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O Itaú Unibanco demitiu nesta segunda-feira, 8, cerca de mil funcionários que trabalhavam em regime remoto ou híbrido, segundo o Sindicato dos Bancários. O banco não confirmou o número, mas informou, em nota, que as dispensas ocorreram após uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”.

De acordo com a instituição, foram identificadas inconsistências entre as horas registradas no ponto eletrônico e as atividades desempenhadas nas plataformas internas. “Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco”, disse o Itaú.

O comunicado acrescenta que a medida faz parte de um “processo de gestão responsável”, com o objetivo de “preservar a cultura organizacional e a relação de confiança com clientes, colaboradores e a sociedade”.

Críticas do sindicato

O Sindicato dos Bancários criticou a decisão e afirmou que os desligamentos ocorreram sem advertência prévia e sem diálogo com a categoria. Para a entidade, o banco utilizou critérios “questionáveis” para justificar as demissões.

“O banco afirma que os desligamentos se baseiam em registros de inatividade nas máquinas corporativas, em alguns casos, períodos de quatro horas ou mais de suposta ociosidade. No entanto, esse critério não considera a complexidade do trabalho remoto, falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga ou a organização das equipes”, disse Maikon Azzi, diretor do sindicato e funcionário do Itaú.

Segundo ele, não houve tentativa de correção de condutas ou oportunidade para defesa dos trabalhadores. A entidade destacou ainda que, nos últimos 12 meses, o banco já havia eliminado 518 postos de trabalho, reduzindo o quadro para 85.775 funcionários.

A presidente do sindicato, Neiva Ribeiro, também criticou a decisão. “Com o lucro nas alturas, o banco não tem nenhuma justificativa para demitir. É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’”, declarou.

O sindicato informou que cobrou esclarecimentos ao Itaú e exigirá a reposição das vagas.

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