Dois dias depois do 1º turno, o governo Jair Bolsonaro (PL) gastará R$ 6,4 bilhões até 25 de outubro com benefícios que não estavam incluídos no Orçamento. A conta soma: valor extra no Auxílio Brasil; aumento do vale-gás; e vouchers aos caminhoneiros e taxistas. Os beneficiários já haviam recebido R$ 12,2 bilhões do pacote de bondades de agosto a setembro (antes do 1º turno).

Segundo informações do site Poder 360, o Ministério da Cidadania colocou mais 477 mil famílias no Auxílio Brasil em outubro. Agora são 21,1 milhões. Houve um aumento de 16,5% no total de famílias contempladas na comparação com julho (18,1 milhões).

Do ponto de vista de marketing, o governo já entregou 6,6 milhões de cartões do Auxílio Brasil para substituir os antigos cartões do Bolsa Família –ligado a Lula (PT). Há ainda 950 mil sendo entregues com nova identidade visual para os novos entrantes no programa.

Em outra frente, o governo incluiu 200 mil famílias no Auxílio Gás, programa social que distribui dinheiro para comprar um botijão de gás de cozinha a cada 2 meses. Ao todo, 5,9 milhões vão receber as parcelas de R$ 112 em outubro.

A Caixa, maior banco estatal do país, planeja oferecer crédito aos beneficiários a partir da 2ª quinzena de outubro, que podem ser de R$ 2.500. O juro será menor que 3,5% ao mês (teto estabelecido pelo governo).

Bolsonaro investe no eleitorado de baixa renda para tirar votos de Lula 2 dias depois do 1º turno. Promete pagar a parcela adicional a 17,2 milhões de beneficiárias a partir de 2023. Não disse como isso seria feito. O Orçamento apresentado pelo governo não tem espaço para o recurso. O teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas, terá que ser alterado via emenda constitucional para a promessa ser cumprida.