A população indígena residente em Goiás é de 19.522 pessoas. Isso corresponde a 0,28% da população total do Estado. Em 2010, eram 8.583 pessoas indígenas, correspondendo a 0,14% da população residente no estado. Os índices revelam que a população autodeclarada indígena mais que dobrou em 12 anos, com variação positiva de 127,4%. Esses dados são do Censo 2022, divulgados nesta segunda-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o instituto, entre os motivos para esse aumento figuram o aperfeiçoamento do mapeamento de localidades indígenas em todo o país, inclusive nas cidades e em áreas remotas; a inserção de procedimentos operacionais padronizados de abordagem às lideranças indígenas; utilização de guias institucionais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) ou da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai); preparação das equipes regionais e locais da Funai e Sesai para o apoio à operação censitária; incorporação da figura do guia comunitário indígena; treinamento diferenciado das equipes censitárias, além do monitoramento em tempo real da cobertura da coleta censitária e as adaptações metodológicas para facilitar a compreensão do questionário.

“Em cada aldeia contamos com o apoio de pelo menos uma liderança indígena. Nossos agradecimentos a todas as lideranças que assumiram o Censo como uma política de Estado mas também como um direito dos povos indígenas de serem recenseados da melhor forma possível”, disse Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.

Entre os municípios goianos, as maiores populações indígenas ficam em: Goiânia (4.028 pessoas), Aparecida de Goiânia (1.082 pessoas), Águas Lindas de Goiás (943 pessoas), Luziânia (908 pessoas),
Cidade Ocidental (778 pessoas), Anápolis (752 pessoas), Valparaíso de Goiás (583 pessoas), Formosa (537 pessoas), Trindade (520 pessoas), Aragarças (488 pessoas) e Aruanã (451 pessoas). A análise da presença de população indígena pelo recorte de município mostra que, em 222 dos 246 municípios goianos, há, pelo menos, uma pessoa que se declarou indígena.

Na comparação com 2010, em Goiás, destacam-se os aumentos em: Aragarças (617,6%), Cidade Ocidental (363,1%), Trindade (333,3%), Águas Lindas de Goiás (262,7%), Formosa (229,4%), Luziânia (185,5%), Valparaíso de Goiás (184,4%), Anápolis (154,9%), Goiás (141,7%) e Senador Canedo
(111,3%). Nova América e Aruanã possuem ambos mais de 5,0% de população indígena no seu território, informa o instituto.

Residem fora de Terras Indígenas

Em Goiás, um total de 344 pessoas indígenas, representando 1,7% da população, residiam em Terras Indígenas no ano de 2022. Por outro lado, 19.178 pessoas indígenas, o equivalente a 98,2% da população, viviam fora das Terras Indígenas. Esse índice coloca Goiás como o segundo estado com menor percentual de residentes em Terras Indígenas no país, excluindo as unidades federativas onde não houve registro de pessoas indígenas nessas áreas.

Quatro municípios abrigam pessoas indígenas que residiam em Terras Indígenas: Aruanã, com 168 pessoas indígenas; Nova América, com 98 pessoas indígenas; e, além disso, havia residentes indígenas em Rubiataba e Minaçu, cujos números específicos foram omitidos para preservar a confidencialidade das informações individuais.

As Terras Indígenas em Goiás incluem as seguintes áreas: Avá-Canoeiro, Carretão I, Carretão II, Karajá de Aruanã I e Karajá de Aruanã III. Essas terras de ocupação tradicional dos indígenas estão categorizadas em cinco estágios sequenciais, de acordo com o andamento do processo de demarcação: em estudo (compreendendo os estudos antropológicos, históricos, fundiários, cartográficos e ambientais); delimitadas (após aprovação dos estudos pela Presidência da FUNAI e sua publicação oficial); declaradas (com a expedição da Portaria Declaratória pelo Ministro da Justiça); homologadas (com limites demarcados, homologados por decreto Presidencial); e regularizadas (territórios registrados em nome da União e na Secretaria do Patrimônio da União após a homologação).