Diante dos conflitos em torno da criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que pretende investigar possíveis irregularidades no Consórcio Limpa Gyn, o prefeito Sandro Mabel (UB) deve reavaliar a permanência de Igor Franco (MDB) na sua liderança na Câmara Municipal. Apesar disso, há a possibilidade de que ele siga na função até o próximo ano. Paralelamente, o prefeito deve intensificar as articulações individuais com os vereadores para tentar recompor e fortalecer sua base aliada.

A permanência de Franco foi condicionada ao seu desempenho e de sua capacidade de articulação entre os vereadores. Inclusive, na sessão desta quinta-feira, 21, diversos parlamentares defenderam o colega, destacando que ele foi responsável pela aprovação de todas as pautas importantes do Executivo que tramitaram pela Câmara no primeiro semestre, inclusive as consideradas mais delicadas.

No entanto, o prefeito Sandro Mabel (UB) já repetiu diversas vezes que condicionaria a permanência dele como líder caso encerrasse a criação da CEI da Limpa Gyn. Por isso, ainda existe a possibilidade de mudança agora, no final do ano ou apenas em 2026, já por conta das eleições, no qual Franco deve concorrer a deputado federal e pessoas próximas a ele indicam que ele deve se licenciar no início do próximo ano para lidar com a campanha. Mas independente de quando ocorrer a saída, um dos nomes mais cotados é o do vereador Thialu Guiotti (Avante), que faz parte do núcleo duro do presidente da Casa Romário Policarpo.

A respeito da liderança, Guiotti defendeu a permanência de Franco pelo menos até o final deste ano. “Defendo inclusive a permanência do vereador Igor Franco até o final do ano, já que no próximo será candidato a deputado. É natural que o Executivo troque a liderança a cada ano, mas não vejo necessidade de mudança agora”, afirmou.

Guiotti afirmou que não conversou sobre assumir a liderança na Casa com membros da Prefeitura. “Não foi colocado em discussão nenhuma questão de troca de liderança, nem cogitado o nome de ninguém”, respondeu o vereador do Avante, que classificou a situação como “rumor” . “O que o prefeito quer é trabalhar de forma individual com cada vereador, entendendo as demandas para ter um diagnóstico da Câmara Municipal, sejam demandas de bandeira, de bairro ou coletivas. Com isso, ele será muito mais assertivo”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, ele defendeu outros nomes da base como alternativas, incluindo os vereadores Henrique Alves (MDB), Anselmo Pereira (MDB) e Welington Bessa (DC).

Nova base

Conforme destacou Guiotti, a reformulação de Mabel passará por conversas individuais do prefeito com os vereadores. No entanto, existe a possibilidade de que a base, atualmente próxima de 30 parlamentares, perca integrantes, sobretudo entre aqueles que assinaram o requerimento para a criação da CEI do Consórcio Limpa Gyn.

Por exemplo, entre os 16 vereadores que assinaram, a expectativa dentro da Casa é de que mais da metade deve ficar sem problemas. No entanto, o restante deve se dividir entre independentes.

Por exemplo, a bancada do Partido Liberal (PL), formada por quatro vereadores, deve seguir de forma independente, assim como o vereador Cabo Senna (PRD), um dos que lideraram a criação da CEI. Ainda há dúvidas sobre a situação de Franco, que depende da decisão do prefeito em relação à liderança. Por fim, o vereador Léo José (SD), outro parlamentar que participou da iniciativa para criar a comissão de investigação do Limpa Gyn, pode ser uma incógnita. 

Lucas Vergílio (MDB) e Sanches da Federal (PP) devem seguir de forma independente, enquanto o trio do Partido dos Trabalhadores (PT), formado por Edward Madureira, Fabrício Rosa e Kátia Maria,  junto com a vereadora Aava Santiago (PSDB), devem permanecer na oposição.

Ou seja, a nova base de Mabel pode ficar em torno de 25 vereadores, conforme as informações de bastidores.

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