A reunião que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve com embaixadores em julho, na qual fez acusações já desmentidas sobre as urnas eletrônicas, teve duas novas consequências nesta terça-feira, 10. O YouTube decidiu derrubar a live, enquanto o Ministério Público Eleitoral pediu multa contra o presidente, por propaganda eleitoral antecipada.


Nesta quarta, o YouTube passou a proibir conteúdos que mencionem fraude no sistema eleitoral na eleição de 2014. Desde março, a regra incluía apenas a eleição de 2018. A transmissão ao vivo da reunião com os embaixadores tinha 45 minutos.

Na época, Bolsonaro alegou que as urnas eletrônicas não são seguras, mesmo diante de seguidos testes que mostram o contrário. Sobre os pleitos de 2018 e 2020, Bolsonaro disse que o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou as eleições vulneráveis. No entanto, invasão a computadores não têm relação com urnas eletrônicas. Sobre o pleito de 2014, Bolsonaro disse que “a conclusão foi de que houve uma dúvida grave naquela época. Quem ganhou as eleições? Daria um capítulo, mas eu não vou entrar nesse capítulo aqui”.

Pedido de punição

Também nesta quarta-feira,10, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplique multa a Bolsonaro, por propaganda eleitoral antecipada, em relação à reunião.

A Procuradoria pede que vídeos que reproduzem o discurso do presidente sejam removidos das redes sociais e de sites de notícias. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, lista 13 links, incluindo perfis de Bolsonaro em redes sociais.

O MPE pede ainda que seja aplicada multa prevista na Lei das Eleições, sobre propaganda eleitoral antecipada, que varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil, “ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior”.