo manter modelo atual”, diz Eduardo Cunha
Há arestas entre o deputado federal Heuler Cruvinel e o prefeito Juraci Martins. O deputado Lissauer Vieira estaria tentando apará-las
O governador de Goiás, Marconi Perillo, e o secretário das Cidades e Meio Ambiente, Vilmar Rocha (PSD), participarão na terça-feira, 16, do congresso nacional da central sindical União Geral dos Trabalhadores, em São Paulo.
O tucano-chefe recebeu convite do presidente da UGT Ricardo Patah (foto), também presidente do poderoso Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
[Vilmar Rocha e Marconi Perillo: o secretário e o governador participam de encontro da UGT]
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também estará presente. Tanto Marconi Perillo quanto o tucano paulista estão cada vez mais próximos dos movimentos sindicais do país, configurando que, em 2018, podem tentar projetos políticos nacionais.
O presidente do PSD nacional sublinhou que avalia o prefeito de Rio Verde como um gestor “moderno” e, sobretudo, “eficiente”
A Reforma Política deve abrir uma janela em agosto deste ano. Políticos que trocarem de partido não perderão o mandato
O prefeito e médico Jardel Sebba (PSDB) está dando a volta por cima em Catalão. Com as finanças equilibradas e a folha de pagamento dos servidores rigorosamente em dia, Jardel Sebba recuperou a cidade com uma grande operação tapa-buracos. Agora, o gestor tucano se prepara para recapear praticamente todos os bairros.
Um grande volume de obras, com destaque para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para dinamizar o atendimento médico, deve recolocá-lo como favorito na disputa pela reeleição, em 2016.
O principal adversário de Jardel Sebba, o deputado Adib Elias, está inelegível até 2018. O peemedebista é considerado ficha suja pelo Tribunal de Contas dos Municípios.
Além das obras, há outro motivo para a recuperação da imagem de Jardel Sebba como político e gestor. O tucano é apontado pela sociedade como o político que a ouve, que discute os problemas com os segmentos organizados do município.
Geraldo Messias vai disputar a Prefeitura de Águas Lindas pelo PP do vice-governador José Eliton. “Estou bem nas pesquisas de intenção de voto e deverei ser eleito. Em Águas Lindas, dadas às demandas crescentes, é muito difícil um prefeito ser reeleito.” Ele diz que está trabalhando para ampliar sua aliança política e garante que estão no páreo o prefeito Hildo do Candango, Túlio do PT (deve ir para o PRTB), Geraldo Messias e Doutor Metódio. O PMDB também deve bancar um candidato.

[caption id="attachment_37986" align="alignleft" width="620"] Rubens Otoni: aliança entre o deputado do PT e o senador Ronaldo Caiado (DEM) não agrada a cúpula do governo Dilma Rousseff | Fotos: Fernando Leite[/caption]
O deputado estadual Virmondes Cruvinel (PSD) e deputados federais que têm conversado com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmam que o tucano-chefe está se tornando um dos interlocutores privilegiados da presidente Dilma Rousseff (PT).
Marconi Perillo tem conversado com frequência com Dilma Rousseff por telefone e tem colaborado nas articulações pró-ajuste fiscal no Congresso Nacional. Como contrapartida, as portas dos ministérios, sem exceção, estão abertas para o governo de Goiás. Isto nunca aconteceu nem mesmo na época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A presidente aprecia o estilo direto e firme, sem enrolação, do gestor goiano, que tem sido visto no Palácio Planalto como um político com grande capacidade técnica e rara capacidade de articulação. O céu de Brasília, frisa Virmondes, é de brigadeiro para o administrador tucano.
Ao mesmo tempo que cresce o prestígio de Marconi no Planalto, cai o prestígio do deputado federal Rubens Otoni, do PT. Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante não aprovam a aliança entre Rubens Otoni e o senador Ronaldo Caiado, do DEM, contra a privatização da Celg. A presidente e o chefe da Casa Civil estão profundamente irritados com o parlamentar goiano.
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Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante não aprovam a aliança entre Rubens Otoni e o senador Ronaldo Caiado, do DEM[/caption]
A venda da Celg, na avaliação de Dilma Rousseff e do economista Aloizio Mercadante, contribuirá, de maneira decisiva, com o ajuste fiscal. O governo federal pode obter de 3 a 4 bilhões de reais no leilão. Como o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, pretende economizar 65 bilhões de reais, os 3 bilhões são considerados, mais o do que bem-vindos, necessários.
A privatização da Celg, comenta-se no Palácio do Planalto, não é uma decisão do PSDB de Goiás, e sim uma decisão do governo do PT. O decreto que determinou a venda da Companhia de Energia Elétrica de Goiás está assinado pela presidente Dilma Rousseff. Gestores do governo e da Eletrobrás recomendam que petistas, como Rubens Otoni e Luis Cesar Bueno, consultem Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante.

Não pegou nada bem a fala do presidente metropolitano do PSDB, Rafael Lousa, sugerindo que a base governista deve lançar apenas um candidato a prefeito de Goiânia em 2016. Dois presidentes de partidos disseram mais ou menos o seguinte: “O jovem Lousa, ainda inexperiente politicamente, está dizendo que, na base governista, apenas o PSDB pode lançar candidato a prefeito da capital. Ninguém apoia tal simulacro de ditadura”. Agindo assim, Lousa incentivou ainda mais o PSD de Vilmar Rocha a lançar candidato a prefeito em Goiânia. O deputado federal Waldir Soares, que pode ser candidato pelo PHS, também não apreciou a fala do tucano.
O PSD goiano precisa deixar de se comportar como se fosse uma tendência do PSDB e deve se apresentar como o grande partido que é nacionalmente e mesmo em Goiás — onde tem dois deputados federais e cinco deputados estaduais e vários prefeitos. Uma chance de provar que está “maduro” e de que não segue caninamente as ordens do tucanato tem a ver com as eleições para prefeito de Goiânia. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, tem sugerido que nas capitais o partido deve lançar candidato. Kassab tem coletado informações sobre as articulações do PSD em todos os Estados, notadamente nas capitais. Se depender do ministro e ex-prefeito de São Paulo, o PSD vai lançar Virmondes Cruvinel ou Francisco Júnior, jovens e atuantes deputados estaduais, para prefeito de Goiânia. Kassab repete com frequência o mantra do ex-vice-presidente da República Marcos Maciel: “Time que não joga não tem torcida”.

[caption id="attachment_37974" align="alignleft" width="620"] Jayme Rincón: cada vez mais candidato a prefeito de Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Antes era mais nas conversas reservadas, mas agora o governador Marconi Perillo está falando abertamente que o PSDB terá candidato próprio em Goiânia e que o nome mais consolidado é o do presidente da Agetop, Jayme Rincón.
Na sua política de lançar nomes novos, acompanhando a aspiração da sociedade por renovação, o tucano-chefe pretende fazer novas apostas em Goiânia. Mas por que Jayme Rincón?
Porque pesquisas qualitativas sugerem que os eleitores da capital querem um político arrojado e com capacidade de gestão. Jayme Rincón, no comando da Agetop, contribuiu de maneira decisiva para recuperar a malha rodoviária do Estado de Goiás — tanto que está consagrado no meio empresarial, tanto urbano quanto rural, como um gestor eficiente. Ao mesmo que faz as coisas acontecerem, desburocratizando o Estado, quebrando resistências, Jayme Rincón criou um padrão, por assim dizer, “rincônico”. Faz as obras com rapidez, mas bem feitas.
Com visual repaginado — parece mais jovem —, Jayme Rincón tem articulado mais nos bastidores, dialogando com líderes experientes e também com os mais jovens. Ouve, pondera e fala pouco. Não está hibernando. Está apenas articulando de maneira mais produtiva e com menos conflitos com a base governista.