Lula descarta gênero e cor como critérios para o STF
26 setembro 2023 às 07h38
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O presidente Lula deixou claro que não utilizará gênero e raça como critérios na escolha do sucessor da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele enfatizou que seu foco está em selecionar alguém que possa servir aos interesses do Brasil, demonstrando respeito pela sociedade brasileira e sem se deixar influenciar pela pressão da mídia. Lula afirmou que já tem várias pessoas em mente e que, no momento apropriado, a indicação será revelada, sem necessidade de considerar questões de gênero ou cor.
No que diz respeito à Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente informou que está em discussões para determinar quem ocupará o cargo deixado por Augusto Aras, que deixou a função no dia anterior. Apesar das pressões, Lula deseja indicar alguém com quem tenha afinidade e em quem confie. Os nomes mais mencionados para a vaga no STF são Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, e Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União.
Uma ala do PT está buscando evitar a seleção de Flávio Dino como uma maneira de se opor ao crescente poder de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, como revelado por Malu Gaspar. Esse grupo é composto pelos deputados Rui Falcão (SP), Zeca Dirceu (PR), José Guimarães (CE) e pelo senador Humberto Costa (PE). Eles acreditam que Moraes detém um poder excessivo e que poderia tratar eventuais casos envolvendo membros do PT com o mesmo rigor que aplica ao bolsonarismo. Além disso, destacam que Flávio Dino não é filiado ao PT e tem uma proximidade com o ministro Moraes.
No entanto, o dilema enfrentado por esse grupo é que Jorge Messias, o candidato favorito deles, não é considerado pelos petistas como alguém com a força necessária para servir como contrapeso ao poder de Moraes.
Para Lula, a sociedade brasileira precisa “voltar à normalidade” em relação à independência entre os poderes. “O Congresso Nacional faz política, o Poder Executivo executa e o Poder Judiciário julga. Eu quero voltar isso. Eu não quero ficar nessa disputa entre política e judiciário, entre judiciário e executivo, não. Se cada um cumprir sua função no país as coisas vão ficar muito bem”, disse o presidente.
Cirurgia no quadril
Nesta semana, o presidente Lula cumpre agenda em Brasília. Na sexta-feira, 29, ele passará por cirurgia no quadril, por causa de artrose na cabeça do fêmur, que é o desgaste na cartilagem que reveste as articulações. Nos últimos meses, o presidente vem se queixando de dores com mais frequência.
“A minha cirurgia é apenas para cuidar da saúde, eu quero voltar a jogar bola, eu quero voltar a correr, eu quero voltar a fazer esteira, eu quero voltar a fazer ginástica. E eu estou desde agosto do ano passado com dor, dor para dormir, dor para levantar, para sentar, para ficar em pé”, explicou Lula.
O presidente disse que está tranquilo e otimista com o procedimento. “É uma cirurgia que a ciência domina bem, não tem nenhuma novidade”.