Museu do Holocausto explica democracia e campos de concentração em postagem de deputado goiano

10 janeiro 2023 às 15h19

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O Museu do Holocausto no Brasil usou uma postagem do deputado federal Gustavo Gayer (PL), para desmistificar comparações dos bolsonaristas detidos em Brasília com presos em campos de concentração nazista. Pelo Twitter, o Museu esclareceu que os detidos on Brasil têm uma série de direitos garantinso – incluindo o de defesa –, oposto do que ocorria nas prisões do nazismo.
“Segundo Hannah Arendt, o que os nazistas impunham aos prisioneiros de campos de concentração era a perda do “direito a ter direitos”. O oposto do campo não é, portanto, uma noção de liberdade irrestrita e irresponsável. É a manutenção do “direito a ter direitos””, explicou o Museu.
O esclarecimento foi feito após Gayer dizer que campos de concentração foram ativados no Brasil, em referência a prisão de manifestantes antidemocráticos retirados de acampamentos em Brasília. “Em nome da democracia o Brasil acaba de ressuscitar os campos de concentração nazista”, escreveu.
Para evitar equiparações desequilibradas, o Museu lembrou que “os detidos por se manifestarem a favor de um golpe contra o Estado democrático de direito têm garantido o direito à ampla defesa, comunicação, alimentação e tudo o que o sistema garante, até mesmo a quem viola as suas regras mais fundamentais”.
Além disso, a postagem destacou o respeito às vítimas dos campos de concentração originais e a necessidade de conhecimento histórico, a fim de evitar comparações equivocados. “O respeito às vítimas dos campos de concentração nazistas requer conhecimento básico do que é um sistema democrático, seus direitos e deveres, e as consequentes responsabilidades”, concluiu.