O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil/BA), fez uma postagem em seu perfil no Twitter na última quarta-feira,14, esclarecendo que foi constrangedor assistir à comissão rejeitar os requerimentos feitos pelos parlamentares que formam o bloco de oposição ao atual governo. Os pedidos eram para que fossem ouvidos Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Saulo Moura da Cunha, ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o ministro da Justiça Flávio Dino. Os nomes considerados por Arthur Maia como personagens centrais para as investigações.

A comissão, que é composta na sua maioria por parlamentares da situação, aprovou as convocações de todos os nomes indicados por eles, ligados ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-mandatário, já foram convocados. Além deles, Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, e Braga Neto, ex-ministro da Defesa, também serão chamados.

O presidente da CPMI informou que irá se comprometer a pautar novamente os tais requerimentos quantas vezes forem necessários, para assegurar as participações dos nomes rejeitados pelo colegiado. “Espero que possamos aprovar sem distinção, somente assim garantiremos que todos sejam ouvidos, a fim de que se chegue na verdade”, disse Maia.

O parlamentar afirmou ainda que confia na consciência daqueles deputados que têm compromisso com a opinião pública. “É inaceitável ouvir somente um lado”, declarou. Outros congressistas também criticaram a rejeição dos nomes que supostamente estão do lado do atual governo. Marco Feliciano (PL – SP) manifestou a sua indignação expondo que a CPMI já virou um circo e que foi sequestrada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ministro da Justiça Flávio Dino tem sido o campeão por pedidos de requerimentos para prestar depoimentos na CPMI. Recentemente, o senador Izalci Lucas (PSDB –DF), integrante da Comissão, apresentou uma solicitação na qual pede a quebra de sigilos telefônico e telemático do ministro. Além disso, existem pelo menos mais oito requisições defendendo a convocação de Dino para prestar esclarecimentos sobre uma suposta prevaricação do governo.