Waldir e Vitor Hugo são destaque em lista de deputados antiambientais do país, diz pesquisa

A cada três deputados federais, dois atuam contra o meio ambiente, os indígenas e os trabalhadores rurais, segundo o Ruralômetro, ferramenta de monitoramento da Câmara dos Deputados desenvolvida pela Repórter Brasil. Segundo a plataforma, mais de 75% dos deputados das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste trabalham para prejudicar o ecossistema e os povos do campo na atual legislatura. Major Vitor Hugo (PL) e Delegado Waldir (União Brasil) estão na lista dos parlamentares goianos que mais votaram medidas contra pautas ecológicas.

Para classificar o desempenho de cada político, o Ruralômetro convidou 22 organizações socioambientais, que avaliaram 28 votações nominais e 485 projetos de lei sobre temas como: acesso a benefícios sociais, legislação trabalhista, fiscalização ambiental, economia sustentável, proteção a indígenas e quilombolas, dentre outros. Os deputados foram classificados em uma escala de 36° C a 42 °C, equivalente à temperatura corporal. Os mal-avaliados estão com temperatura a partir de 37,4° C (sinal de “febre ruralista”).

Ex-líder do Governo Federal na Câmara, Major Vitor Hugo votou 19 vezes contra o meio ambiente e os povos do campo, o que o colocou como o 6ª deputado mais antiambiental do país, de acordo com o Ruralômetro. Delegado Waldir, em seu terceiro mandato, apresentou um projeto de lei desfavorável ao ecossistema, como PDL 338/2021, que suspende os efeitos de decreto que ampliou a área total do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

O Jornal Opção tentou contato com ambos os deputados para comentar a pesquisa, mas, até o fechamento desta edição, eles não haviam respondido aos questionamentos. O espaço segue aberto para manifestações.

A febre ruralista por região

Norte

Deputados federais de Amazonas e Roraima tiveram as piores atuações para o meio ambiente e os povos tradicionais na região Norte do país entre 2019 e 2022. Os dois estados têm 88% dos parlamentares mal-avaliados no Ruralômetro 2022.

Os cinco deputados do Norte com a pior avaliação são: Lucio Mosquini (MDB-RO); Delegado Éder Mauro (PL-PA); Nicoletti (União-RR); Capitão Alberto Neto (PL-AM); e Hiran Gonçalves (PP-RR).

Nordeste

Piauí e Paraíba têm a pior avaliação da região Nordeste no Ruralômetro 2022. Segundo a ferramenta, 78% e 75% dos deputados federais desses estados, respectivamente, têm a febre ruralista. Os cinco deputados com a pior avaliação da região são: Tito (Avante-BA); Heitor Freire (União-CE); André Ferreira (PL-PE); José Rocha (União-BA); e General Girão (PL-RN).

Centro-Oeste

Na região Centro-Oeste, deputados federais do Mato Grosso e de Goiás foram os que mais votaram medidas contra o meio ambiente, com 88% e 82%, respectivamente, dos parlamentares mal-avaliados pelo Ruralômetro 2022.

Os cinco deputados com a pior avaliação na região são: Nelson Barbudo (PL-MT); Vitor Hugo (PL-GO); José Medeiros (PL-MT); Delegado Waldir (União-GO); e Bia Kicis (PL-DF).

Sudeste

O Rio de Janeiro tem 76% dos deputados federais com a febre ruralista, sendo o estado com a pior avaliação da região Sudeste no Ruralômetro 2022. Em Minas Gerais, a porcentagem não é muito diferente, com 71% dos deputados mal avaliados.

Os cinco deputados com a pior avaliação da região são: Major Fabiana (PL-RJ); Capitão Derrite (PL-SP); Pinheirinho (PP-MG); Junio Amaral (PL-MG); e Chris Tonietto (PL-RJ).

Sul

Santa Catarina lidera tanto o ranking regional quanto o nacional entre os pior avaliados no Ruralômetro 2022, com 94% de seus deputados federais votando contra o meio ambiente e os povos tradicionais na atual legislatura. Em segundo lugar no Sul do país está o Paraná, com 74% dos parlamentares mal-pontuados.

Os cinco deputados com a pior avaliação na região são: Caroline De Toni (PL-SC); Alceu Moreira (MDB-RS); Luiz Nishimori (PSD-PR); Sanderson (PL-RS) e Filipe Barros (PL-PR).