Conflito de bilhões: irmã entra com processo contra Thereza Collor

22 janeiro 2024 às 11h47

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A empresária alagoana Maria de Lourdes Lyra, conhecida como Lourdinha Lyra, apresentou uma queixa-crime contra sua irmã, Thereza Collor, alegando calúnia e difamação em decorrência de entrevistas concedidas pela ex-esposa de Pedro Collor. De acordo com a ação, esse episódio é mais um capítulo na disputa entre Lourdinha e seus irmãos pela herança deixada por seu falecido pai, o ex-deputado federal João Lyra, anteriormente considerado o homem mais rico do país.
Lourdinha assumiu a responsabilidade pela administração do patrimônio do pai quando sua saúde começou a deteriorar. João Lyra faleceu em 2021, aos 90 anos, vítima da Covid-19. Com cinco irmãos, quatro deles afirmam ter perdido a confiança em Lourdinha, conforme relatos do colunista Carlos Madeiro, do UOL.
No momento da morte de João Lyra, as empresas familiares enfrentavam dificuldades econômicas. Logo após o óbito, Lourdinha foi nomeada inventariante e tornou-se parte do processo de falência da Laginha Agroindustrial S/A, um conjunto de usinas em Alagoas e Minas Gerais. Essa falência desencadeou uma complexa batalha judicial que alcançou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tornando-se o maior processo de falência do país.
A Laginha, outrora a empresa mais valiosa do grupo João Lyra, avaliada em R$ 1,9 bilhão em 2017 (equivalente a aproximadamente R$ 2,7 bilhões em valores atuais), enfrenta atualmente a ocupação de parte de suas terras por grupos sem-terra, que pleiteiam a desapropriação para fins de reforma agrária.
Segundo a queixa-crime de Lourdinha, “no contexto do processo judicial relacionado à massa falida, uma verdadeira disputa emergiu entre alguns herdeiros do ex-parlamentar e Maria de Lourdes”. Desde o início do processo da Laginha, quatro irmãos buscaram judicialmente a remoção de Lourdinha da função de inventariante, sendo Thereza Collor a porta-voz das acusações.
Em uma entrevista à revista Veja, em julho de 2023, Thereza alegou que a gestão de Lourdinha era inadequada, impondo “custos astronômicos” com contratos de longa duração, contrariando o esperado em um processo de falência. Em novembro de 2023, durante outra entrevista à revista IstoÉ, Thereza reiterou as acusações, mencionando “parcerias suspeitas” na gestão do inventário e da falência, além de criticar a atuação autoritária e falta de transparência de Lourdinha.
A queixa-crime de Lourdinha destaca que as declarações de Thereza, veiculadas estrategicamente antes de eventos processuais, visam constranger a renúncia ou remoção dela da condução do inventário. Lourdinha solicita uma audiência de conciliação e, em caso de falta de acordo, busca prosseguimento com a queixa-crime. Devido à natureza criminal, o Ministério Público de Alagoas foi envolvido para emitir parecer.
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