Nesta quinta-feira, 22, a CPMI dos atos golpistas ouvirá um dos mais extremistas apoiadores de Bolsonaro desde a radicalização desses grupos após a vitória de Lula em outubro de 2022. George Washington Souza, condenado a 9 anos e 4 meses por ser um dos responsáveis pelo atentado com bomba contra o aeroporto de Brasília, será interrogado pelos membros da comissão. Os parlamentares favoráveis ao governo se prepararam para confrontá-lo, pois o fabricante do artefato que falhou ao ser colocado sob um caminhão pode não suportar a pressão.

Em seu depoimento à Justiça em 25 de março deste ano, conforme relatado neste blog, Washington chorou, afirmou estar arrependido e demonstrou nervosismo diante das perguntas do juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, que o condenou.

Durante suas declarações, o bolsonarista condenado alegou ter sido vítima de uma conspiração e descreveu sua situação como “um caso louco e surreal”. No depoimento, ele disse: “Sinto grande arrependimento. É algo surreal. Esse incidente é totalmente isolado. Podem investigar minha vida”.

Quando foi preso, seu veículo foi encontrado com fuzis, pistolas, revólveres, espingardas e mais de mil projéteis de diferentes calibres. George Washington percorreu 821 quilômetros entre Xinguara (PA), onde mora, e Brasília, transportando todas essas armas em uma caminhonete, sem possuir porte de arma nem Guia de Tráfego, documento necessário nessa situação. Ele é um CAC (colecionador, atirador, caçador).

Os policiais que o detiveram afirmaram que ele justificou a posse desse arsenal citando uma orientação de Jair Bolsonaro, segundo a qual “um povo armado jamais será escravizado”.

Em suma, se o depoimento do condenado realmente ocorrer, poderá ter um impacto significativo na oposição, que comemorou recentemente o desempenho de Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal.