Wellington Carrijo “ganha” debate em Rio Verde. Por quê? Porque não foi ao debate
25 agosto 2024 às 00h00
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Há debates que são tudo — menos debates. Na sexta-feira, 23, Daniel Câmara, do Novo, Karlos Cabral, do PSB, Lissauer Vieira, do PL, e Osvaldo Fonseca Júnior, do Republicanos, compareceram ao estúdio da Rádio Líder, em Rio Verde.
Pouco se discutiu os problemas de Rio Verde e propostas para resolvê-los. Como a gestão do prefeito Paulo do Vale (União Brasil) é bem avaliada, por ser realizadora, os candidatos não disseram aos eleitores que passos adiante darão.
Lissauer Vieira foi, possivelmente, o mais criticado. Daniel Câmara tem o hábito de apresentá-lo como “direita melancia” — verde por fora e vermelho por dentro. O que, claro, é um exagero. O ex-deputado não é de esquerda, mas também não é, como tem se apresentado, de direita. É um político de centro, dos mais moderados.
Críticas foram feitas a Lissauer Vieira porque, no lugar de tentar barrá-la, teria promovido a “aprovação” da taxa do agro. O problema é que, ao tentar se explicar, o ex-parlamentar nada explica. Tergiversa. Mas é fato que acabou ficando mal tanto com o Agro quanto com o governo do Estado. Teria ficado em cima do muro. A rigor, não parecia ser favorável à taxa.
Posicionados, por isso mais críticos, Daniel Câmara e Karlos Cabral foram, se se pode dizer assim, os grandes vencedores. Porque ficaram no ataque, deixando Lissauer Vieira acuado, como se fosse um caititu cercado por onças. Os dois jovens são articulados e têm língua ferina.
Osvaldo Júnior talvez deva contratar um marqueteiro profissional. Porque fala demais, de maneira atabalhoada, e, por isso, não firma uma ideia que possa ser assimilada pelos eleitores. O excesso de promessas, num país em que se desconfia disso, talvez prejudique a imagem do candidato. Ele também precisa ser mais ponderado ao expor suas posições. Não precisa gritar.
O candidato do MDB, o médico Wellington Carrijo, apontado como favorito, não foi ao debate. Terá perdido alguma coisa? Talvez nada. O mais provável é que, por não ter ido, tenha acabado por sagrar-se “vencedor”. Como não foi, Lissauer Vieira acabou se tornando o principal alvo. Se tivesse participado, o postulante emedebista teria sido o mais vergastado.
Mas Wellington Carrijo terá, a partir de certo momento, de participar dos debates. Porque os eleitores não apreciam quem, quando candidato, foge dos debates. Afinal, não há democracia sólida sem debate. Os eleitores querem saber, de maneira presencial, o que pensa o jovem postulante. Ele não pode ficar na sombra de Paulo do Vale. Pois dele os eleitores também vão cobrar o “passo adiante”. Portanto, precisa se preparar para criticar e para ser criticado. (E.F.B.)