Prestes a ganhar um ministério no governo Lula, o partido Republicanos pode perder nomes como os senadores Hamilton Mourão (RS) e Cleitinho (MG), além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Até o momento, nenhum deles deu sinal de saída do partido, mas o clima de insatisfação tomou conta dos bastidores do Planalto.

Cleitinho dá sinais há alguns meses sobre sua vontade em sair do partido, enquanto Tarcísio deve se reunir neste fim de semana com o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). A conversa definirá os rumos do partido e discutirá a adesão do partido ao governo Lula.

Na contramão dos demais, a senadora Damares (DF) afirmou que não pretende sair do Republicanos, visto que Pereira garantiu que “o partido não entrará de forma oficial no governo”. Ao todo, a sigla tem quatro cadeiras no Senado. Caso dois ou mais parlamentares decidam sair do partido, o Republicanos perderia a sala de liderança e, principalmente, a força política na Casa.

A análise é que a oposição de parte da legenda não vai alterar o embarque do Republicanos na gestão de Lula. Além disso, aliados de Tarcísio acreditam que a ameaça do governador não vai se concretizar. No entanto, o governador afirmou nesta quarta-feira, 9, que é contrário a adesão ao governo federal e deixou aberta a possibilidade de sair do partido.

“É uma coisa que vou avaliar com o partido. Eu sou contra. Para mim, eu não gostaria de ver o meu partido fazendo parte da base do governo”, disse Tarcísio ao ser questionado sobre a saída.

Desde o início de sua gestão, o governador de São Paulo mantém uma relação conturbada com Marcos Pereira. Na última semana, o partido sinalizou apoio a Lula ao  desligar dois deputados bolsonaristas da CPI do MST, o que deixou Tarcísio irritado. Já o presidente do partido reckana que sempre lhe faltou espaço na gestão estadual. Hoje, o Republicanos controla apenas três secretarias no governo de São Paulo.