“O Censo 2022 tem sido diferente de outros realizados. Tivemos a pandemia, o adiamento por dois anos, entre outros desafios inéditos”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, em entrevista para o Jornal Opção. “Apesar disso, o andamento segue conforme o esperado e temos superado as dificuldades graças ao empenho e trabalho duro dos ibegeanos e à simpatia da grande maioria dos brasileiros”, completou.

O presidente Eduardo Rios Neto visitou Goiânia na segunda-feira, 05, e esteve na Superintendência Estadual do IBGE em Goiás, em visita que faz parte de um conjunto de viagens para conhecer as superintendências do país. O objetivo seria conhecer melhor as realidades regionais e o trabalho dos servidores em cada local.

Apesar das dificuldades e problemas, Eduardo também ressaltou que o trabalho realizado pelo IBGE no Censo é fundamental para o governo e a sociedade. “Cada informação obtida contribuirá para formar um retrato fidedigno de diversos aspectos da vida dos brasileiros. E, a partir desse retrato, poderemos desenvolver e implantar políticas públicas mais precisas, mais eficientes, que atinjam seus objetivos com maior exatidão”, justificou o diretor.

Segundo Rios Neto, sem os percalços adicionais, normalmente realizar o Censo é um trabalho de “extrema complexidade” e enfrenta inúmeros problemas, incluindo greve de servidores em capitais como Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Brasília. “Trabalhamos com mais de 200 mil contratados, espalhados pelos 5.570 municípios do país. Temos a missão de chegar aos mais de 70 milhões de domicílios registrados para entrevistar brasileiros em diversos contextos e realidades. Não há como realizar essa operação sem enfrentar percalços e desafios”, explicou o presidente.

Ainda foi dado o exemplo de um levantamento inédito que está sendo realizado em comunidades quilombolas no Brasil. “Com as informações que o recenseamento nos proverá, os governos poderão traçar políticas públicas específicas mais eficazes para essas comunidades historicamente invisibilizadas”, exemplifica. O comandante do IBGE contou que até o momento, ainda existem dados atualizados a respeito de quantos quilombolas existem, onde estão e como eles vivem.

Rios Neto ainda comentou sobre o andamento do estudo em Goiás, a respeito dos dados do levantamento até o momento. “No primeiro balanço do Censo Demográfico, constatamos que cerca de 604 mil domicílios já foram recenseados. Mais de 1,7 milhão de pessoas moram nesses domicílios”, conta. Ele também explicou que os dados são dinâmicos e estão crescendo na medida que trabalharam os recenseadores. Entretanto, os valores ainda são condizentes e o trabalho é satisfatório com o que era esperado no primeiro mês, apesar de “algumas dificuldades pontuais”.