PF já teria evidências de “tratativas de golpe” e elo de Bolsonaro com milícias
04 maio 2023 às 11h49
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Em meio a operação que investiga fraudes em cartões de vacina para o ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e aliados, a Polícia Federal teria relatado que chegou a evidências de “tratativas para execução de um golpe de estado” e “tentativa de abolição violenta” do regime democrático.
O relato já teria sido aceito pelo juiz Alexandre de Moraes, do STF, que pediu prazo até 3 de julho para apresentação das evidências.
Conforme revelado pelo colunista José Casado, da Revista Veja, trechos transcritos por Moraes no mandado de prisão de Mauro Cid, não detalham as provas, mas indicam que ele e Bolsonaro mantinham laços de colaboração com milícias digitais e fração do crime organizado de Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense.
Para a polícia, “seja nas redes sociais, seja na realização de inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19, ou no planejamento de um golpe de Estado, o elemento que une seus integrantes está sempre presente, qual seja, a atuação no sentido de proteger e garantir a permanência no poder”.
Além disso, o texto acrescenta que tal milícia foi responsável por divulgar e ampliar a ideia de fraude nas eleições presidenciais, estimulando ações de desobediência civil e suposta resistência contra manipulações. Entre as movimentações estimuladas estava, inclusive, a criação de manifestações em frente a quartéis e postos das Forças Armadas no país “no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares”.
Segundo o documento, Mauro Cid estaria atuando com um militar da reserva, Ailton Gonçalves Moraes Barros, “e pessoas ainda não identificadas”.