Conheça nove frases e um poema imperdível de Luis Fernando Verissimo

30 agosto 2025 às 15h10

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Luis Fernando Verissimo, um dos maiores cronistas e escritores brasileiros, faleceu neste sábado, 30, aos 88 anos, em Porto Alegre. Ao longo de sua carreira, Veríssimo publicou mais de 80 livros, com mais de 5,6 milhões de cópias vendidas. Sua obra abrange diversos gêneros, incluindo crônicas, romances, contos e quadrinhos. Conheça as nove frases e um poema do escritor:
“Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores”
“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”
“A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo”
“O futuro é uma folha pautada esperando a primeira anotação do ano”
“Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos”
“Não vejo vantagem na reencarnação, a não ser que conte tempo para o INSS”
“Tem muita gente honesta neste país. Só não se identificam para não ficar de fora se aparecer um bom negócio”
“No fim, o que a gente mais sente falta do passado é o seu futuro”
“Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic”
“Tu e Eu
Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
En não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
– que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.
És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu,carístico.
És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.
Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.”