Com discussões intensas, Câmara aprova Título de Cidadã Goianiense para Michelle Bolsonaro

22 abril 2025 às 16h27

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A Câmara Municipal de Goiânia aprovou, nesta terça-feira (22), a concessão do Título de Cidadania Goianiense à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A matéria foi votada ao final da sessão, após a mesma ser suspensa para uma reunião entre os vereadores. Durante a votação, houve discussões entre parlamentares alinhados à esquerda e à direita.
A sessão foi suspensa por 1h30 para que os vereadores discutissem questões relacionadas à organização das sessões plenárias. Com isso, a pauta de requerimentos começou a ser votada apenas após as 11h50. No entanto, de acordo com o Regimento Interno da Casa, a sessão deveria encerrar-se às 12h. Assim, em apenas dez minutos, os vereadores discutiram e votaram os requerimentos.
Parlamentares de esquerda se posicionaram contra a homenagem, entre eles Fabrício Rosa (PT), que manifestou seu descontentamento em fala contrária ao reconhecimento à ex-primeira-dama. “Vejo que esse título parece oportunismo político porque é uma tentativa de promover uma figura pública que não tem qualquer relação significativa com Goiânia”, afirmou.
Por outro lado, outros vereadores discordaram do posicionamento de Rosa e pediram para que ele reconsiderasse seu voto. O vereador Anselmo Pereira, por exemplo, destacou que os colegas haviam acabado de sair de uma reunião que tratava justamente dessas questões plenárias. “Quem dá a oportunidade é responsável por ela. Eu vou votar a favor”, afirmou. Ele ainda lembrou que, em outro momento, o mesmo título já havia sido concedido a José Sarney, quando este era presidente do país.
Na mesma linha, o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), também defendeu a aprovação da homenagem proposta pelo vereador Coronel Urzêda (PL). “Também votarei a favor, apesar do presidente não ser obrigado a votar. Votarei a favor porque essa é a apresentação e ele entende a sua importância”, justificou.
O texto foi aprovado com 25 votos, mas quatro contrários, além de Rosa, Kátia Maria (PT), Proteador Edward (PT) e Aava Santiago (PSDB) votaram contra. No entanto, os vereadores favoráveis tiveram dificuldades em aprovar. Com menos de 5 minutos para encerramento da sessão, vários saíram ligando para os colegas ausentes em plenário para buscar o voto final para a aprovação. A matéria só foi aprovada depois que o presidente estendeu a sessão por mais cinco minutos.
Anteriormente, a bancada do Partido Liberal (PL) e vereadores conservadores haviam se posicionado contra a concessão do mesmo título ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, relator das ações que tornaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. A proposta, apresentada pelo vereador Welton Lemos (SD), acabou sendo aprovada em março.
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