AGU solicita inclusão de investimentos suspeitos em inquérito de Eduardo Bolsonaro no STF

20 julho 2025 às 11h23

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A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou neste sábado, 19, a inclusão de investimentos suspeitos no mercado de câmbio no inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o órgão, há indícios de uso de informação privilegiada por investidores brasileiros antes do anúncio do aumento de tarifas comerciais imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.
No documento, a AGU aponta indícios de uso de informação privilegiada por parte de investidores que realizaram operações de câmbio atípicas horas antes da imposição do “tarifaço” do presidente Donald Trump.
A petição menciona reportagem do Jornal Nacional, exibida em 18 de julho, que revelou movimentações suspeitas no mercado de câmbio às vésperas do anúncio das sanções. Um dos indícios citados é uma publicação do investidor Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital Management, que sugeria a possibilidade de lucros de até 50% com base em informações antecipadas sobre as medidas norte-americanas.
Assinada pelo advogado-geral da União substituto, Flavio José Roman, a manifestação pede que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja notificada e que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seja acionada para tomar providências administrativas e civis.
A AGU argumenta que os fatos podem configurar crime de uso indevido de informação relevante ainda não divulgada ao mercado, conduta punida com pena de reclusão de 1 a 5 anos, além de multa.
O órgão também afirma haver conexão direta entre os fatos e o inquérito contra Eduardo Bolsonaro, que investiga suposta tentativa de obstrução da Justiça por parte do parlamentar e de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo manifestação anterior da PGR, o aumento de tarifas seria uma forma de gerar crise econômica no Brasil, com o objetivo de pressionar politicamente o Judiciário.
“A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário”, cita o documento da AGU, reproduzindo trecho da manifestação da PGR.
Agora, caberá ao ministro Alexandre de Moraes decidir se os fatos apontados pela AGU serão incluídos no inquérito em andamento.
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