CPI contra padre Júlio pode ser votada a qualquer momento
03 abril 2024 às 08h13
COMPARTILHAR
A articulação dos vereadores pode resultar na votação da CPI que visa investigar o padre Júlio Lancellotti nesta quarta-feira, 3, na Câmara Municipal de São Paulo. Durante a reunião do colégio de líderes, o presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), indicou que a proposta de investigação poderia ser incluída na pauta “a qualquer momento”.
Para que o requerimento seja aprovado, são necessários os votos de 28 vereadores, que representam a maioria absoluta dos 55 membros da Câmara. Apesar de ser o último pedido de CPI na fila, a investigação sobre o padre Júlio tem sido tratada como uma prioridade e conta com o apoio do presidente da Câmara.
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor da CPI, solicitou que Leite colocasse a proposta em votação, e o presidente afirmou que discutiria o assunto com os líderes partidários e agendaria a votação “a qualquer momento”.
No entanto, o pedido de abertura da CPI tem sido alvo de questionamentos por não possuir um objeto definido, embora seja evidente que o objetivo de Rubinho seja atingir o religioso.
Padre Júlio Lancellotti, nascido no bairro do Brás, em São Paulo, é uma figura conhecida na capital paulista. Desde 1986, ele atua como responsável pela Paróquia de São Miguel Arcanjo, localizada na Mooca, onde iniciou seu trabalho pastoral.
Ao longo dos anos, o religioso tem se dedicado ao auxílio de populações vulneráveis, incluindo pessoas em situação de rua, menores infratores e crianças portadoras do vírus HIV. Sua atuação é marcada pelo compromisso social e pela defesa dos direitos humanos.
Apesar do seu trabalho humanitário, o padre tem sido alvo de críticas por parte de políticos de extrema-direita, que o rotulam como “padre esquerdista”. No entanto, sua dedicação aos mais necessitados recebeu apoio do Papa Francisco. Em 2020, o pontífice telefonou pessoalmente para Júlio, encorajando-o a continuar seu trabalho em prol dos pobres, mesmo diante das adversidades e das críticas.
Leia mais: Barbárie da direita pode acabar dando Nobel da Paz ao padre Júlio Lancellotti